Eleita uma das Mulheres Mais Poderosas do Brasil em 2019, Gabriela Manssur, promotora de Justiça do MP do Estado de São Paulo, fala que é preciso saber quais são as condições das mulheres em carreiras públicas e o que se pode fazer para incentivar e criar mais oportunidades para que elas ocupem cargos de segurança. Ela afirma ainda que estamos tendo avanços nessa área. Ela diz também que não vê muita diferença entre líderes homens e mulheres, mas que o olhar feminino inclui e contempla mais a situação como um todo.
O convívio com os processos judiciais veio cedo na vida de Gabriela. Os pais são advogados – a mãe foi estudar direito depois de ter os quatro filhos. Na adolescência, ela já perambulava pelos escritórios de advocacia onde a mãe trabalhava e, por muitas vezes, era lá mesmo que fazia as lições escolares. Também sempre foi admiradora do pai, de quem acredita vir seu senso de justiça.
“Quando entrei no Ministério Público, em 2003, percebi o alto índice de violência contra a mulher e, naquela época, não eram nem processos porque não tinham inquéritos policiais. Isso foi antes da Lei Maria da Penha. E essa situação me incomodava, porque parecia que não havia resposta para a mulher que fazia a denúncia”, conta Gabriela.
Com a implantação da lei, em 2006, Gabriela mergulhou nesse mundo. “Comecei a participar de reuniões, de projetos, e acabei me identificando muito com o assunto. Somei isso com tudo aquilo que eu tinha como ideal na infância, na adolescência, na vida universitária e adulta, que era meu desejo, minha obrigação de fazer justiça pela sociedade. Foi como se eu tivesse me encontrado”, diz.
Gabriela cuidou de vários casos famosos. O último deles envolveu a força-tarefa de ouvir as vítimas de abuso sexual do médium João de Deus. A promotora não esconde que sofreu ameaças. Quando acontece, ela comunica “à chefia da instituição”, como ela mesma explica.
O empoderamento da mulher permeia todo o trabalho de Gabriela. Ela mantém um blog há mais de cinco anos, pertence ao Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica do MP-SP e é membro da Comissão dos Promotores de Justiça. Criou vários projetos – como o Tem Saída, com o objetivo de inserir vítimas de violência doméstica no mercado de trabalho, e o Tempo de Despertar, voltado ao agressor, com o intuito de reduzir os índices de reincidência.
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