Com mais de 20 anos de experiência em empresas de bens de consumo, entre elas Grupo Boticário, Reckitt e Colgate, Tatiana Ponce assumiu como Chief Marketing Officer (CMO) da Natura em janeiro de 2023.
Com receita líquida consolidada de R$26,7 bilhões no ano passado, atualmente, a empresa tem uma das maiores verbas de marketing do Brasil e também é uma das marcas com melhore reputação entre as brasileiras.
“Sempre foi algo natural na Natura equilibrar propósito e negócios e o marketing é chave neste desafio”, diz Tatiana, que, em entrevista a série especial Forbes CMOs, falou sobre marketing, negócios e mudanças comportamentais.
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A evolução do papel do marketing
Uma disciplina que foi, por muito tempo, mal compreendida. Essa é uma das definições dadas por Tatiana para o contexto de transformação dessa cadeira. “O marketing foi mal compreendido por muito tempo. Muitas vezes não era associado a estratégia e negócios. Mas quando as empresas começaram a valorizar, de fato, o consumidor no centro, entenderam a relevância do marketing para o negocio de uma forma ampla e diferente.”
“Empresas que nunca foram customer centrics não davam valor para o marketing como agente de negócios. Mas com mudanças comportamentais e digitais que ampliaram a relevância das pessoas, a capacidade do marketing de ter o pulso do consumidor faz toda a diferença “, explica. Ela reforça que o marketing foi questionado, por muito tempo, por não conseguir ter métricas ou definir o retorno de investimentos de forma clara.
A inquietude do CMO
Tatiana destaca, inclusive, a necessidade de os líderes de marketing manterem a inquietude. “O marketing, por natureza, é uma disciplina inquieta e o CMO precisa ser inquieto. Se isso não ocorrer, a zona de conforto passa a ser um grande inimigo.” Para a executiva, a junção da inquietude com o repertório de negócios e retorno do profissional faz toda a diferença.
“Quando acrescentamos ciência ao nosso olhar, isso muda tudo, você consegue sair do campo daquilo que é subjetivo, mas conversa de igual pra igual com outras áreas e isso eu aprendi em escolas que sempre valorizaram as métricas, os números e a conversa pautada em negócios”, destaca.