Os Melhores Conselhos de Carreira Que os CEOs Já Receberam

Alexandre Maioral, presidente da Oracle

“O melhor conselho de carreira que eu já recebi foi do meu pai. Eu estou há 14 anos na Oracle, já passei por muitos momentos na empresa. No início, eu já era vice-presidente na América Latina e o contexto de algumas pessoas me incomodava muito e eu pensei em sair. Fui conversar com o meu pai, expliquei o que estava acontecendo em volta, e ele falou: olha para frente, faz o seu melhor e não fica preocupado com o entorno. Vejo muitos colegas e profissionais tão preocupados com o entorno que desfocam a energia do seu trabalho. Depois de alguns meses, eu tive a prova de que isso realmente funciona.”

Tânia Cosentino, CEO da Microsoft

“O melhor conselho que já recebi foi ‘seja dona da sua carreira’. Eu sou do tempo do comando e controle, a gente delegava para o chefe a responsabilidade da nossa carreira. E aí em um determinado momento eu ouvi isso e assumi essa liderança. Foi aí que eu decidi ser protagonista e mudar de empresa. Porque eu iria crescer lá, mas no ritmo da empresa, não no meu. Eu acho que esse foi um conselho importante e que me chacoalhou.”

Fábio Coelho, presidente do Google Brasil e vice-presidente da Google Inc.

“O melhor conselho sobre carreira que recebi é ‘não pensar demais sobre o ponto de chegada ou final’, afinal carreira parece uma corrida para chegar a algum lugar e isso não necessariamente precisa ser um objetivo. É como escrever uma história: você precisa se movimentar dentro de uma estratégia de desenvolvimento de habilidades e experiências que compõem a sua narrativa e reputação profissional. Sempre faço uma analogia ao jogo de xadrez, que eu pessoalmente adoro. Por seu dinamismo, o jogo também depende de fatores que não estão no meu controle, assim como acontece com a carreira. Esse conselho me ajudou a refletir sobre o que eu estava realmente buscando e, depois de anos, o traduzi em uma busca constante por autonomia, relevância e capacidade de impacto.”

Claudia Muchaluat, presidente da Intel Brasil

“Crescimento e conforto não coexistem. A zona de conforto é extremamente acolhedora e aconchegante, mas não é nela que se acelera o crescimento. Crescer é desconfortável, e nos desenvolvemos mais como pessoas e profissionais justamente nos momentos em que nos arriscamos.

‘Nossa responsabilidade é do tamanho do nosso privilégio’. Nosso valor não é só o que sabemos, mas também o que compartilhamos. A expressão ‘palavras movem, mas exemplos arrastam’ fez ainda mais sentido na minha vida. Como líder, você tem que pensar sempre no seu alcance e no impacto positivo que pode gerar na cadeia como um todo: colaboradores, parceiros, clientes e sociedade de uma maneira geral.”

Maurício Rodrigues, CEO da divisão agrícola da Bayer para a América Latina

“Ter um plano de desenvolvimento individual em que eu focasse menos nos títulos e funções e mais nas oportunidades de novas experiências e de desenvolvimento de habilidades necessárias. Esse foi sem dúvida um dos maiores conselhos que eu recebi. Protagonizar o meu desenvolvimento significou sair da zona de conforto, abrir mais portas, assumir mais riscos, me expor mais. E me habilitou a alcançar espaços que inicialmente eu nem imaginaria.”

Adriana Aroulho, CEO da SAP no Brasil

“A melhor dica que já recebi foi de uma alta executiva que estava tentando me contratar para uma posição regional. Eu estava receosa, e ela foi certeira: me perguntou se eu ia pra casa todos os dias pensando se tinha aprendido algo novo. Aquilo me fez pensar. Acabei aceitando e foi uma das melhores decisões que tomei. Até hoje me pego pensando e fazendo esta reflexão em todas as posições em que estou, sempre aprendendo e não me permitindo me acomodar.”

