Mergulhados na tecnologia, jovens da Geração Z usam ferramentas como o ChatGPT para fazer pesquisas e melhorar seus currículos
Nos últimos anos, profissionais têm se preocupado cada vez mais com o impacto da inteligência artificial no futuro do trabalho. Enquanto alguns argumentam que a IA vai substituir empregos e intensificar as desigualdades, outros acreditam que essa tecnologia impulsiona a produtividade e a criação de novas oportunidades profissionais.
A Geração Z, que contempla os nascidos entre 1995 e 2010, está melhor posicionada do que qualquer outra para compreender os impactos da IA no local de trabalho.
Um levantamento da EduBirdie, plataforma de assistência acadêmica que oferece diversos serviços para estudantes, esclarece como a Geração Z vê a IA no ambiente profissional.
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O lado bom e o lado ruim de usar o ChatGPT no trabalho
O estudo entrevistou 2.000 profissionais da Geração Z nos EUA para entender como eles usam o ChatGPT, um modelo de linguagem baseado em IA, nas suas rotinas de trabalho.
Por um lado, os resultados mostram que a Geração Z está adotando essa tecnologia para ajudá-los nas suas tarefas. Por outro, revela que muitos estão lutando com a culpa e a dependência associadas a esse uso.
O estudo revelou que 36% dos entrevistados da Geração Z se sentem culpados por usar IA no trabalho. Além disso, 1 em cada 3 expressou preocupação em depender demais do ChatGPT, pois acreditavam que isso poderia limitar suas habilidades de pensamento crítico. Além disso, 18% dos entrevistados afirmaram que isso prejudicava a sua criatividade.
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Uma possível explicação para as reações mistas em relação à IA é que a Geração Z está mais consciente das potenciais consequências da sua utilização do que as gerações anteriores. Esses jovens cresceram numa era de rápidas mudanças tecnológicas e são mais propensos a estar familiarizados com as implicações éticas e sociais da IA. Isso pode explicar porque eles têm sentimentos de responsabilidade e culpa quando dependem da IA nas suas tarefas de trabalho.
Outro fator que pode contribuir para esse cenário é a falta de educação e formação desses profissionais, os últimos a entrar no mercado de trabalho. O estudo também revelou que 20% dos entrevistados da Geração Z encontraram dificuldades ao usar IA no trabalho – e 2% foram demitidos por usarem o ChatGPT.
Isso reafirma a necessidade de uma melhor educação sobre a utilização adequada e eficaz da IA como ferramenta de trabalho.
Como a Geração Z está usando a IA
Apesar dos desafios associados à IA, também existem muitos benefícios. O estudo mostra que quase metade dos entrevistados da Geração Z concordaram que a IA os tornou mais criativos, e 1 em cada 7 relatou um aumento salarial. Isso sugere que a IA tem potencial de melhorar a produtividade e criar novas oportunidades, especialmente em áreas que exigem criatividade e inovação.
A Geração Z usa o ChatGPT principalmente para:
- Pesquisas (61%);
- Geração de ideias e brainstorming (56%);
- Escrita e criação de conteúdo (42%);
- Melhorias nos currículos e candidaturas para se destacar no processo de contratação (23%).
O ChatGPT pode substituir o seu trabalho?
De acordo com uma pesquisa recente, a Geração Z não está muito preocupada com a possibilidade de a IA substituí-los no local de trabalho este ano, com apenas 9% acreditando que isso seja provável. No entanto, 61% dos entrevistados acreditam que a IA poderia assumir o controle de seus empregos em 10 anos.
Os programadores, em particular, usam IA para escrever códigos para eles, então estão se perguntando se poderiam ser facilmente substituídos por essa tecnologia. Vale a pena notar, no entanto, que, embora os assistentes alimentados por IA, como o ChatGPT, tenham um vasto conhecimento e domínio para escrever códigos, eles não têm a experiência e conhecimento necessários para resolver problemas muito específicos ou complexos.
A IA veio para ficar e tem potencial para moldar significativamente o futuro do trabalho. À medida que a tecnologia continua a evoluir, precisamos encontrar um equilíbrio entre utilizá-la a nosso favor e garantir que não fiquemos dependentes. Com a educação e a formação adequadas, podemos aproveitar o poder da IA para aumentar a produtividade, a criatividade e a inovação no trabalho.
*Luciana Paulise é colaboradora da Forbes US. Ela é escritora e consultora especializada em empoderar mulheres de grupos minoritários.
