Mesmo com a queda do ano passado, o mercado legal de cannabis nos Estados Unidos, que engloba o uso medicinal e o recreativo, está preparado para alcançar US$ 45 bilhões (R$ 219,6 bilhões cotação atual) em vendas até 2027.
Essa estimativa otimista é a mais recente realizada pela principal empresa de pesquisa em cannabis, a BDSA (Business and Defense Services Advisory), que acaba de ser publicada.
Leia também:
- De executiva de seguros a dona de um império de cannabis de R$ 1,7 bilhão
- Ele quer ser o primeiro produtor de cannabis com ações listadas na B3
- Brasileiro produz cannabis no Uruguai e quer usar erva em aves e suínos
Além das projeções de longo prazo, a BDSA estima um crescimento de 12% do mercado legal dos Estados Unidos até o final de 2023, totalizando US$ 29,6 bilhões (R$ 144,4 bilhões). A indústria global de cannabis legal, como um todo, é prevista para chegar a US$ 36,7 bilhões (R$ 179,1 bilhões) neste ano, com 80% das vendas provenientes do mercado norte-americano.
Um dos principais impulsionadores desse crescimento são os mercados emergentes de cannabis nos estados de Missouri, Nova Jersey e Nova York. Apesar de mercados mais maduros no Oeste, como Colorado e Califórnia, terem enfrentado estagnação ou queda nas vendas por causa da pressão nos preços, Roy Bingham, cofundador e CEO da BDSA, afirmou que “eles continuarão a representar uma parte significativa das vendas legais até 2027”.
Confira alguns destaques para a cannabis, segundo a BDSA:
-
É esperado que o comércio legal de cannabis em Missouri atinja US$ 1,4 bilhão (R$ 6,8 bilhões) em 2023, impulsionado por um bom início das vendas recreativas.
-
As vendas legais de cannabis em Nova York devem chegar a US$ 631 milhões (R$ 3 bilhões) até o final de 2023, e estima-se que esse número alcance US$ 2,5 bilhões até 2027.
-
Apesar dos desafios legais, as vendas recreativas na Flórida devem começar em 2025 e registrar US$ 4,3 bilhões (R$ 20,9 bilhões) até 2027.
-
É esperada uma leve queda nos gastos com cannabis na Pensilvânia, em 2023, com vendas legais totais previstas um pouco acima de US$ 1 bilhão (R$ 4,8 bilhões).
Ao ser questionado sobre a queda nos gastos com cannabis na Pensilvânia, Bingham mencionou várias razões, incluindo a mais óbvia: os residentes estão viajando para estados vizinhos, como Nova York e Nova Jersey, que possuem mercados recreativos operacionais, ao contrário da Pensilvânia, que permite apenas uso medicinal.
Mas essa não é a única explicação, observou Bingham. “A redução nos preços é o maior fator que contribui para o resultado em dólar no estado”, disse ele. “Os preços médios de varejo, equivalentes na Pensilvânia, diminuíram 25% entre abril de 2022 e abril deste ano. As vendas unitárias aumentaram constantemente na Pensilvânia durante esse período, mas esse aumento não foi suficiente para compensar a redução de preços no mercado.”
- Iris Dorbian é colaboradora da Forbes EUA e escreve sobre mercado de cannabis. (Tradução: Poliana Santos).