Assim como a maior parte daquilo que envolve o relacionamento humano, o mercado de trabalho passou por fortes transformações desde o último ano. Para além dos desafios provocados pela instabilidade econômica, a dinâmica entre líderes e colaboradores também precisou ser repensada, fazendo com que as equipes se adaptassem às novas demandas e necessidades.
Com os escritórios vazios e a pandemia da Covid-19, nunca foi tão importante colocar a resiliência em prática e aproximar os integrantes da equipe. Pelo menos é isso que afirma um novo levantamento da Page Executive, unidade de negócio do PageGroup especializada em recrutamento e seleção de executivos para alta direção, e adiantado com exclusividade à Forbes.
LEIA MAIS: EXCLUSIVO: Pesquisa revela 4 perfis de liderança que se destacaram durante a pandemia
“Vimos que líderes que escutam seus colaboradores e os incentivam a buscar a felicidade tendem a ser mais produtivos e engajados. Com isso, novas habilidades emergem, assim como funções que acompanham os objetivos de negócios e a realidade de um mercado em constante mudança”, explica Ricardo Basaglia, diretor geral da Page Executive. O especialista ainda reforçou a necessidade de uma gestão virtual baseada em empatia e flexibilidade para alcançar bons resultados.
A boa notícia para os C-Levels é que a demanda por seus cargos está em alta e deve continuar crescendo conforme avançamos em direção ao futuro. A busca por profissionais de alto nível costuma disparar em tempos de crise, e não será diferente ao longo de 2021.
Veja, na galeria abaixo, as 8 tendências executivas apontadas pelo estudo que devem perdurar nos próximos anos:
-
Morsalmages/Getty Images 1. O CFO é cada vez mais responsável por desenvolver a confiança nas organizações e gerar mudanças
Com a pandemia e o cenário de crise, as competências técnicas e emocionais dos CFOs (chief financial officers ou diretores financeiros) e de suas equipes foram ainda mais demandadas. Afinal, são funções estratégicas que podem apoiar a retomada dos negócios em um cenário de normalidade, fazer as adaptações necessárias à digitalização e traçar caminhos para a lucratividade.
Atualmente, o perfil mais valorizado para o cargo exige adaptação, resiliência, desenvolvimento técnico e inteligência emocional para conseguir promover o entendimento de todas as mudanças frente aos colaboradores. Mais do que nunca, os CFOs precisam oferecer estabilidade dinâmica, flexibilidade e capacidade de reinvenção dos negócios, sempre que necessário.
O CFO atual precisa estar aberto a ideias diversas, escutando acionistas e aprendendo com outras empresas. Por outro lado, com sua vasta experiência em relação a riscos e oportunidades, deve ser corajoso o suficiente para ir contra a maré. Com isso, as ferramentas dinâmicas de modelagem de risco e otimização de portfólio para desenvolver planos têm sido amplamente utilizadas para analisar novas maneiras de desenvolver a organização.
-
Marko Geber/Getty Images 2. A liderança virtual é orientada para resultados
As lideranças virtuais estão com foco em resultados, não mais em processos. Com isso, os executivos sêniores ficam em melhores posições para oferecer ambientes de trabalho mais confiáveis e transparentes, que mantenham a produtividade em alta e estimulem uma cultura de trabalho positiva entre os funcionários. O ambiente é essencial para exercer um gerenciamento remoto eficiente, que mantenha a equipe motivada, positiva e engajada.
Para promover a estabilidade dos times, os executivos devem se tornar fluentes em novas linguagens e estilos de comunicação e evitar estabelecer relações baseadas no controle de seus colaboradores. Canais de diálogo acolhedores e assertivos são essenciais para sobreviver e prosperar em ambientes de trabalho remoto.
-
MoMoProductions/Getty Images 2. Separe o que é corporativo do que é pessoal
Evite usar máquinas e plataformas do trabalho para resolver questões pessoais e não use seu e-mail corporativo para criar contas em sites não relacionados à sua atividade profissional. Também, não envie documentos e outros dados sigilosos do seu empregador para seu e-mail e outras plataformas pessoais.
