O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou em entrevista veiculada hoje (19) que a taxa de câmbio deve voltar a um patamar “melhor” dentro de um intervalo de dois anos, mediante a vacinação em massa no Brasil, estímulo aos investimentos privados e recuperação da economia.
“O que esperamos, dentro dos próximos dois anos, é vacinar maciçamente no Brasil, a recuperação da economia, não se basear em gastos públicos que não se podem manter, mas sim estimular um crescimento com investimentos privados. E a taxa de câmbio deveria então, depois de realizado isso, voltar a um patamar melhor”, disse Guedes em entrevista gravada ontem (18) aos jornais espanhóis El Mundo e Expansión.
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Atualmente, o real registra o terceiro pior desempenho no ano entre as principais moedas, acumulando queda de 5% em relação ao dólar. Em 2020, a moeda desvalorizou-se mais de 20%, afetada pelo baixo diferencial de juros, risco fiscal e pífio crescimento econômico. No ano passado, o dólar bateu máximas recordes, próximo a 6 reais.
Comentando a recente decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que aumentou a taxa Selic em 75 pontos-base, a 2,75%, antes de ontem, Guedes afirmou que, no momento, os juros de curto prazo estão subindo para garantir que os juros de longo prazo permaneçam baixos, assim como para permitir que o país possa manter o controle da inflação e a consolidação fiscal.
Em suas falas, o ministro pontuou que a aprovação do projeto de autonomia formal do Banco Central, sancionado em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro, constitui uma medida importante para evitar que o aumento setorial e temporário de preços se transformasse em um aumento generalizado.
De acordo com ele, em razão da concessão do auxílio emergencial aos mais vulneráveis, aumentando o poder aquisitivo dos beneficiários, houve registro de elevação nos preços de alimentos e materiais de construção civil. “A independência do Banco Central foi importante para mostrar nosso compromisso com a estabilidade de preços”, disse.
A inflação oficial do Brasil em 12 meses até fevereiro chegou a 5,20%, de 4,56% no mês anterior, aproximando-se do teto da meta do governo para este ano, que é de 3,75% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Em outro ponto, ao comentar a trajetória das contas públicas do país, Guedes disse que o atual governo do presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro a não conceder reajuste de salário aos servidores públicos “porque os salários estavam muito acima dos do setor privado”.
População vacinada
O ministro da Economia pontuou que a reação a ser adotada à nova onda de casos e mortes pela pandemia da Covid-19 registrada no país é a vacinação em massa. Guedes, entretanto, afirmou que o percentual de indivíduos já imunizados no país contra a Covid-19 ainda é “muito pouco”.
“5% da população já foi vacinada, é muito pouco. Temos que melhorar muito, trabalhar muito, estamos renovando e ampliando acordos que temos de vacinas”, detalhou Guedes, que condicionou a imunização em larga escala ao retorno seguro ao trabalho. (Com Reuters)
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