Durante o último ano e meio, vimos mudanças sociais em escala global. Houve uma reconfiguração da “norma” em quase todos os aspectos de nossas vidas e, como tal, tivemos que adaptar nossas estratégias em todas as áreas, desde relacionamentos pessoais a técnicas educacionais e dinâmicas profissionais. Algumas pessoas tiveram mais facilidade do que outras para se ajustar a essa mudança, e isso pode ser devido a um grau mais alto da chamada flexibilidade cognitiva.
A flexibilidade cognitiva reflete até que ponto somos capazes de adaptar nossos processos de pensamento e comportamentos dentro de um ambiente em mudança. Pessoas com essa capacidade desenvolvida podem ajustar estratégias ineficazes rapidamente, reconhecer e evitar preconceitos e até mostrar resiliência diante da adversidade. Já os que não possuem essa habilidade tendem a lutar contra as mudanças devido ao seu pensamento rígido.
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A rede neural
Nossos sistemas nervosos comunicam informações por todo o nosso corpo por meio de vias neurais, que são as conexões formadas entre os neurônios em nosso cérebro. Quando pensamos em algo pela primeira vez, o órgão identifica um padrão e atribui um significado a ele. Quando pensamos na mesma coisa novamente, como fazemos durante nossas rotinas, as mesmas vias neurais se iluminam.
Cada vez que aprendemos algo, isso constrói os circuitos neurais nos nossos cérebros, aumentando sua eficiência. E cada vez que lembramos e utilizamos esse aprendizado, ele reforça os caminhos, desenvolvendo conexões e criando um mecanismo que permite que nosso cérebro acesse uma variedade de informações mais rapidamente.
À medida que o número de conexões aumenta nos nossos cérebros, somos mais capazes de fazer transições entre pensamentos ou “mudar de marcha” mais rapidamente. Essas conexões também nos permitem desenvolver melhores habilidades de observação e raciocínio, bem como desconstruir tarefas complexas de maneira mais eficaz.
Uma coisa importante a lembrar sobre nossos caminhos neurais é que todo aprendizado – tanto positivo quanto negativo – serve para construir conexões. Os circuitos usados com frequência se tornam mais robustos com o tempo. Portanto, considere como você está gastando suas energias e quais padrões você está fortalecendo, porque esses caminhos formam a base de seus hábitos, pensamentos, sentimentos e ações.
Simplificando, é possível aumentar a flexibilidade cognitiva ao tornar o aprendizado uma prioridade.
Veja, a galeria abaixo, as cinco melhores maneiras de desenvolver a flexibilidade cognitiva:
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Westend61/Getty Images 1. Mude as coisas
Se quisermos fortalecer os caminhos neurais existentes e construir novos, podemos fazer isso com pequenas mudanças em nosso dia a dia. Tente pegar um caminho diferente para o trabalho, altere sua rotina de exercícios ou use a outra mão para realizar uma tarefa diária. Esses tipos de pequenas mudanças não alteram a natureza essencial de sua rotina, mas forçam seu cérebro a “pensar fora da caixa” e formar novas conexões.
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Getty Images 2. Pegue a estrada menos percorrida
A vida moderna nos forneceu um número incontável de atalhos que fornecem o caminho mais fácil para o nosso destino, tanto literal quanto figurativamente. No entanto, melhorar a flexibilidade cognitiva exige enfrentar desafios regularmente, portanto, não se permita seguir o caminho mais fácil o tempo todo.
Por exemplo, em vez de usar um sistema de navegação para guiá-lo até seu destino, retire um mapa e trace seu curso no papel. Conforme você dirige, seu cérebro processa as relações espaciais da rota, em vez de apenas ouvir sua próxima curva, o que ativa diferentes caminhos dentro da sua mente.
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Getty Images 3. Experimente algo novo
Cada vez que você experimenta algo novo, seu cérebro faz novas conexões. Além do mais, nossas vias neurais funcionam por meio de um mensageiro químico específico, chamado neurotransmissor. Ativar esse mensageiro tem inúmeros benefícios; a dopamina, por exemplo, o neurotransmissor do “bem-estar”, ajuda a aumentar a empolgação de aprender algo novo. Mas seus efeitos vão muito além de melhorar nosso humor; ele também ajuda na concentração e no controle motor, estimulando a motivação e aumentando nossa capacidade de aprender.
Buscar novas atividades que envolvam nossas mentes e corpos de maneiras criativas, como linguagem, música, dança e arte, tem um efeito especialmente positivo na flexibilidade cognitiva.
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Robert Daly/Getty Images 4. Aplique o contexto
Esqueça a ideia de que você não pode ensinar novos truques a um cachorro velho; isso simplesmente não é verdade. O que acontece é o oposto. Nossos cérebros têm neuroplasticidade natural, o que significa que eles são capazes de mudar e formar novas conexões até o dia da nossa morte. Vemos isso na prática quando ocorre um dano cerebral; certas funções perdidas no trauma podem ser restauradas à medida que partes saudáveis do cérebro assumem o controle, formando novas conexões.
Se você deseja fortalecer a maneira como aplica seu conhecimento, ensine-o. Explicar um conceito ou ideia força você a reformular as informações de uma forma que as torne compreensíveis para outras pessoas. Quando mudamos nossa perspectiva, isso nos permite explorar novas maneiras de aplicar as informações em diferentes situações do mundo real.
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Luis Alvarez/ Getty Images 5. Abrace a diversidade
Vire sua visão de mundo de cabeça para baixo, procurando pessoas que veem e vivenciam a vida de maneira diferente. Iniciar um diálogo que desafia nossas ideias nos força a ter uma mentalidade divergente. Este padrão de pensamento de fluxo livre gera uma série de ideias diferentes em um curto período de tempo. Assim, pensar de maneiras não convencionais reduz a rigidez mental e aumenta a flexibilidade cognitiva.
Além disso, você colherá as recompensas essenciais por ter sido exposto à diversidade: diferentes personalidades, perspectivas e culturas. É uma situação em que todos ganham.
1. Mude as coisas
Se quisermos fortalecer os caminhos neurais existentes e construir novos, podemos fazer isso com pequenas mudanças em nosso dia a dia. Tente pegar um caminho diferente para o trabalho, altere sua rotina de exercícios ou use a outra mão para realizar uma tarefa diária. Esses tipos de pequenas mudanças não alteram a natureza essencial de sua rotina, mas forçam seu cérebro a “pensar fora da caixa” e formar novas conexões.
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