A abertura dos negócios no mercado de câmbio hoje (21) deu sequência à apreciação do dólar em relação ao real. Os investidores buscaram proteção via moeda norte-americana em mais um dia de aversão ao risco nos mercados globais pelo avanço da Covid-19, causada pelo coronavírus, e o impacto econômico do surto.
A China tem mais de 75.400 casos da doença e 2.236 pessoas morreram, a maioria na província de Hubei, na região central da China, e em Wuhan, onde o vírus surgiu em um mercado de animais silvestres, em dezembro.
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No Brasil, a forte queda na bolsa com a venda maciça de ações antes do feriado de carnaval acentuava o movimento do câmbio. No entanto, os indicadores PMI industrial e de serviços divulgado nos Estados Unidos forçaram uma inversão de tendência no início da tarde.
A atividade empresarial nos EUA nos setores de manufatura e de serviços ficou estagnada em fevereiro. De acordo com a pesquisa do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), houve queda para 49,4 pontos em fevereiro, menor nível desde outubro de 2013.
De acordo com Sillas de Souza Cezar, professor de economia da FAAP, índices como este nos EUA são muito específicos e precisos e, por isso, grandes influenciadores de decisões no mercado financeiro. “O mundo fica preocupado com qualquer sinal de que os EUA não vão crescer, uma vez que a China já tem a economia prejudicada pelo coronavírus”.
Cezar explicou o rápido movimento de queda do dólar hoje, que durou cerca de 40 minutos, a partir do final da manhã. “Com a volatilidade atual nos mercados, a divulgação de um indicador como este faz os investidores fugirem rapidamente para outros ativos, como o ouro. Depois, eles leem o relatório com mais calma e o cálculo deixa de ser sanguíneo e passa a ser mais racional”.
O dólar comercial fechou perto da estabilidade em relação ao real, com ligeira alta de 0,04% a R$ 4,393.
O mercado de câmbio segue fechado no Brasil durante todo o feriado de carnaval e volta a ter operações na quarta-feira de cinzas (26), a partir do meio dia.
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Luciene Miranda é jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios com coberturas independentes na B3, NYSE, Nasdaq e CBOT
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