Edgard Corona, CEO da Smart Fit

“Se você não erra você não aprende, porque o erro faz parte do aprendizado.Se você não trabalhar com propósito, não tiver uma missão que esteja alinhada com sua missão de vida, você não vai se realizar. O maior talento é sempre reconhecer as tuas deficiências e se socorrer com gente melhor que você.”

Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black

“Construa o seu repertório. Para além do cargo, a conexão com as pessoas acontece quando somos interessantes, interessados e jamais interesseiros. Ter um bom repertório, para além de nos manter em constante aprendizado, muitas vezes é um grande diferencial. Essa construção se dá pela congruência de experiências, conexões e estudo. Olhar para temas que vão além das nossas bolhas, conversar com pessoas diferentes do habitual, ir a eventos de diferentes temáticas e se manter genuinamente interessado e curioso. Ter um olhar humanizado para o corpo, mente e espírito, inserindo de maneira disciplinada atividades físicas, práticas de meditação, conexões espirituais (independentemente da sua religião) e terapia.”

Rodolfo Eschenbach, presidente da Accenture para América Latina

“Cresci em meio a mentes moldadas para a liderança. Eram executivos conscientes de que uma vida profissional só se cumpre quando se dedica tempo ao desenvolvimento de outros profissionais. Aprendi com eles as lições que hoje me ajudam a compreender a importância da resiliência e do propósito. Resiliência – a capacidade de se recuperar de contratempos e se adaptar às mudanças – é crucial para enfrentar desafios e incertezas de qualquer jornada profissional. Também me ensinaram a importância do senso de propósito, especialmente em tempos difíceis. A interação desses dois elementos oferece uma lição poderosa: ao alinhar resiliência e propósito, podemos transformar obstáculos em oportunidades de crescimento. Assim, temos impacto duradouro e a evolução contínua, na vida pessoal e profissional.”

Adriana Costa, CEO da Siemens Healthineers Brasil

“Aprendi muito cedo na minha trajetória profissional a importância de manter o foco nas pessoas. Em um mundo em constante transformação, os anseios e expectativas de cada um evoluem rapidamente, bem como a necessidade de desenvolver novas habilidades para gerar equipes de alta performance. 

Outro fator essencial é ter uma mente aberta e a coragem de revisar constantemente nossas rotas. A agilidade é fundamental, especialmente em mercados de alta volatilidade. A capacidade de agir no presente, sem perder a conexão com uma visão de longo prazo e os impactos coletivos gerados, permite uma adaptação mais rápida às novas tendências e à sustentabilidade dos negócios. É necessário estar disposto a experimentar novas abordagens e sempre aprender com os erros. Às vezes, pode ser desconfortável mudar de direção, mas essa coragem de revisitar nossas estratégias é o que nos permite prosperar em ambientes em transformação.”

Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú

“Tive muitos mentores e mentoras durante a minha carreira e já recebi muitos conselhos. Mas tem um que sempre me acompanhou e é cada vez mais necessário para a gestão: sejamos legais com as pessoas. Já passou da hora de a gente entender que ser um líder carrasco, top down e autoritário não é o melhor caminho para gerir e mobilizar. O segundo ponto é que a gente não conhece o momento das pessoas que estão conosco, não temos a visibilidade total do que elas estão vivendo. E o terceiro é que eu não sou CEO, eu estou CEO, e não vou mudar o meu comportamento com as pessoas. A liderança pode inflar o ego, mas em pouco tempo o mercado dá uma volta e você pode estar numa outra posição. A tentativa é de sempre ser o mais legal e positivo possível, sem perder a firmeza e a estratégia.”

Rachel Maia, fundadora e CEO da RM Consulting

“Um dos melhores conselhos que recebi ao longo da minha carreira foi sempre ser autêntica e confiar em mim mesma. Em um ambiente corporativo repleto de desafios, percebi que me manter fiel aos meus princípios é fundamental. Sempre que me deparo com desafios, busco refletir sobre minhas motivações e paixões, pois isso me ajuda a tomar decisões mais assertivas e alinhadas com quem realmente sou. Para mim, a autenticidade não é apenas uma escolha; é uma força poderosa que pode transformar a trajetória profissional de qualquer um. Esse princípio me guia e me inspira a enfrentar desafios com confiança.”

