A gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba elevou hoje seu programa de recompra de ações para R$ 124 bilhões, o maior plano de recompra já feito pela companhia e que acontece em meio a uma campanha regulatória da China que tem pressionado o valor dos papéis.
As ações da Alibaba, que perderam mais da metade do valor no ano passado, subiram com as notícias e fecharam em alta de 11%. Os papeis listados nos Estados Unidos subiram 9% nas negociações de pré-mercado.
Esta é a segunda vez que a Alibaba expande seu programa de recompra em um ano. O grupo havia aumentado o programa de R$ 49 bilhões para R$ 74 bilhões em agosto passado.
“A recompra de ações ressalta nossa confiança no potencial de crescimento sustentável e de longo prazo da Alibaba e na criação de valor”, disse o vice-diretor financeiro, Toby Xu.
“O preço das ações da Alibaba não reflete de forma justa o valor da empresa, devido à nossa robusta saúde financeira e planos de expansão.”
A decisão de recompra da Alibaba faz sentido, considerando como as medidas de Pequim contra o comportamento monopolista e a “expansão desordenada de capital” limitarão suas oportunidades de novos investimentos, disse Rukim Kuang, fundador da Lens Company Research, com sede em Pequim.
“Gigantes da internet vão começar a reavaliar seus principais negócios no futuro. Como resultado não será necessário para empresas como Alibaba manterem posições de caixa tão grandes”, acrescentou.
A Alibaba tinha R$ 372 bilhões em caixa, equivalentes de caixa e investimentos de curto prazo no final de dezembro.
NA última divulgação de resultados trimestrais, a Alibaba registrou crescimento de receita de 10% ano a ano, o desempenho mais lento desde que abriu capital em 2014 e o primeiro crescimento abaixo de 20%.
A Alibaba disse que recomprou cerca de R$ 456 bilhões de suas ações listadas nos Estados Unidos em 18 de março sob o programa anterior, que deveria durar até o final deste ano.
O atual programa de R$ 124 bilhões entrará em vigor por um período de dois anos até março de 2024.