Uma das maneiras mais eficazes de fazer qualquer pessoa se envolver com o seu negócio é por meio da narrativa. E você não precisa de uma história única para fazer isso. Você só precisa de uma história com a qual seus clientes possam se identificar. Essa é a tese da criadora de conteúdo Catherine Nikkel, fundadora da empresa norte-americana Mindful Media. “As histórias têm poder de permanência. Elas são lembradas 22 vezes melhor do que os fatos. E uma história com que as pessoas consigam se identificar torna muito mais fácil para o seu público se ver em suas palavras.”
Nikkel tem ajudado muita gente, de CEOs a empreendedores e influenciadores, a triplicar seus compartilhamentos, disparar conteúdo salvo e aumentar engajamento nas mídias sociais fazendo ajustes muito simples na maneira como escrevem suas histórias pessoais online. Antes de clicar em “postar” em seu próximo story do Instagram, postagem no Facebook ou blog, faça essas três mudanças simples que ela sugere e veja os resultados.
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Mude de “eu” para “nós”
Usar a primeira pessoa do singular faz você parecer o herói da história. Mas a primeira pessoa do plural faz você parecer um líder. “Ser o herói é algo que beneficia o ego, mas seus seguidores estão menos interessados no que torna você tão bom e mais interessados no que eles recebem. Ser um guia é mais inclusivo.” Infelizmente, muitos empreendedores estão focados em ser o herói porque ouviram sobre a importância de criar uma “jornada do herói” para compartilhar com seus clientes em potencial. “As jornadas do herói criam ótimas histórias de filmes ou até histórias inspiradoras em seu site, mas seus seguidores nas mídias sociais procuram orientação”, explica Nikkel. A simples mudança de “eu” para “nós” ajuda clientes e clientes em potencial a passarem de testemunhas da jornada para se sentirem parte da jornada.
Se você já usou frases como “Consegui tanto em um fim de semana” ou “Meus clientes aumentaram 10 vezes sua receita com o que ensinei a a eles”, Nikkel diz que é hora de parar. Troque essas linhas por frases como: “É incrível o quanto podemos realizar em um fim de semana quando…” ou “Meus clientes aumentaram 10 vezes sua receita porque agiram em uma estratégia em que trabalhamos juntos”. Pequena mudança, grande impacto.
Desperte empatia, não compaixão
A compaixão é sentir pena de outra pessoa, enquanto a empatia é a capacidade de entender alguém. “A compaixão pode trazer uma enxurrada de orações, mas não lhe dará o engajamento que deseja”, diz Nikkel. Em suma, você não quer que as pessoas sintam pena de você. Você quer que as pessoas sintam junto com você.
O primeiro passo para injetar empatia em seu conteúdo é entender seu público ou as personas que consomem seu produto ou serviço”, diz Nikkel. Depois de definir os medos, problemas, obstáculos e frustrações do seu cliente ideal, você será capaz de descobrir o motivo pelo qual eles terão empatia. “Em seguida, apresente a situação empática – e uma solução – em sua história”, diz. Essa última parte é muitas pessoas erram. “Muitas vezes, os empreendedores estão apenas arejando suas roupas sujas nas mídias sociais e recebendo simpatia. Mas você precisa dizer ao seu público como limpar essa roupa suja e obter empatia. É aqui que a narrativa se conecta com o que você oferece, vende ou cria.”
Nikkel faz com que seus clientes preencham uma planilha para determinar e analisar os pontos problemáticos enfrentados por seus seguidores. Depois que um cliente dela de coaching de vida fez isso, ela percebeu que a falta de autoconfiança estava esmagando seus seguidores, mas eles eram mais propensos a rir disso em vídeos virais do que ler artigos sobre comportamento sobre o asunto. “Criamos um conteúdo que demonstrava ‘Ei, eu estive lá’ de uma maneira engraçada, mas também conversamos sobre como ela superou sua baixa autoestima – algo que raramente discutia antes. Em vez de apenas ler “Ah, lamento que você tenha passado por isso”, ela conseguiu uma série de novos clientes para seus negócios.
Comece com o clímax
Há uma razão pela qual o tráfego pode variar em até 500%: o título. “Sua primeira frase pode fazer você ou quebrar você”, diz Nikkel, que incentiva seus clientes a começar no clímax, pela dor ou pelo fim de uma história para trazer engajamento logo de cara. E depois voltar e compartilhar os detalhes. “Resista à tentação de chegar ao ponto alto no final. Comece pelo auge se quiser aumentar as conversões”, diz. “Ao contar minha própria história, muitas vezes começo com uma frase como ‘Fiquei paralisada da cintura para baixo’ ou ‘Estou me afastando de tudo’. Isso desperta a curiosidade”, explica Nikkel, que teve que reaprender como andar sete anos atrás após uma lesão na coluna. A narrativa poderosa vai atraindo o leitor de uma frase para outra.
Uma observação importante: nunca atraia o leitor e depois troque seu conteúdo. Se você começar com algo digno de um clique, não faça as pessoas se arrependerem de ler, falando sobre outra coisa. “Os relacionamentos — mesmo com os clientes — se resumem à confiança”, diz Nikkel. Se uma pessoa tem dúvidas sobre sua capacidade de cumprir uma promessa ou se sente enganada por meio de seu conteúdo, essa pessoa se torna muito menos propensa a comprar ou a compartilhar. “As pessoas não querem se sentir enganadas ou enganadas, elas querem se sentir ouvidas, compreendidas e, em última análise, cuidadas.”