-
Klaus Vedfelt/Getty Images 4. Níveis de diretoria enxergam a sustentabilidade como uma forma lucrativa de se fazer negócios
A sustentabilidade ganhou proeminência no nível da diretoria como uma forma lucrativa de fazer negócios, possibilitando que as empresas conquistem fatias de mercado e, simultaneamente, trabalhem para uma mudança positiva para as pessoas e o planeta.
Com a pandemia, o foco da aceleração da sustentabilidade nas organizações ganhou amplo destaque, já que as cadeias de suprimentos e práticas de trabalho foram fortemente interrompidas. No mundo atual, os negócios sustentáveis são caminhos para estabelecer uma relação de confiança com stakeholders, funcionários, comunidade local e consumidores. Mas a sustentabilidade também é um compromisso para desenvolver planos de negócios robustos e preparados para o futuro, que não apenas sobrevivam, mas prosperem, independentemente de cenários instáveis.
As próximas gerações estão exigindo cada vez mais que as empresas demonstrem seus esforços de sustentabilidade, especialmente se são líderes no mercado. São consumidores que deixarão de interagir com instituições que não sejam compatíveis com seus valores. Por isso, grande parte das empresas está investindo em sustentabilidade, uma vez que elas não têm mais escolha – precisam se manter atualizadas.
Quando as políticas e os funcionários estão alinhados aos objetivos sustentáveis, isso não apenas ajuda no crescimento do negócio, mas também resulta em uma parceria satisfatória em que todas as partes se sentem motivadas a trabalhar por um objetivo em comum.
-
Anúncio publicitário -
Fizkes/Getty Images 5. O CHRO especializado em negócios é essencial para conectar colaboradores ao desenvolvimento da organização
Os CHROs (chief human resources officers ou diretores de recursos humanos) de hoje estão na linha de frente no desenvolvimento da estratégia da empresa e na melhoria da competitividade. Em momentos de crise, é a sua agilidade que faz a diferença em manter as pessoas engajadas e comprometidas em uma cultura de confiança.
O CHRO moderno demanda um conhecimento profundo do negócio, além das competências emocionais para desenvolver relacionamentos e liderar a mudança organizacional. Eles também precisam de competências de liderança autêntica e de investimentos constantes em aprendizados que ‘humanizem’ os processos da empresa. Isso é crucial para as organizações serem competitivas em ambientes voláteis.
Os líderes de RH têm foco cada vez mais em pessoas e estão usando a personalização e o desenvolvimento para motivar os funcionários. As empresas que oferecem programas de atualização e qualificação aumentam o engajamento enquanto possibilitam o desenvolvimento dos talentos. Tais oportunidades de desenvolvimento estão sendo muito buscadas pelos funcionários: de acordo com uma pesquisa recente do PageGroup na Europa, 34% dos candidatos a emprego desenvolveram mais suas qualificações, 32% se atualizaram e 31% participaram de um webinar relacionado ao seu cargo. Isso significa que a revolução das competências está acontecendo, com ou sem o apoio da organização onde trabalham. Dessa forma, alinhando o crescimento do negócio com o crescimento de cada funcionário, o cargo de um CHRO, hoje, é mais complexo e recompensador do que nunca. As empresas estão se tornando mais humanas, promovendo a empatia e treinando seus líderes para motivar as pessoas e mantê-las comprometidas.
-
Ngampo Thongsai/Getty Images 6. O executivo deve ser empático e buscar o equilíbrio entre os objetivos de negócios e o bem-estar do colaborador
A empatia é uma habilidade demandada exponencialmente no mercado de trabalho atual. Uma diretoria executiva disposta a escutar e oferecer ajuda pode criar times mais felizes, engajados, produtivos e eficientes na resolução de problemas. Além disso, uma liderança empática é a chave para criar uma cultura corporativa saudável.