Luciana Wodzik, CEO da BU de calçados e acessórios da AZZAS 2154

“Sempre tive perto de mim pessoas que me inspiraram a ser melhor todos os dias, a dar o meu melhor, fazer a diferença e imprimir meu jeito de fazer. É preciso ter inquietude e a ‘antena’ ligada para absorver o que faz sentido para o nosso negócio, além de desenvolver a capacidade de formar times competentes, confiantes e apaixonados. ‘Ser feliz no processo’ e ‘a meta batida é a base para próxima meta’ são os conselhos mais marcantes e aqui ouso deixar o meu: ‘potência máxima na execução’ todo dia – meu mantra que pauta a liderança na Arezzo&Co.”

João Adibe, CEO da Cimed

“Os melhores conselhos de carreira que recebi vieram do meu pai, João de Castro Marques. Ele sempre dizia que eu e minha irmã tínhamos que ser melhores do que ele, que era o ciclo natural. Eu acredito muito nisso e tento guiar os meus filhos com os mesmos ensinamentos: nunca esquecer as nossas origens e honrar o legado dos meus pais e avós deles, que criaram a empresa; empreender no negócio da empresa, seja qual for a área de atuação ou formação de cada um; ter sempre a inovação e a reinvenção como premissas para crescer.”

Gabriela Onofre, CEO do Publicis Groupe no Brasil

“Dois conselhos foram fundamentais para que eu chegasse à posição de CEO. Um veio do Olivier Faujour, meu primeiro diretor na P&G, onde comecei minha jornada no mundo corporativo. Ele sempre reforçava a importância de comunicar com clareza a minha visão, lembrando que pessoas escolhem pessoas para trabalhar e sonhos para construir juntas. O outro foi do Tarek Farahat, na época presidente da P&G. Ele me ensinou a importância de confiar em mim mesma, de não ter medo de me arriscar nem de aprender coisas novas. Isso foi fundamental para que eu me movimentasse com fluidez por diferentes áreas e realidades e para que desenvolvesse a minha capacidade de gestão de pessoas.”

Felipe Calbucci, CEO Latam da TotalPass

“Os melhores conselhos que eu já recebi são: curiosidade, humildade e cabeça aberta para aprender. A gente não sabe tudo e muitas vezes a resposta está nas outras pessoas. Cuide das relações. No fim do dia, tudo é sobre as pessoas, então faça o bem, que o bem vai voltar para você. Parece um negócio meio lúdico, mas cumpra o que prometeu, pense sempre na relação positiva. Quando você se der conta, todo mundo vai estar te ajudando porque você ajudou todo mundo.”

Vivi Duarte, CEO da Plano Feminino

“Se comprometa com suas metas e seja ousada, sem perder a noção de tempos e movimentos de seu negócio. Não queira agradar todo mundo e defenda suas ideias se acredita nelas. Foque no resultado e cuide da sua equipe, mas não a ponto de se tornar a mãe de ninguém. Seja uma líder inspiradora que cobra e treina para resultados de alta performance e não aceite trabalhar com quem joga contra, tome decisões rápidas sem pestanejar. Tenha foco em executar o planejado – considerando com objetividade mudanças de rota e a construção de um time comprometido com os resultados.”

Livia Chanes, CEO do Nubank

“Nunca deixe de ter paixão pelo aprendizado e aprenda cada vez mais a se cercar de pessoas mais inteligentes e mais capazes do que você. Ser um líder é, acima de tudo, um ato de generosidade, de humildade. Quando a gente realmente entende isso e se coloca nesse lugar de ser um grande facilitador para que as pessoas brilhem ao nosso redor, a gente vê que esses resultados se materializam de uma forma muito forte.”

Joyci Lin, CEO da Go Eyewear

“‘Seja mais paciente e menos tolerante’. Às vezes a gente tolera muito e quando vai agir já está num nível de estresse, de raiva. Então a gente tem que tolerar menos, mas agir com delicadeza. Ser dura com os problemas e gentil com as pessoas.”