Nova diretora-geral do Grupo Campari, multinacional italiana de bebidas, Amanda Dias Capucho passou por empresas em diferentes setores até chegar à empresa do Aperol e da cachaça Sagatiba.
Em 25 anos de carreira, com passagens por KPMG, BASF, Nespresso, Café Orfeu, Philips e BRF, Amanda Capucho teve contato com produtos, cadeias e clientes distintos. “Essa diversidade no background me ajudou a ter resiliência, pluralidade de ferramentas e criatividade para inovar”, diz ela, que hoje está à frente de 180 colaboradores da Campari no Brasil.
Mas a maturidade profissional também trouxe, na sua narrativa, humildade, característica que hoje valoriza em um profissional na sua equipe e que a destaca como líder – segundo ela mesma. “Para chegar à minha posição foi essencial abraçar cada oportunidade que surgiu, sem ter medo de errar”, afirma Capucho. Com o tempo, aprendeu a ter paciência em relação à carreira, além de aceitar ajuda e se apoiar nas pessoas certas, sem tentar ser uma “supermulher”, o que foi parte importante da sua trajetória. “Às vezes, é mais válido ter passos lentos e consistentes, do que ter pressa e pular etapas importantes que farão falta no futuro.”
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O C-Suite desta semana também traz movimentações nos setores de compra e venda online, farmacêutico e de tecnologia. Olivier Aizac é o novo CEO da OLX, Denize Savi é a nova Chief Happiness Officer da Chilli Beans e Katia Ortiz assume como VP da empresa americana de computação em nuvem ServiceNow.
Forbes: Quais habilidades você precisou desenvolver para chegar nesse ponto da carreira?
Amanda Capucho: Resiliência e superação de desafios, garra e determinação, trabalhar em equipes e com pessoas diversas e, muitas vezes, com perfis diferentes, gerenciar stakeholders e expectativas, ambição combinada à paciência, pois nem sempre o tempo que entendemos estar prontos é o tempo da empresa, valorizar minhas características e competências, e não me moldar para agradar os outros, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, pois o perfil workaholic não ajuda ninguém, nós mesmos, empresa ou equipe, e foco em resultados de longo prazo, pois não há atalhos e a qualidade do que fazemos garante longevidade dos resultados que obtemos.
F: Quais as 5 principais características que você busca hoje em um profissional da sua equipe?
AC:
- Paixão – quando um time ou uma pessoa ama o que faz, vale por um exército;
- Sentimento de dono (ownership) e iniciativa – pensar sempre no que é melhor para a companhia, não necessariamente para mim. O que eu faria, como me sentiria, que atitude tomaria se a empresa fosse minha;
- Humildade e busca pelo desenvolvimento constante – a mudança é uma constante e não existem verdades absolutas, por isso a construção em equipe é tão rica, além da troca e inspiração externa;
- Transparência – evitar surpresas, trazer os problemas, dúvidas ou erros para cima da mesa, só assim conseguimos aprender com eles e resolvê-los, sem medo de qualquer julgamento;
- Saber ouvir e trabalhar em equipe – não ser dono da verdade, mas saber se colocar, ouvir ativamente e refletir com os contrapontos e ideias diferentes.
F: O que você recomenda, em termos de formação e experiência, para um profissional com a ambição de chegar à liderança?
AC: O caminho de cada um é diferente, não existe uma regra. O importante é abraçar cada oportunidade. Fazer bem feito, com qualidade, com resultados consistentes, aprendendo ao máximo tanto as habilidades técnicas, quanto as soft skills.
É importante também manter a ambição, pois a jornada não é fácil nem rápida. Precisamos de paciência e perseverança. Compreender que talvez não seja exatamente como planejado, mas que cada passo te gera valor como líder e como pessoa. Às vezes, é mais válido ter passos lentos e consistentes, formando realmente as competências que você vai precisar, do que ter pressa e acabar pulando etapas importantes que farão falta no futuro.
No caso de líderes mulheres, eu também adicionaria o ponto de autocobrança e de cuidado com a síndrome da impostora. Muitas mulheres que conheço se acham menos preparadas para uma vaga ou não se aplicam a um cargo de liderança por quererem ser mães. Isso é um paradigma da nossa cabeça! E, muitas vezes, nosso maior inimigo contra a carreira somos nós mesmas!
F: Quais foram seus diferenciais para chegar a essa posição?
AC: Sempre digo que tive sorte. O que, na minha definição, é a junção de ter oportunidade com a competência e prontidão para agarrá-la. Para chegar à minha posição foi essencial abraçar cada oportunidade que surgiu, sem ter medo de errar. Com essa humildade, consegui me cercar e me apoiar em pessoas maravilhosas, que me ensinaram muito e que me ajudaram a construir resultados incríveis.
AC: Durante seus 25 anos de carreira, você passou por empresas em setores diversos. Como transitar em diferentes companhias pode agregar para a carreira?
F: A experiência em diferentes segmentos me ajudou a formar uma bagagem sólida de atuação em diferentes canais, perfis de empresas, produtos, cadeias e clientes. Essa diversidade no background me ajudou a ter resiliência, pluralidade de ferramentas e criatividade para inovar e buscar sempre o melhor, sem os padrões já existentes em um determinado mercado ou categoria. Cada vez que mudei de empresa ou de segmento, aprendi muita coisa nova, conheci muita gente, interagi com stakeholders muito diferentes. E isso me fortaleceu, me deixou mais completa e mais pronta para superar desafios novos e diferentes que aparecem a cada dia.
F: O que você gostaria de ter ouvido no início da carreira que poderia ter feito a diferença?
