A alta no consumo de vinho desde que começaram as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus já não é uma novidade. Mas, agora, passados alguns meses, começam a se delinear novas tendências de compra. Foi o que contou Juliana La Pastina, vice-presidente da importadora World Wine, em entrevista exclusiva à Forbes Taste. “É um universo de oportunidades”, diz. “O vinho sempre foi visto como uma bebida para ocasiões especiais, e não é fácil transpor essa barreira cultural. Porém, a bebida nunca esteve tão inserida no cotidiano das pessoas como agora. Temas como novas ocasiões de consumo, conexões afetivas com as marcas, a casualização da indulgência e o relacionamento com os clientes são oportunidades a serem exploradas.”
Segundo ela, mesmo com o relaxamento da quarentena, o consumo fora de casa em bares e restaurantes, vai cair. “É necessário repensar a estratégia para compensar essa diminuição, realocando investimentos e explorando novos canais”, pontua. No caso da World Wine, que viu sua base de clientes de e-commerce e televendas crescer durante a pandemia (o número fechado em junho é 80% na comparação com 2019), o foco é forte no digital.
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“Estamos investindo fortemente em ferramentas de comunicação digital, em plataformas de vendas online e em ecossistemas de ofertas e sistemas digitais. Tivemos que repensar toda nossa estratégia de canais e de comunicação, e passamos a explorar novos canais de venda: marketplaces, programa de afiliado, redes sociais, e plataformas de entrega”, conta. “Além disso, também investimos em melhorias da nossa plataforma do e-commerce, e em canais de comunicação direta com o consumidor, como chats, Whatsapp, FaceBook e SMS, que além de funcionarem como canais de venda, atualmente, se tornaram ferramentas fundamentais para melhorar a experiência, e o relacionamento com os clientes.”
Para a executiva a concorrência aumentou já que lojas, que antes atendiam exclusivamente em ambiente físico, passaram a atender também no digital, mas as inovações sempre vêm a reboque. “As lojas físicas terão que ser repensadas, priorizando a experimentação e o relacionamento sem contato. A integração entre o ambiente físico e online se faz necessária mais do que nunca. Também temos como resultado dessa aceleração, consumidores menos fiéis e mais bem informados”, diz. De acordo com Juliana, outra tendência, decorrente da alta do dólar, é a insegurança financeira dos consumidores, e a oferta e procura por vinhos mais baratos, e novas marcas, além da pulverização do mercado com promoções mais agressivas. “Por outro lado, também deve aumentar a procura por vinhos mais caros, motivada pela diminuição de viagens dos consumidores ao exterior. É um novo consumidor, que passa a enxergar a casa como ambiente de entretenimento e socialização e, muitas vezes, está mais disposto a desembolsar um pouco mais por um produto de qualidade, apesar do momento de insegurança financeira.”
Para o próximo ano, a empresa quer manter o investimento digital –pesquisas da McKinsey indicam que 35% dos consumidores pretendem diminuir a ida às lojas físicas, e 74% dos consumidores que compraram pela primeira vez na internet pretendem continuar comprando, após a pandemia–, mas deve voltar a pensar com cuidado no plano físico. “Em 2021, queremos retomar nosso plano de expansão de lojas. Prevíamos abrir 10 lojas neste ano, mas tivemos que postergar para o próximo. Também queremos continuar investindo na ampliação da nossa cadeia de distribuição, visando aumentar nossa capilaridade e distribuição em todo o Brasil”, finaliza.
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Café com pão
As cafeterias UM Coffee Co. agora oferecem também uma linha de panificação. Entre os produtos, croissants (R$ 6,50 o simples e R$ 13 o de amêndoa com chocolate), pão sourdough (R$ 27 o filão grande) e brioche (R$ 20), entre outros. “Teremos outros produtos, como sanduíches e focaccias, e o nosso foco será em massas folhadas. Esperamos ter uma variedade de croissants com recheios diferentes”, conta Boram Um, que é Forbes Under 30.
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Café em cápsula
A Nespresso está lançando no Brasil a edição limitada Aged Sumatra. Parte da linha Master Origins, é caracterizada por um longo processo de envelhecimento dos grãos. O café 100% arábica, colhido em 2016, é armazenado em sacos de juta permeáveis, onde perde e ganha umidade durante três anos. A cada três meses, os grãos passam por secagem natural. A caixa com dez cápsulas custa R$ 40.
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