O Ibovespa recuava nos primeiros negócios desta sexta-feira (6), após duas altas seguidas, ao passo que o dólar seguia em queda, um dia depois de recuar mais de 1%. Os investidores digerem os dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, com reflexos nas decisões de juros aqui e lá fora.
Às 11h05, o Ibovespa cedia 0,22%, aos 136.205 pontos. Já o dólar caía 0,10%, a R$ 5,5687 na venda.
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Os investidores analisam o relatório oficial de emprego nos EUA em agosto. O chamado payroll fomentou expectativas de um corte maior de juros pelo Federal Reserve neste mês. Segundo o CME Group, a probabilidade de queda de 0,50 ponto percentual (pp) ganhou força e está praticamente igual à chance de corte menor, de 0,25 pp.
Essas apostas ganharam força após o Departamento de Trabalho dos EUA mostrar que os empregadores norte-americanos criaram 142 mil postos de trabalho fora do setor agrícola em agosto. O número foi menor que a previsão e vindo de uma revisão para baixo em julho.
No entanto, a taxa de desemprego recuou para 4,2% no mês passado, de 4,3% em julho.
Fed calibra Selic
Na contramão do Fed, o mercado doméstico espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa Selic na reunião deste mês, em meio à desancoragem das expectativas de inflação em um cenário de atividade econômica aquecida e de um mercado de trabalho apertado.
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“A economia norte-americana cortando os juros e no Brasil subindo, o real deve ter uma atratividade um pouco maior para aqueles investidores que são menos sensíveis aos ativos de risco, principalmente das economias emergentes, e que preveem um retorno maior sobre as taxas de juros”, disse Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio.
No entanto, a dosagem por parte do Fed e a decisão do Copom em setembro seguem em aberto. “Levando em conta o estilo da atual diretoria do Fed parece que eles irão adotar uma postura mais cautelosa, afinal não precisam sair correndo cortando os juros por lá”, diz André Perfeito.
Para o economista, “muito provavelmente” o Fed vai cortar 0,25 pp neste mês. “Isso é mais eficiente do ponto de vista dos impulsos gerais na economia, além de ser estrategicamente melhor para o Fed”. No entanto, segundo ele, a questão é saber o que o Copom irá, de fato, fazer.