O CEO do Twitter, Jack Dorsey, pediu desculpas pelo hack que comprometeu alguns dos usuários mais proeminentes da plataforma de mídia social durante uma teleconferência de resultados financeiros hoje (23), o mais recente acontecimento em uma semana agitada que também assistiu o bloqueio em larga escala de contas associadas ao grupo de teoria da conspiração QAnon.
“A semana passada foi uma semana muito difícil para todos nós no Twitter, e nos sentimos péssimos com o incidente de segurança que afetou negativamente as pessoas que servimos e sua confiança em nós”, disse Dorsey, e pediu desculpas pelo incidente.
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“Ficamos para trás” em termos de segurança, disse Dorsey, acrescentando que o colapso ocorreu “tanto em nossas proteções contra a engenharia social de nossos funcionários como em restrições às nossas ferramentas internas”.
Ontem (22), o Twitter confirmou que 130 contas foram vítimas durante o ataque de 15 de julho, com hackers acessando mensagens diretas de 36 delas.
Na terça-feira (21), o Twitter anunciou que havia banido 7.000 contas associadas ao QAnon, a teoria da conspiração que sustenta o presidente Trump e diz estar lutando contra um grupo global de pessoas poderosas que dirigem um círculo de tráfico sexual infantil.
Como parte de suas ações contra a teoria da conspiração, o Twitter não recomendará mais tuítes que contenham conteúdo QAnon e vai restringir URLs relacionados ao grupo, além de impedir que ele apareça na seção de tendências.
As ações do Twitter aumentaram cerca de 3% após a chamada de ganhos, durante a qual a empresa relatou um grande crescimento de usuários no segundo trimestre, enquanto a receita de publicidade caiu, já que os gastos com anúncios são limitados pela pandemia e em solidariedade ao movimento anti-racismo.
O crescimento de usuários aumentou 34%, para 186 milhões de usuários ativos diários no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, informou o Twitter. A receita de publicidade, no entanto, caiu 19% nesse período.
A possibilidade de o Twitter lançar um serviço de assinatura foi discutida durante a teleconferência de resultados, mas Dorsey disse que a empresa está “em fases muito, muito iniciais” de explorá-la.
“Eu também quero resolver o problema de segurança que o Twitter sofreu na semana passada”, disse Dorsey em comunicado. “Agimos rapidamente para resolver o que aconteceu e tomamos medidas adicionais para melhorar a resiliência contra tentativas de hackers; implementamos inúmeras salvaguardas para melhorar a segurança de nossos sistemas internos e estamos trabalhando com a aplicação da lei. Entendemos nossas responsabilidades e estamos comprometidos em conquistar a confiança de todos os nossos stakeholders.”
O hack de 15 de julho envolveu dezenas de contas importantes, incluindo Joe Biden, Elon Musk, Bill Gates e Barack Obama. Os hackers postaram mensagens semelhantes em cada conta comprometida, prometendo que os usuários que enviassem bitcoin para os endereços em cada tuíte receberiam o dobro em troca, o que é um golpe comum de criptomoeda. Para interromper o hack, o Twitter excluiu os posts e desabilitou temporariamente todas as contas verificadas para impedir que eles publicassem outros tuítes. Das 36 contas cujas mensagens diretas foram acessadas, apenas um usuário –um político holandês sem nome divulgado– teve suas mensagens privadas violadas. O “Wall Street Journal” informou, no entanto, que Geert Wilders, que às vezes é chamado de “Donald Trump holandês e islamofóbico”, foi uma das supostas vítimas de hackers. Os hackers por trás do ataque eram jovens, de acordo com o “New York Times”. O FBI está investigando o caso.
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