Ninguém, absolutamente ninguém, está livre de cometer erros. Algumas pessoas, entretanto, insistem estar certas mesmo quando todas as evidências sugerem o contrário. No ambiente de trabalho, isso pode ser desastroso, ao criar conflitos que afetam a produtividade daquela pessoa e do time.
É essencial que todos nós que trabalhamos – do CEO à dona de casa – tenhamos introjetado que o erro faz parte de todas as atividades. Quanto maior é a percepção de que somos infalíveis, mais altas as chances de, sendo o erro exposto, sermos crucificados por nós mesmos.
Ser resiliente, palavra que vem circulando fortemente nas redes sociais desde o início da pandemia, não é só aguentar a pressão das cobranças se algo saiu errado (do ambiente corporativo ao ambiente esportivo e familiar), mas também é admitir que se é falível e aprender a ser flexível.
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O segredo de pessoas com alta performance profissional é, dentre outras coisas, saber equilibrar sucessos, insucessos, acertos e recaídas, derrapagens e más escolhas ou definições de prioridade equivocadas. Porque assim é a vida: um vai e vem entre certezas e incertezas, erros e acertos.
Reconhecer que se é falível não é sentença de isolamento ou de fraqueza, mas de que está abrindo as portas para aprender, para mudar a si mesmo. Ao contrário do que você possa imaginar, você não perderá o respeito dos colegas de trabalho, mas o ganhará.
Por fim, ao ensinar liderados ou colegas a partir de equívocos que você cometeu, dando transparência a seus próprios erros, vai ajudá-los a se tornarem também melhores funcionários e melhores pessoas. Como sempre gosto de repetir, o exemplo não é a melhor forma de ensinar algo a alguém. É a única.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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