Ao começar a praticar a ioga em 2016, Esther Ktenas, então bailarina profissional, percebeu o potencial da prática como um exercício para a saúde física, emocional e espiritual. Tanto que começou uma carreira na área, se tornou professora e a difundir a prática como ferramenta de bem-estar e conexão. Nesse tempo, deu mais de 4 mil aulas entre presencial e online.
O crescimento exponencial do seu negócio veio durante a pandemia da Covid-19. “Até então,, não via o ioga como uma fonte fixa de renda. Foi só depois de se formar como professora, em 2017, e estudar mais sobre a teoria e o lado espiritual da ioga – e grávida de seu segundo filho em 2018 – passou a dar aulas esporadicamente para amigos e conhecidos. “É algo que me dá muito prazer de fazer. Então eu me realizava dando aulas, mas essa não era uma fonte de renda considerável”, ela diz.
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A oportunidade em tempos de crise
O adoecimento mental de muitas pessoas com o isolamento social no início de 2020 e a angústia generalizada no período levou Esther a dar aulas de ioga no seu perfil pessoal do Instagram, que contava com 6 mil seguidores, duas vezes por semana. “Meu principal marketing veio de entender como o outro se sente e de criar empatia por ele. Assim, senti uma necessidade das pessoas olharem mais para si mesmas nesse período”, afirma Esther.
A alta demanda pelas aulas a fez monetizar seus conteúdos e criar a comunidade online “Yoga com Esther” em julho de 2020 – participação que, de cara, foi adquirida por aproximadamente 200 alunos. Junto do aumento de seguidores nas redes sociais e a flexibilização do isolamento social, a professora voltou a dar aulas presenciais na zona sul do Rio de Janeiro, além de formar grupos de ioga online em outras capitais. O aumento da popularidade de seus produtos a fizeram ser convidada para eventos maiores de bem-estar e de prática de ioga.
Ao se tornar uma referência da prática de ioga nas redes sociais, Esther Ktenas seguiu honesta com sua personalidade e continuou mostrando a realidade da sua vida – como aparições de seus filhos pequenos em algumas aulas –, fator que contribuiu para pessoas se identificarem com sua trajetória e se unirem a ela. “Ao invés de se sentirem repelidas ao ioga, eu mostrei para as pessoas que elas podem fazer ioga, beber e ter uma vida social, por exemplo. Foi assim que consegui fidelizar o cliente.”
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Os impactos pessoais da ioga
A ioga pode contribuir para o combate da ansiedade e a redução do estresse e, de maneira geral, impactar positivamente a saúde mental de quem a pratica, como mostra um estudo da faculdade de medicina da Universidade de Nova York. Por sua vez, a ioga pode trazer benefícios para a saúde física do praticante, sendo o momento da prática aquele no qual ele irá priorizar a sua relação com o próprio corpo. “A ioga influencia em tudo. Ao começarmos no ioga, temos que passar a estudar nós mesmos e a olhar para esse interior”, diz Esther.
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No âmbito profissional, por exemplo, a ioga pode auxiliar na definição de propósitos de vida que fazem sentido para o praticante e, assim, na tomada de decisões de carreira. “Muita gente fez minha formação achando que ia dar aulas de ioga, por exemplo, e saíram de lá sabendo que a profissão que elas já tinham fazia sentido”, conta Esther.
Especificamente para outras mulheres que também trabalham ou conduzem seus empreendimentos, a professora sugere que ensinamentos de ioga podem trazer benefícios. De olho nisso, ela dá as seguintes dicas:
- Seja você a sua prioridade. Independente de quais sejam nossas prioridades, nunca as negligenciamos quando elas são claras e quando somos gratos a elas. Assim, quando você passar a entender que é a pessoa mais importante da sua vida, nunca mais deixará seu bem-estar de lado.
- Invista em autoconhecimento. O nosso propósito principal deve ser conhecer a si mesmo e, dessa maneira, tomar melhores decisões, entender melhor mais nossas ações e dar mais sentido às nossas vidas.
- Busque ser otimista. Confie na evolução da sua vida para ser feliz. Abrace quem você ama para ser mais feliz, já que esta é uma das melhores ferramentas para gerar bem-estar e liberar ocitocina.
- Se for o caso, inclua seus filhos nas suas atividades. Muitas vezes, o único tempo livre que as mulheres têm fora de seus trabalhos são aqueles com suas crianças. Por isso, procure incluí-las na sua rotina de bem-estar – ou, pelo menos não as impeça de participar –, em atividades físicas, caminhadas ou, até mesmo, em momentos de conexão com a natureza.
A ioga pode ajudar na significação de processos e aspectos do cotidiano, assim como Esther percebeu que essa era a vocação para sua vida. “Hoje, quero continuar, pelo resto da minha vida, fazendo isso – não só dando aulas de ioga, mas também me dedicando a outras frentes de atuação relacionadas a bem estar – sem qualquer pressa, como em uma maratona.”