O Ibovespa opera em queda na abertura do pregão de hoje (26), perdendo 1,17%, a 107.442 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O mercado opera levando em conta anúncios dos balanços corporativos das companhias listadas no Brasil e de importantes dados macroeconômicos brasileiros, além de estar atento ao primeiro dia de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). No exterior, os investidores globais têm no radar os resultados trimestres de grandes empresas e as preocupações com a inflação global.
Segundo o relatório Caged, do Ministério da Economia o Brasil abriu 313.902 postos de trabalho no mês de setembro, número abaixo das estimativas de analistas, que previam 367.409 mil novas vagas no período.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, saltou 1,20% em outubro, ante alta de 1% no mês anterior, a mais elevada para qualquer mês desde fevereiro de 2016, segundo dados divulgados pelo IBGE desta terça-feira. Com o resultado, o indicador acumula alta de 8,30% no ano. Em 12 meses, a taxa foi a 10,34%, acima dos 10,05% registrados no mesmo período até setembro. O dado também veio bem acima das medianas apuradas em pesquisa da Reuters, que indicavam alta de 0,97% no mês e de 10,09% em 12 meses.
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Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, alerta que a inflação segue como destaque no radar dos mercados, pois continuam em tendência de alta, e que esses aumentos geralmente implicam em retornos abaixo da média, ou negativos, no futuro. “Mas a grande questão que nós temos é que o mercado acredita que esse choque inflacionário poderia ser transitório, porque o problema não necessariamente vem da demanda, mas por conta da oferta, ou seja, temos problemas nas cadeias produtivas.”
A Ecorodovias (ECOR3) divulgou na noite de ontem (26) os resultados referentes ao terceiro trimestre. Em comparação com o mesmo período de 2020, a empresa cresceu em 17,7% no tráfego consolidado de veículos e a receita líquida teve alta de 19,7%, para R$ 923,0 milhões. Já a Klabin (KLBN4) anunciou hoje um lucro líquido de R$ 1,215 bilhão para o período, revertendo prejuízo de R$ 191 milhões um ano antes, em desempenho marcado por queda no endividamento e crescimento de receitas.
Em Brasília, o governo segue debatendo acerca do orçamento para o próximo ano. No Senado, a reforma do IR segue sendo debatida e deve ser votada ainda este ano. E o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende votar a PEC dos Precatórios na Casa até o fim desta semana.
O dólar avança frente ao real, com operadores atentos à moeda no exterior, em dia de apetite por risco. Às 10h10, a moeda era negociada em alta de 0,32%, a R$ 5,5745.
Os futuros dos índices dos EUA apontam para abertura no azul, após atingirem as máximas históricas na véspera sustentados pelos lucros corporativos relativos ao terceiro trimestre.
O valor de mercado da Tesla (TSLA34) superou, na véspera, US$ 1 trilhão, e ultrapassou o valor de mercado do Facebook (FBOK34). A ação da companhia disparou 12,7% com a notícia de que ela conquistou a maior encomenda até agora, feita pela locadora de carros, Hertz.
As ações europeias operam em alta nesta terça-feira, com fortes resultados corporativos contribuindo para o otimismo geral sobre a temporada de lucros do terceiro trimestre. Apesar disso, a expectativa de inflação na zona do euro atingiu uma nova máxima em sete anos, de 2,0509%, ultrapassando a meta do Banco Central Europeu (BCE) devido à alta dos preços do petróleo e a restrições na cadeia de abastecimento em todo o mundo.
O Stoxx 600 sobe 0,53%; o CAC 40 valoriza 0,71% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em alta de 0,58%; no Reino Unido, o FTSE 100 tem alta de 0,71%; e na Alemanha, o DAX avança 1,01%.
Os mercados asiáticos fecharam o dia sem direção definida, com novas preocupações sobre o setor imobiliário da China pesando sobre o sentimento de investidores. A Modern Land, incorporadora chinesa, deixou de fazer um pagamento de título, aumentando preocupações sobre um impacto mais amplo da crise da dívida do Evergrande Group e arrastando ações do setor.
O índice Shanghai, da China, caiu 0,34% no dia; o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,36%; o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em alta de 0,63%; enquanto no Japão, o índice Nikkei ganhou 1,77%.
No mercado de commodities, os contratos futuros do carvão metalúrgico e do coque em Dalian oscilaram fortemente nesta terça-feira, refletindo a inquietação do mercado com a intervenção regulatória na China para domar a alta dos preços do produto. O carvão metalúrgico mais negociado para janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian fechou estável em 2.950,50 iuanes (US$ 462 dólares) a tonelada. Já o minério de ferro em Dalian saltou 3% e fechou em alta pelo segundo dia.
Já o petróleo opera em queda em meio a um recuo de uma perspectiva de recuperação da demanda, sustentada pelos EUA, maior consumidor do produto. Por volta das 9h50, o Brent operava em alta de 0,39%, para US$ 85,50 o barril, já o WTI avançava 0,43%, para US$ 84,12 o barril. (com Reuters)