A BR Distribuidora planeja publicar no início do segundo semestre um planejamento estratégico de longo prazo, que trará mais clareza sobre qual será o papel da maior empresa de distribuição de combustíveis do Brasil no caminho da transição energética, disse o CEO da companhia.
Wilson Ferreira Jr., que assumiu a distribuidora há cerca de dois meses, disse que o novo plano foi uma demanda ouvida por ele de investidores e que a companhia precisa se posicionar de forma a captar oportunidades.
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Ele ressaltou que a BR é hoje uma “empresa de combustíveis fósseis” e que tem a convicção de que a energia elétrica é o combustível do futuro.
Para Ferreira, ex-CEO da Eletrobras, é preciso considerar todas as oportunidades de negócios que deverão surgir a partir disso, considerando novas tendências de mobilidade, transição energética e mobilidade.
“Todas essas tendências emergentes vão impactar de alguma maneira, nós entendemos de forma positiva, potencializando oportunidades e vantagens competitivas da BR“, afirmou Ferreira, em conferência com analistas e investidores.
Para a realização do plano, a distribuidora contratou, há cerca de três semanas, a consultoria BCG (Boston Consulting Group), que terá um total de quatro meses para construir o seu trabalho.
Segundo Ferreira, os horizontes até 2030 e 2050 deverão ser contemplados no plano, seguindo aspectos internacionais para iniciativas ESG (ambiente, sustentabilidade e governança, na sigla em inglês).
ESTRATÉGIAS LANÇADAS
Em alguns passos já recentes, mas que dão sinais de caminhos buscados pela companhia, a BR adquiriu recentemente a comercializadora de energia Targus e iniciou conversas com a Golar, adquirida pela New Fortress Energy, para uma possível parceria.
Ferreira disse à Reuters que ainda aguarda posicionamento da New Fortress sobre se as negociações permanecerão em andamento, mas que permanece o interesse da BR em avançar no setor de gás natural, que ele ressaltou ser o energético da transição.
Outra iniciativa recente da companhia foi uma parceria com a Lojas Americanas para lojas de conveniência.
Nesse sentido, a BR planeja abrir mais de mil novas lojas de conveniência em cinco anos. Segundo Ferreira, esse é um negócio ainda pouco explorado no Brasil, mas com enorme potencial.
A empresa também anunciou hoje (12) ações na área de lubrificantes, como expansão do negócio, otimização de canais, avaliação de parcerias, em busca de um incremento de R$ 100 milhões por ano no Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do negócio em 2022 versus 2020.
O executivo afirmou que a empresa também está em conversas com os potenciais compradores de refinarias de petróleo da Petrobras no Brasil, em busca de garantir sua competitividade da compra dos produtos mais adiante.
“Acreditamos ser possível gerar relações ganha-ganha”, disse Ferreira.
A Petrobras se comprometeu a vender oito refinarias e suas infraestruturas logísticas, ou metade da capacidade de refino do país, como parte de um projeto do governo federal para atrair investimentos e competição.
ENCONTRO COM A PETROBRAS
Ferreira disse ainda que deverá se encontrar com o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, entre esta e a próxima semana, e que um dos temas deverá ser a venda de ações da distribuidora negociadas na B3 pela petroleira estatal.
“Para ele interessa destravar valor da companhia”, disse o executivo.
“(Vamos) ver de que maneira claramente a BR pode auxiliar… há um programa de desinvestimento da Petrobras, que foi confirmado na própria posse dele, e eu imagino que uma das alternativas seja exatamente as ações da BR. Nós vamos conversar disso”, acrescentou. (Com Reuters)
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