A Cielo reportou ontem (28) um raro prejuízo trimestral, afetada pelos efeitos econômicos da Covid-19, enquanto ajusta sua estrutura de custos e de capital para enfrentar um cenário de forte queda dos resultados.
A maior empresa de pagamentos eletrônicos do país anunciou prejuízo líquido de R$ 75,2 milhões entre abril e junho, ante lucro de R$ 428,5 milhões um ano antes.
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Embora a queda no lucro tenha sido uma constante nos últimos anos, à medida que tem enfrentado uma proliferação de rivais no mercado de adquirência, a Cielo teve esse cenário potencializado pelos efeitos do isolamento social sobre o comércio varejista.
Sob a combinação de queda nas vendas com uma pressão nas tarifas que cobra dos clientes, a receita líquida da companhia no trimestre caiu 12,5% ano a ano, para R$ 2,4 bilhões.
Na outra ponta, o custo dos serviços prestados cresceu 9,6% contra um ano antes, para 1,9 bilhão de reais, refletindo maiores custos com a unidade nos Estados Unidos, MerchantE, devido aos efeitos da alta do dólar, e a maiores despesas com depreciação relativos aos terminais de pagamentos, que subiram 28%.
A Cielo ainda amargou um salto de 91,4% na linha de outras despesas operacionais, para R$ 193,5 milhões, com perdas decorrentes de aumento de contestações na Cateno e “evento operacional pontual”, que a empresa não detalhou, embora tenha afirmado que tomou medidas “para impedir novos eventos dessa natureza”.
O resultado operacional da Cielo medido pelo Ebitda somou R$ 236 milhões no trimestre, redução de 69,7% ano a ano.
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A Cielo, que tenta levar adiante uma parceria com o WhatsApp, braço de mensageria do Facebook para pagamentos, afirmou no relatório que vai readequar a sua estrutura de custos e de capital “diante de potencial queda significativa da geração de resultados”.
Cielo e Facebook lançaram um sistema de pagamentos via Whatsapp em junho, mas a parceria foi bloqueada pelo Banco Central, por causa de questões ligadas às bandeiras Visa e Mastercard.
A ação da Cielo acumula em 2020 queda de 38,6%. (Com Reuters)
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