O dólar recuava mais de 1% em relação ao real hoje (18), acompanhando o cenário mais otimista no exterior em meio a reaberturas de grandes economias, mas as incertezas políticas domésticas permanecem no radar dos agentes do mercado.
Às 10:04, a moeda norte-americana recuava 1,62%, a R$ 5,7447 na venda. Na B3, o dólar futuro operava em queda de 1,95%, a R$ 5,7465.
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“Os claros esforços de reabertura econômica de nações que representaram importantes epicentros do coronavírus, como Itália, Espanha e EUA, (…) despertam o apetite ao risco dos investidores”, disse em nota Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora.
Lojas, cabeleireiros e restaurantes da Itália finalmente reabriram as portas hoje, grande passo para a recuperação econômica após um isolamento de 10 semanas.
Além disso, segundo Ricardo Filho, a alta nos preços do petróleo e um discurso menos pessimista do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, ajudavam a impulsionar ativos arriscados, como moedas emergentes.
Em entrevista ao programa da “CBS” “60 Minutes”, o chairman do banco central norte-americano disse que, caso não haja uma segunda onda de contaminação pelo coronavírus, a economia pode se recuperar no segundo semestre de 2020.
No exterior, o dólar era perdedor contra boa parte das divisas arriscadas, e peso mexicano, lira turca, rand sul-africano e dólar australiano, principais pares do real, tinham fortes ganhos contra a moeda dos Estados Unidos.
O cenário doméstico, por sua vez, continua incerto após saída de Nelson Teich do cargo de ministro da Saúde e em meio a expectativas sobre o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, em que o presidente Jair Bolsonaro teria mostrado intenção de interferir na Polícia Federal por motivos pessoais.
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O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá assistir ao vídeo hoje, para depois decidir sobre o eventual levantamento, total ou parcial, do sigilo da gravação, segundo comunicado divulgado pela assessoria da corte.
Segundo analistas, as tensões políticas em Brasília — que se somam a ambiente de juros baixos e crescimento fraco — têm sido fator determinante para a disparada do dólar, que, no ano, já acumula alta de mais de 43% contra o real.
O dólar negociado no mercado interbancário fechou o último pregão, na sexta-feira (15), em alta de 0,33%, a R$ 5,8392 na venda.
Hoje, o Banco Central realizará leilão de swap tradicional de até 12 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021, para rolagem de contratos já existentes.
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