A forma como o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, administrará a pandemia da Covid-19 pode se tornar um modelo para executivos de negócios sobre como responder de forma estratégica, eficaz e eficiente a uma crise que atinge suas empresas.
Minutos depois de Biden ser eleito no final de semana, a agência de notícias “Axios” informou que nomearia hoje uma força-tarefa de 12 membros para o combate à Covid-19. Biden confirmou a informação em seu discurso de vitória.
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“Na segunda-feira (9), nomearei um grupo de cientistas e especialistas líderes como conselheiros de transição para ajudar no plano para o combate à Covid-19 e convertê-lo em um plano de ação que começará em 20 de janeiro de 2021”, disse Biden. “Esse plano será construído com base na ciência fundamental. Não pouparei esforços para contornar esta pandemia.”
Segundo a “Axios”, a força-tarefa será liderada por três copresidentes: o ex-cirurgião-geral Vivek Murthy, o ex-comissário da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) David Kessler e Marcella Nunez-Smith, da Universidade de Yale.
Em um discurso no mês passado, Biden não hesitou sobre o que faria a respeito do coronavírus se eleito: “Vou colocar imediatamente em prática uma estratégia nacional que posicionará nosso país para finalmente ficar à frente desse vírus e recuperar nossas vidas. Vou entrar em contato com todos os governadores dos estados, bem como prefeitos e autoridades locais para descobrir de que apoio eles precisam e quanto precisam”.
Segundo o presidente eleito, “vou pedir ao novo Congresso que proponha um projeto de lei até o final de janeiro, com todos os recursos necessários para analisar a saúde pública dos Estados Unidos e a resposta econômica”.
Planos de crise
Em qualquer período de instabilidade –especialmente um dessa magnitude–, sempre haverá pessoas que têm suas próprias ideias sobre como a situação deve ser administrada. Dezenas delas compartilharam seus conselhos sobre como o novo presidente eleito deveria responder à pandemia.
A boa notícia para Biden é que muitas dessas pessoas o incentivaram a fazer o que já está em seu plano. Isso inclui seguir a ciência, desenvolver rapidamente uma vacina segura e eficaz, ter políticas obrigatórias de uso de máscaras, testes e rastreamento de contato, garantir que os funcionários da linha de frente tenham o equipamento de proteção individual de que precisam e fornecer ajuda financeira às empresas.
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Alan Cohen, professor pesquisador especialista em política nacional de saúde da Boston University, olhou além da atual emergência norte-americana de saúde pública para o que poderia ser feito para ajudar a prevenir a próxima. Para esse fim, ele recomendou revisar e avaliar os planos anteriores de preparação para emergências desenvolvidos durante os governos George W. Bush e Barack Obama.
Com base nessa revisão, Cohen disse que deve ser elaborada uma nova estratégia nacional para lidar com doenças emergentes e outras ameaças à saúde pública, criar a infraestrutura necessária dentro do Departamento de Saúde e Serviços Humanos para apoiá-la e orçamentar e assegurar a apropriação do Congresso dos fundos federais necessários para implementar o novo plano de combate.
Alguns especialistas tiveram uma visão mais ampla da crise e ofereceram conselhos que podem ajudar qualquer empresa em qualquer situação de emergência: a importância de restaurar a confiança e se comunicar com eficácia. Caroline Sapriel é sócia-gerente da CS&A International, uma empresa de consultoria em gerenciamento de riscos e crises. Entre outras coisas, ela acha que Biden deve assumir imediatamente o problema e, assim, ajudar a restaurar a confiança do público.
Para ela, a comunicação também é fundamental. “Estabelecer e comunicar os fatos conhecidos e refutar rumores e mentiras ajudam a dar sentido ao caos. É bom especular a todo custo e fazer promessas que você não pode cumprir”, disse ela. “Um componente-chave de qualquer estratégia de recuperação bem-sucedida será alinhar as partes interessadas para que falem com uma só voz”, observou Caroline.
Caminho incerto para a recuperação
O plano Biden para o combate à Covid-19, que só será implementado am 20 de janeiro, quando Biden se torna presidente, representa uma mudança dramática na forma como a crise da pandemia será tratada e traz pelo menos três desafios principais.
Planos de crise são roteiros que podem ajudar as organizações a sair de uma crise e o de Biden pode ser o planejamento de crise mais importante da história. Se bem-sucedido, ajudaria todo um país a sair de uma das maiores situações de instabilidade e colocaria milhões de empresas e dezenas de milhões de pessoas no caminho da recuperação.
Uma análise do plano de combate do coronavírus no site da campanha de Biden, seus discursos antes das eleições e seu discurso de vitória na noite de sábado (7) fornecem lições-base que podem ser adotadas em períodos de instabilidade.
Veja, na galeria a seguir, oito ensinamentos do presidente eleito que os executivos devem levar a sério ao preparar ou atualizar planos de gestão de crise:
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Alistair Berg/Getty Images Seja claro e direto
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svetikd/Getty Images Tenha objetivos específicos
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Luis Alvarez/Getty Images Estabeleça metas
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damircudic/Getty Images Estabeleça prioridades
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Jose Luis Pelaez Inc/Getty Images Atribua responsabilidades
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domoyega/Getty Images Identifique e obtenha os recursos necessários para garantir o sucesso
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Wera Rodsawang/Getty Images Explique como o plano será implementado
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Flux Factory/Getty Images Coloque especialistas no comando
Seja claro e direto
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