Cada vez mais a preocupação com os funcionários e com os resultados finais são levados em conta na formulação estratégica da empresa. Isso significa que, com funcionários trabalhando de forma remota e inseguranças, desmotivações e ansiedades vindo à tona, os líderes precisam se dedicar para conhecer e compreender as pessoas como indivíduos e considerar seus pontos fortes e fracos, checar como estão com frequência, atribuir tarefas com base em suas necessidades e objetivos e observar sinais de exaustão ou falta de envolvimento antes que atinjam um ponto crítico.
No entanto, é preciso ressaltar que há uma linha tênue entre empatia e simpatia – que pode ser vista como invasiva. Trata-se de um processo que envolve a conquista da confiança, a transparência e a escuta ativa. Manter os canais de comunicação abertos e criar um espaço seguro onde as pessoas podem ser realmente honestas é a base da liderança empática.
-
Shannon Fagan/Getty Images 7. O CGO está emergindo com visões integrais de crescimento de longo prazo
Conforme as empresas miram um crescimento contínuo em economias voláteis, estão encontrando valor em nomear um CGO (chief growth officer ou diretor de crescimento) para persistir em seus esforços de expansão. Este cargo emergente de nível executivo é uma versão expandida do CMO (chief marketing officer ou diretor de marketing) e, em alguns casos, pode até substituí-lo. As empresas que buscam por um bom CGO precisam procurar líderes com foco em dados, experiência interfuncional e digital para acompanhar as tendências do mercado de trabalho.
O CGO tem o foco centrado no cliente, quebra barreiras entre departamentos e alinha equipes para estratégias futuras. Portanto, a relação estreita do CGO com o CEO e com o restante da diretoria executiva oferece benefícios e geram soluções de alto nível entre os departamentos com vistas ao crescimento da organização.
-
8. C-Levels estão mais flexíveis às mudanças de setores
A pandemia fez com que muitos executivos começassem a trabalhar fora do escritório e a reconsiderar sua trajetória de carreira. A ideia de mudar de setor era uma escolha improvável anteriormente, mas as novas circunstâncias fazem essa ideia ser mais razoável.
Em geral, os executivos estão mais flexíveis em relação às possibilidades do mercado. Muitos não pretendem esperar que ocorra uma nova crise que possa comprometer suas funções, então, o salto para um setor que seja relacionado com a indústria de alguma maneira é visto como um passo estratégico na carreira.
Contratar executivos de fora do setor para cargos de alta liderança pode ajudar a desenvolver a inovação e aprimorar a gestão de pessoas para a cultura da empresa. Por conta das experiências e perfis diversos, os novos líderes também podem contribuir com a diversidade de pensamento e estímulo à inovação.
Para que as transições de carreira no nível executivo tenham sucesso, os profissionais devem compreender totalmente sua trajetória profissional. Agora, estão em uma posição de encontrar uma empresa que se alinhe totalmente a quem eles são, portanto, o autoconhecimento é fundamental. As chaves para o sucesso em uma transição desafiadora continuam sendo a paciência e o esforço persistente.
1. O CFO é cada vez mais responsável por desenvolver a confiança nas organizações e gerar mudanças
Com a pandemia e o cenário de crise, as competências técnicas e emocionais dos CFOs (chief financial officers ou diretores financeiros) e de suas equipes foram ainda mais demandadas. Afinal, são funções estratégicas que podem apoiar a retomada dos negócios em um cenário de normalidade, fazer as adaptações necessárias à digitalização e traçar caminhos para a lucratividade.
Atualmente, o perfil mais valorizado para o cargo exige adaptação, resiliência, desenvolvimento técnico e inteligência emocional para conseguir promover o entendimento de todas as mudanças frente aos colaboradores. Mais do que nunca, os CFOs precisam oferecer estabilidade dinâmica, flexibilidade e capacidade de reinvenção dos negócios, sempre que necessário.
O CFO atual precisa estar aberto a ideias diversas, escutando acionistas e aprendendo com outras empresas. Por outro lado, com sua vasta experiência em relação a riscos e oportunidades, deve ser corajoso o suficiente para ir contra a maré. Com isso, as ferramentas dinâmicas de modelagem de risco e otimização de portfólio para desenvolver planos têm sido amplamente utilizadas para analisar novas maneiras de desenvolver a organização.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.