Resumo:
- O piloto brasileiro Felipe Massa conheceu Richard Mille em 2004 e topou representar a marca mesmo sem nenhum pagamento inicial
- Massa foi o primeiro piloto a levar um relógio de pulso para uma corrida da Fórmula 1 e garante que isso nunca afetou seu desempenho
- A coleção de carros de Felipe Massa conta com modelos das marcas que ele pilotou em sua carreira, como Ferrari, Williams e Sauber
- Hoje na Fórmula E, Massa garante que vê a categoria como o futuro do automobilismo
Felipe Massa, piloto brasileiro que já correu na Fórmula 1 e hoje compete na Fórmula E, contabiliza 269 Grand Prix e 11 vitórias de F-1 na carreira. Com passagem pelas equipes da Sauber, Ferrari e Williams na Fórmula 1 e pela equipe da Venturi na Fórmula E, Massa é um dos pilotos mais experientes e premiados no campeonato e tem usado relógios da Richard Mille desde 2004 para avaliar a performance e a resistência deles a choques, tudo para demonstrar que verdadeiros vencedores usam os modelos quando estão jogando para ganhar. Tivemos a oportunidade de conversar com Massa sobre a parceria com a marca, sua coleção de carros e a Fórmula E.
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Forbes: Você foi o primeiro esportista a entrar para a família Richard Mille. Porque você escolheu se tornar um dos parceiros da marca tão cedo, já que ela foi criada em 2001?
Felipe Massa: Eu acho que estava tentando encontrar uma marca de relógios com a qual eu pudesse ter um relacionamento, algo como ser um embaixador, e meu representante Nicolas Todt viu uma foto da Richard Mille em uma revista. O relógio era muito bonito, então, ele entrou em contato com a empresa e conseguiu conversar diretamente com Richard, que disse adorar corridas e estar muito interessado. Ele sabia que eu era piloto, mas tinha acabado de lançar a marca, então não tinha orçamento para uma parceria. Conversamos depois de alguns meses, e ele me disse o seguinte: “Eu estou muito interessado, mas a empresa não está pronta para investir. Poderia te dar um relógio nosso para começar”. O relógio era muito bonito, e acabamos virando amigos. Para mim, foi um prazer começar daquele jeito. Ambos estávamos no início, e começamos a caminhada juntos. É um sentimento incrível pensar que estamos juntos desde 2004. É incrível ser uma parte de tudo isso e ver o quanto a marca dele cresceu. Eu cresci muito também, já me aposentei, e a Richard Mille continua crescendo o tempo todo, tenho muito orgulho de fazer parte disso.
F: Como a Richard Mille convenceu você a usar um relógio enquanto dirigia um carro de Fórmula 1 [foi a primeira vez que um piloto da categoria usou um relógio tourbillon enquanto corria]? Você se preocupava, no início, com os efeitos que o peso extra teria no seu desempenho?
FM: O Richard me mostrou que o relógio era muito leve. O primeiro modelo que eu usei durante corridas foi o RM 006, que era talvez o relógio tourbillon mais leve à época. Foi tranquilo usá-lo dentro do carro, nenhum incômodo. Foi importante também mostrar para todos que você usar um tourbillon e fazer o que quiser, até mesmo pilotar um carro de Fórmula 1 com muita vibração. Foi uma ótima combinação. Eu sofri muitos acidentes enquanto usava o relógio, mas ele nunca deu problema algum.
F: Por que, na sua opinião, essa parceria durou tanto tempo e ainda continua existindo?
FM: Primeiramente, eu adoro a marca e sempre faço tudo que posso para divulgá-la para todos, contar que conheço os relógios. Eu acho que passamos a ter um relacionamento de família também. Considero o Richard como um irmão, somos grandes amigos. Ele confia totalmente em mim como um esportista e por tudo que eu já fiz pela marca dele. E eu posso dizer o mesmo em relação a ele. Trato a marca dele como se fosse minha. Nós começamos juntos, então, eu sou uma parte disso tudo.
F: O que você gosta nos relógios Richard Mille?
FM: O relógio, na minha opinião, tem tudo o que preciso. Ele conta com toda a tecnologia necessária, os melhores materiais, é bonito, as pessoas querem usá-lo, um verdadeiro sonho de consumo. Eu já vi pessoas quase chorarem ao tocar no relógio. O que Richard vem fazendo é incrível.
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F: Você se considera um colecionador de relógios?
FM: Eu amo relógios, claro. A marca que eu mais uso é a Richard Mille, por ser parte de algo que começou do zero.
F: Você usa relógio de pulso todo dia?
FM: Sim, todos os dias. Eu encaro relógios como uma joia, então, é ótimo ter um bom relógio no pulso.
F: Você coleciona carros?
FM: Eu tenho carros antigos e modernos. Também tenho alguns de corrida, com os quais corro. Tenho algumas Ferraris. Pilotei pela equipe Ferrari por muitos anos, então, tenho um F40, que é uma Ferrari antiga; um 288 GTO, que é mais antigo ainda; um LaFerrari e um F12tdf, que é um modelo moderno. Eu tenho um carro que usei na Fórmula Chevrolet no Brasil, Fórmula Renault na Europa e Fórmula 3000 na Europa. Tenho um Sauber Fórmula 1 2005, um Ferrari 2008 e uma Williams 2016, alguns carros com os quais eu corri e que são muito importantes para mim.
F: É importante para você dirigir os carros que você coleciona?
FM: Não, é importante ter prazer. Você pode sentir prazer dirigindo o carro ou apenas olhando ele, o que importa mesmo é você decidir o que te faz sentir prazer com o carro.
F: Por que você entrou na equipe de Fórmula E Venturi em 2018?
FM: Eu acredito que o momento da minha aposentadoria na Fórmula 1 tenha sido o mais apropriado, então, estou feliz com a decisão que tomei. Eu vejo a Fórmula E como um campeonato que cresce muito todos os anos e tenho certeza de que vai ficar cada vez maior. É um novo desafio para mim.
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F: Quais são as diferenças de competir na Fórmula E e na Fórmula 1?
FM: É totalmente diferente. É uma nova experiência, preciso reaprender tudo. É um carro diferente, não é possível comparar com um carro de F-1 de jeito nenhum. São pneus diferentes, motores diferentes, pesos diferentes, o carro é muito mais pesado, as pistas são todas em percursos de rua. A Richard Mille é parte da Fórmula E, só o tempo dirá se a marca estará comigo para sempre. Com certeza é um prazer estar junto com Richard por muito tempo.
F: A Fórmula E representa o futuro das corridas?
FM: Sim, representa. O futuro das corridas e dos carros. Eu acho que em mais ou menos 10 anos apenas carros elétricos vão ser comercializados e tenho certeza de que todos os campeonatos estão investindo na parte elétrica, então, considero como sendo o futuro.
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