No final de setembro, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para Covid-19 do IBGE mostrou que 7,9 milhões de brasileiros estão trabalhando remotamente. Esse número é resultado da crise causada pela pandemia de Covid-19, que obrigou empresas e funcionários de todo mundo a se adaptarem a uma nova realidade pautada no distanciamento social.
A Indeed, site de buscas de empregos no Brasil e no exterior, em parceria com a Censuswide, realizou uma pesquisa para entender melhor como a pandemia afetou a vida de funcionários e empresas.
LEIA TAMBÉM: Brasil chega a 14,1 mi de desempregados no 3º tri
O estudo foi feito em novembro deste ano em painéis online com 14.000 funcionários e 3.500 empregadores de 14 países, entre eles o Brasil, onde foram entrevistados 1.067 funcionários e 251 empregadores dos mais diversos setores, incluindo telecomunicações, varejo e vendas, finanças e educação.
Os dados revelaram desde a situação pessoal e financeira da amostra até o nível de confiabilidade das empresas no governo. Do lado das companhias, a pesquisa mostrou que 93% delas tentaram oferecer algum tipo de apoio aos colaboradores, enquanto 49% afirmam que, mesmo sob as novas circunstâncias, os empregados conseguiram chegar a 100% de produtividade.
Uma surpresa para o site de buscas foi o fato de que 44% das empresas participantes consideraram positivo o pacote de benefícios oferecido pelo governo para mitigar os impactos causados pela crise. Mesmo assim, afirmaram que ainda é necessário o desenvolvimento de um plano mais completo e que passe mais segurança.
A taxa de confiança no programa brasileiro é similar a países como Estados Unidos (45%), França (45%), Irlanda (44%) e Alemanha (40%), que tiveram abordagens diferentes para o controle da pandemia e das consequências econômicas por ela causadas.
Mas, se por um lado algumas empresas sentem que existe respaldo do governo, 25% dos funcionários afirmaram que tiveram redução de horas trabalhadas e de salários, enquanto 16% foram demitidos ou viram algum familiar perder o emprego. Outros 11% estão ansiosos pela possibilidade de serem mandados embora e sentem que não existe apoio governamental que garanta algum tipo de proteção caso isso aconteça.
Esses dados refletem a situação atual em que o Brasil se encontra por conta da crise. A PNAD Covid-19 mostra ainda que, no final de setembro, foi registrada uma taxa de desocupação de 14,4% no Brasil – o equivalente a 14 milhões de desempregados.
Em outubro, a PNAD registrou que 900 mil pessoas ocupadas e que estavam afastadas deixaram de receber remuneração e que 21,3% dos ocupados tiveram rendimento menor do que o normalmente recebido. Apenas 42,2% dos domicílios brasileiros receberam auxílio emergencial do governo.
A pesquisa mostrou, ainda, que 28% dos brasileiros afirmaram também ter percebido queda na saúde mental quando perguntados sobre o que mais influenciou sua situação pessoal durante a pandemia.
Para efeito de comparação, nos outros países, 19% dos entrevistados mencionaram a saúde mental como o que mais afetou suas vidas neste momento. Isso faz do tema o quinto mais citado, atrás do tempo passado com a família, (37%), da maior oportunidade para trabalhar de casa (30%), maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional (24%) e redução de horas trabalhadas e salário (20%).
Segundo Felipe Calbucci, diretor de vendas da Indeed no Brasil, outra surpresa foi que 11% dos brasileiros entrevistados responderam que, durante a pandemia, fizeram parte de algum trabalho voluntário ou comunitário. “A quarentena destacou vários problemas que sempre existiram em nossa sociedade, mas muitas vezes passavam despercebidos. Esse período certamente fez com que as pessoas se sentissem mais solidárias e dispostas a doar tempo e recursos”, afirma.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.