AC: Um ponto que aprendi mais recentemente e que considero crucial é saber contar com a rede de apoio. No início da carreira, me cobrava muito para ser uma supermulher, autônoma, sem erros, profissional, mãe e esposa perfeita. Isso não existe e essa autocobrança só nos prejudica, nos sobrecarrega e acaba nos limitando. Aprendi que não precisamos ser perfeitas, não estamos sozinhas e podemos sim errar, pedir desculpas, dizer que não sabemos ou que não conseguimos e contar com o apoio de muita gente no trabalho, no nosso networking e na nossa família e amigos.
Por quais empresas passou
KPMG, BASF, Nespresso, Café Orfeu, Philips e BRF
Formação
Administração de empresas na Mauá, Pós na FGV, MBA em Marketing na ESPM e uma especialização em Digital pela Kellog
Primeiro emprego
Auditora externa pela KPMG
Primeiro cargo de liderança
Marketing na BASF
Veja, abaixo, outras movimentações C-Level que ocorreram nos últimos 15 dias.
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Olivier Aizac (à esquerda) é o novo CEO da OLX no Brasil. Aizac atuou no conselho da empresa de 2015 a 2018, além de ter liderado a mediatech Webedia Brasil, e a Holu Solar, de tecnologia verde, e fundado o marketplace francês leboncoin.fr. O executivo assume em 1º de junho, sucedendo o holandês Andries Oudshoorn (à direita), fundador da bomnegocio.com, que se fundiu com a OLX em 2014.
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Denize Savi é a nova Chief Happiness Officer (CHO) da Chilli Beans, e vai atuar como grande incentivadora da empresa. Especializada em Ciência da Felicidade, Savi tem MBA em Psicologia Positiva, Neurociência e Comportamento e obteve a certificação de Chief Happiness Officer. Ela é jornalista, com passagens pela Band, TV Cultura e Grupo Jovem Pan.
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A ServiceNow, companhia norte-americana de computação em nuvem, anuncia que Katia Ortiz, que esteve por quase oito anos como country manager da companhia para o Brasil, acumulando em 2021 o cargo de vice-presidente regional, é agora a VP para a América Latina. A executiva iniciou sua trajetória na empresa em 2015. Agora, Juliana Fernandes, que também está na ServiceNow há quase oito anos, assume como vice-presidente e country manager para o Brasil.
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Gustavo Âmbar é o novo gerente geral da Whirpool no Brasil e vice-presidente na América Latina. Com mais de 25 anos de experiência, passou por empresas como Danone, PepsiCo e Philip Morris.
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A farmacêutica Eli Lilly anunciou Carlos Alberto Ferreira como novo diretor sênior de acesso ao mercado e assuntos corporativos no Brasil. Com trajetória de quase 20 anos na indústria, o executivo atuou como gerente institucional de acesso à oncologia na Pfizer por mais de uma década e está há quase cinco anos na Lilly.
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A farmacêutica Allergan Aesthetics nomeou Andrea Gaeta como gerente geral Brasil, após ter atuado, nos últimos dois anos, como diretora comercial. Carolina Arslanian também é a nova diretora de marketing no Brasil à frente das marcas Botox, Juvéderm, HArmonyCa e CoolSculpting. A empresa anuncia ainda a chegada de Juliana Borges (foto) como diretora comercial. Carolina tem mais de 15 anos de experiência e ingressou na Allergan em 2019 como diretora de gestão de produtos em uma divisão de cuidados com a pele nos EUA. Já Juliana possui mais de 20 anos de experiência na indústria farmacêutica, sendo os últimos 15 na área de estética, na Galderma.
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Felipe Gomes, então CEO da empresa de benefícios Ticket, assume como CEO do Banco Carrefour, fintech da varejista. O executivo, com 26 anos de carreira, acumula passagens por grandes companhias, como Allianz, Oi e Brasil Telecom.
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Mirella Lisboa é a nova gerente de inovação aberta da plataforma AgroStart, da BASF, na América Latina. Lisboa é engenheira química, foi cofundadora do onono, Centro de Experiências Científicas e Digitais da BASF e head de Corporate Success e Inovação Aberta do Cubo Itaú.
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A CertiSign, empresa de tecnologia em certificação digital anuncia Marco Americo D. Antonio como CEO. O executivo acumula mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, à frente de empresas como Unicoba, Docusign, UOL Diveo e Diveo.
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Murilo Lico, ex-Credit Suisse, é o novo executivo à frente da área de marketing e comunicação da Valid, IDTech especializada em identificação digital. O executivo tem mais de 20 anos de experiência também com passagens por consultorias e grupos de comunicação.
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A Claranet, que fornece serviços de tecnologias de Cloud’s, Cibersegurança, Dados, DevOps e Serviços Gerenciado, anuncia a chegada de Luciana Rauen como diretora de pessoas. A executiva já atuou em multinacionais como Oracle, Roche Pharmaceuticals e MSD, onde ficou por mais de onze anos.
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A Accountfy, plataforma SaaS (Software as a Service) que auxilia na gestão financeira de empresas, anunciou Bruno Moraes como seu novo head de vendas. O executivo tem passagem por empresas como Convenia e Ascential.
Olivier Aizac (à esquerda) é o novo CEO da OLX no Brasil. Aizac atuou no conselho da empresa de 2015 a 2018, além de ter liderado a mediatech Webedia Brasil, e a Holu Solar, de tecnologia verde, e fundado o marketplace francês leboncoin.fr. O executivo assume em 1º de junho, sucedendo o holandês Andries Oudshoorn (à direita), fundador da bomnegocio.com, que se fundiu com a OLX em 2014.