Nós, médicos, temos visto um número gigantesco de pessoas dizerem estar se sentindo desesperançadas, para baixo, impotentes. É muito provável que milhões de pessoas no Brasil estejam exibindo alguns dos sinais de depressão. Como saber se o que você vem sentindo é sinal da doença ou de um estado de espírito que parece ter entrado na vida de muitos de nós desde que o coronavírus se espalhou pelo mundo?
É absolutamente normal estar se sentindo triste e desencorajado neste momento em que não temos ideia de quando e como sairemos desta. Tristeza, assim como alegria, são emoções básicas e estão interligadas à história do ser humano na Terra. Nós nos sentimos tristes quando perdemos pessoas que nos eram caras, por exemplo, ou quando as circunstâncias da nossa vida caminham para um cenário não muito animador.
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As emoções são experiências momentâneas. Mesmo quando estamos vivendo um período triste em nossas vidas, há momentos do dia em que nos sentimos melhores.
A depressão, por outro lado, não é uma experiência, mas uma doença que se caracteriza por uma série de sintomas. A melancolia persistente é apenas uma das faces dela. E essa tristeza não é algo natural, mas patológica, anormal.
Quem está deprimido perde o ânimo para fazer qualquer coisa, tem problemas sérios de sono, passando a dormir o dia todo ou não conseguindo dormir à noite, perde a libido e o apetite, não consegue raciocinar direito, tem dores pelo corpo que não têm uma causa real. Em casos muito graves, a pessoa com depressão chega a pensar na morte como a única solução para a sua falta de ânimo perante a vida.
Diferentemente da tristeza, que apenas altera o nosso humor para pior, a depressão altera completamente a vida do doente, ao ponto de ele sequer conseguir realizar tarefas do dia a dia.
Se, por acaso, você suspeita apresentar algum desses sinais, busque um profissional de saúde. O Conselho Federal de Medicina autorizou o uso da telemedicina enquanto a pandemia durar.
Há boas notícias no que se refere à depressão: a imensa maioria das pessoas responde de forma muito positiva aos remédios antidepressivos. Os medicamentos, que estão cada vez mais avançados, são capazes de dar grande qualidade de vida a quem convive com essa doença.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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