Dois bilionários russos, Mikhail Fridman e Oleg Deripaska, pediram pelo fim do conflito desencadeado pela invasão da Rússia à Ucrânia.
Em uma carta, Fridman, que é de origem ucraniana, disse a seus funcionários que o conflito está criando uma barreira entre os dois povos, que são irmãos há séculos.
“Nasci no oeste da Ucrânia e vivi lá até os 17 anos. Meus pais são cidadãos ucranianos e moram em Lviv, minha cidade favorita”, escreveu.
“Mas também passei grande parte da minha vida como cidadão da Rússia, construindo e desenvolvendo negócios. Estou profundamente ligado aos povos ucraniano e russo e vejo o conflito atual como uma tragédia para ambos”, completou. Para ele, a guerra é uma tragédia para ambos os países.
Fridman é co-fundador do Alfa-Group, conglomerado de investimentos privados com com participações em petróleo e gás. Seu patrimônio, avaliado em US$ 11,7 bilhões pela Forbes, coloca-o na posição de 128ª pessoa mais rica do mundo.
Enquanto isso, Oleg Deripaska usou o Telegram para pedir que as negociações de paz comecem “o mais rápido possível”.
“A paz é muito importante”, afirmou o fundador da gigante russa de alumínio Rusal, na qual ele ainda detém participação por meio de ações na controladora En+ Group. Ele vale cerca de US$ 4 bilhões e está entre as pessoas mais ricas da Rússia.
Sua relação com a política russa é profunda: Deripaska era casado com a filha de Valentin Umashev, ex-chefe de gabinete e atual genro do primeiro presidente da Rússia, Boris Yeltsin. Em 2016, os Estados Unidos impuseram sanções contra ele e outros russos influentes que possuem laços com o presidente Vladimir Putin após a suspeita de interferência russa nas eleições norte-americanas de 2016 – que Moscou nega até hoje.
Os chamados oligarcas da Rússia, que já exerceram influência significativa sobre Yeltsin na década de 1990, estão passando por um caos econômico com as sanções impostas recentemente pelo Ocidente devido à invasão da Ucrânia.
Na semana passada, o Kremlin organizou uma reunião entre Putin e quase 40 grandes empresários russos. Um dos sócios de longa data de Mikhail Fridman, Pyotr Aven, participou do evento. Ele e os demais bilionários que se reuniram com o presidente russo ficaram em silêncio sobre o conflito.
Putin disse que ordenou a operação militar especial para proteger cidadãos russos de “genocídio”, o que o Ocidente chama de propaganda infundada. Em um dos últimos desdobramentos, o gabinete do presidente ucraniano concordou em negociar com Moscou na fronteira de Belarus com a Ucrânia.
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