Resumo:
- Selfies postadas em uma estação de trem foram material suficiente para um criminoso no Japão conseguir descobrir detalhes da vida de sua vítima;
- Perfis abertos ao público são uma das principais falhas de segurança dos usuários de redes sociais;
- Policiais orientam os pais a conversarem com os filhos sobre as publicações na internet para diminuir riscos.
Estamos compartilhando muitos de nossos dados online pessoais, mesmo quando achamos que estamos seguros. Na semana passada, a polícia acusou um homem de agressão depois que ele usou selfies postadas no Instagram pela vítima (usando particularmente o reflexo nos olhos dela) para identificar a estação de trem em que costuma estar. É uma história incrível e alarmante, mas talvez o mais absurdo é que esse tipo de episódio já aconteceu antes, e que o público em geral continua publicando fotos e informações íntimas nas mídias sociais.
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A notícia vinda do Japão pode parecer ter sido tirada da série “You”, da Netflix, que fala sobre perseguição e obsessão na internet, mas esse tipo de ocorrência se tornou bastante familiar na era digital. Por exemplo, a polícia da Califórnia prendeu um homem de 21 anos em setembro depois de ele invadir a casa e o quarto de uma garota de 13 anos. Ele descobriu o endereço da vítima ao estudar as publicações dela no Instagram em em outros sites de mídias sociais.
“O suspeito buscou, na verdade, um estúdio de dança e começou a seguir as fotos de Instagram e de redes sociais de algumas das vítimas”, afirmou o policial Jay Sayegh em entrevista para a WBTV, uma emissora local.
Sayegh também alertou os pais sobre a importância de ensinarem algumas habilidades básicas da internet para as crianças. “Garantam que seus filhos sejam espertos e estejam seguros na internet, não deixem a conta deles aberta ao público para que todos possam ver”, adicionou.
Apesar disso, parece que poucas pessoas estão atentas aos conselhos, já que diversos casos parecidos ocorreram nos últimos meses e anos. Em abril de 2018, a polícia da Flórida levou a público o caso de um homem da Pensilvânia que, por muitos anos, pesquisou redes sociais de garotas jovens para stalkear online. Depois de encontrar vítimas em diversos estados, ele chegou a uma menina da Flórida de 12 anos de idade. Sete anos depois, ele mandou uma carta de “amor” para a casa dela.
Por sorte, a abordagem dele não seguiu em frente, mas outros casos revelam o perigo de dar informações demais online e em mídias sociais. Por exemplo, um stalker britânico assassinou sua ex-namorada em junho de 2017, depois de pedir para outra garota monitorar as contas de redes sociais da vítima. Ele conseguiu aprender sobre a nova vida dela e segui-la na cidade onde os dois viviam.
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Nos Estados Unidos, um detetive de Missouri declarou que, em 2017, um serial killer conseguia ir a bares antes de suas vítimas apenas checando as redes sociais delas com antecedência. O oficial também insinuou que as perseguições têm se tornado mais fáceis com a chegada das redes sociais. De volta ao Reino Unido, um homem chegou a usar o Facebook para se passar por um antigo amigo de sua ex-mulher e convencê-la a dar informações pessoais dela.
Não é preciso dizer que muitas situações como essas devem ter ocorrido e não foram denunciadas. Também no Reino Unido, por exemplo, casos reportados de perseguições triplicaram no período de 2014 a 2018, passando de 2.882 para 10.214. É muito provável que a existência e a difusão das redes sociais sejam um fator significativo nesse aumento, pensar nisso torna a ideia de deletar todas as nossas contas de mídias sociais para garantir mais segurança digital muito tentadora.
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Depois de expor tudo isso, eu me libertaria com felicidade das pressões e obrigações das mídias sociais, mas aconselho aos que acreditam genuinamente que precisam manter um perfil online que pensem bastante antes de publicar algo no Facebook, no Instagram ou no Twitter. Se não pararmos para pensar melhor antes de tornar nossos movimentos públicos, podemos descobrir que deixamos pessoas demais nos conhecerem.
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