Resumo da matéria
- O Google anunciou que funcionários efetivos e temporários receberão benefícios completos, começando pelos Estados Unidos;
- Os recursos incluem: plano de saúde, 12 semanas de licença parental remunerada, um salário mínimo de US$ 15, pelo menos oito dias de licença médica e reembolso de US$ 5 mil por ano para educação;
- Os requisitos salariais entrarão em vigor no final deste ano e os de saúde começarão antes de 2022.
O Google anunciou que seus funcionários efetivos e temporários passarão a receber benefícios, incluindo plano de saúde, 12 semanas de licença parental remunerada, um salário mínimo de US$ 15, pelo menos oito dias de licença médica e reembolso de US$ 5 mil por ano para educação, segundo um comunicado divulgado com exclusividade ao “The Hill”.
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A empresa está começando a implementar a medida pelos Estados Unidos porque, diferentemente de outros países, não há regulamentações específicas sobre licença parental paga ou assistência médica abrangente. O Google também exigirá que prestadores de serviços e agências providenciem os benefícios para os colaboradores que trabalhem para a gigante de tecnologia por, pelo menos, 33 horas por semana. Os requisitos salariais entrarão em vigor no final do ano e os de saúde começarão antes de 2022.
Os funcionários efetivos e temporários do Google pedem por melhores condições há anos. A dicotomia levou 20 mil trabalhadores a participar do #GoogleWalkout, em novembro, para protestar contra “discriminação, racismo, assédio sexual e um ambiente de trabalho que apenas funciona para alguns”, de acordo com um artigo publicado no Medium pela organização do Google Walkout for Real Change. O texto reconheceu algumas das mudanças que o Google fez como resposta ao ato, como a eliminação da arbitragem forçada em casos de assédio sexual, maior transparência nos relatórios de assédio e a permissão para que os funcionários levassem representantes a reuniões com o departamento de recursos humanos.
“No entanto, o artigo ignorou várias das principais demandas – como maior representação de diversidade e de funcionários no conselho – e eliminou as que se concentravam em racismo, discriminação e na desigualdade estrutural embutida no sistema de classes que separa funcionários em tempo integral de contratados”, escreveu a equipe do Google Walkout for Real Change, acrescentando que esses empregados são, em grande parte, negros e amarelos, imigrantes e pertencentes à classe trabalhadora.
No último mês, o time do Google Walkout for Change compartilhou sua contínua insatisfação no Twitter: “Muitos de nossos colegas [temporários, prestadores de serviços e contratados] trabalham sem benefícios ou pagamento adequado, enquanto diversos executivos da companhia colhem centenas de milhões de dólares em riqueza pessoal e a empresa recebe mais de US$ 100 bilhões em dinheiro. Este problema pode ser facilmente resolvido: é uma questão de vontade, não de recursos. É hora de acabar com esse sistema que trata alguns funcionários como descartáveis. De motoristas de transporte compartilhado e trabalhadores da cafeteria aos muitos contratados que constroem e mantêm produtos de tecnologia: todos nós contribuímos e merecemos uma parte”. O Google Walkout for Change afirma que, atualmente, há quase 122 mil contratados e temporários na empresa – 54% da força de trabalho.
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Horas antes do anúncio, a organização publicou um artigo no qual dizia que mais de 928 empregados, na maioria de tempo integral, assinaram uma carta pedindo que os contratos fossem cumpridos depois que o Google rescindisse os de 34 responsáveis pela voz do Google Assistente.
Quando o anúncio foi feito mais tarde naquele dia, a equipe do Google Walkout for Change aplaudiu as novas mudanças, mas apontou que ainda havia trabalho a ser feito. “Essas transformações são significativas e somos inspirados pelos milhares de funcionários em tempo integral e [trabalhadores temporários, prestadores de serviços e contratados] que se reuniram para fazer isso acontecer. Isso prova que, quando superamos o que nos divide, até mesmo uma empresa do tamanho do Google pode ser transformada. No entanto, mesmo que esse seja um grande passo à frente, ainda há um longo caminho a ser percorrido.”
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