
Como traduzir a essência das histórias da Disney para o povo brasileiro? Essa é a pergunta que, a cada projeto, o time liderado por Alex Mendes se faz. O brasileiro lidera uma equipe composta por mais de 50 profissionais de design, redação, direção de arte, conteúdo digital e produção que atuam para todas as linhas de negócio da companhia.
Quando entrou na Disney, em 2019, Alex Mendes havia passado por Telecine, Fox e National Geographic. Na companhia, ficou por quase quatro anos atuando para o NatGeo até assumir, em junho de 2023, como diretor de marketing criativo, em uma tradução literal do cargo em inglês.
“Creative Marketing é uma área na Disney Brasil que tem um papel bastante estratégico — somos responsáveis por traduzir a essência das nossas histórias, franquias e personagens para o público brasileiro, sempre respeitando a identidade global, mas com olhar local”, explica Alex, destacando que o maior desafio é ser local, mas mantendo a essência do conteúdo. “É fazer com que as histórias da Disney, que já fazem parte da vida de milhões de brasileiros, se misturem ainda mais no dia a dia de cada um de nós. A Disney tem um DNA criativo muito bem definido, com personagens e franquias reconhecidos no mundo todo — o que é um privilégio, mas também uma responsabilidade.”
Sob sua liderança, o time criou campanhas icônicas da Disney no Brasil. No início de abril, por exemplo, uma ação com o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho promovia o filme “Thunderbolts”, da Marvel, que estreou na semana passada nos cinemas brasileiros. No dia 1º de abril, o ex-jogador apareceu em um vídeo promovendo um combo fictício dos anti-heróis da Marvel. Além disso, há projetos de patrocínio, como as faixas de capitão dos times Flamengo e Botafogo para promover “Capitão América: Admirável Mundo Novo”, entre muitos outros projetos.
Foi desse laboratório criativo que saiu, inclusive, uma ação polêmica. Uma briga fake entre Zé Loreto e Carol Castro para promover a nova produção original Jogo Cruzado, da ESPN. “No Brasil, o público espera emoção, autenticidade e, muitas vezes, uma boa dose de humor. Então, adaptar não é simplesmente traduzir. É entender o timing cultural, o contexto social, os memes do momento, o que está mobilizando as conversas — e entregar uma campanha que converse com tudo isso sem perder a essência da marca”, explica.

Faixas de capitão dos times Flamengo e Botafogo para promover “Capitão América: Admirável Mundo Novo”
Sobre as exigências do público brasileiro, Alex reforça a influência da presença digital na forma como consumimos conteúdo. “O Brasil é um dos países mais digitais do mundo. Somos, reconhecidamente, os melhores na criação de memes, o brasileiro é ágil, bem-humorado, inteligente, criativo e crítico, e claro, gosta de ver seus ídolos e suas verdades estampadas nos conteúdos que consome. O importante hoje em dia é não interromper a conversa, mas sim, fazer parte dela. Os brasileiros valorizam quando veem algo feito “com carinho” — quando a campanha tem atenção aos detalhes e quando é localmente pensada. Esperam ousadia, beleza, mas também autenticidade.”