Alcione: “Mais importante do que se tornar um sucesso é ter uma carreira”

Marcos Hermes

Alcione já gravou 45 álbuns, que lhe renderam 26 discos de ouro

Alcione foi vendedora em loja de discos, tocou trompete em night clubs do Rio. Subiu o morro da Mangueira, conheceu a escola de Neuma e Zica. Ganhou o Brasil e o mundo (se apresentou em 36 países). Gravou 45 álbuns (o primeiro compacto em 1972), que lhe renderam 26 discos de ouro, sete de platina, três DVDs de ouro e um de platina.

É detentora de premiações internacionais, como o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Samba; o prêmio O Pensador de Marfim, concedido pelo governo de Angola; o Diplome de Médaille D’or, pela Societé Acadêmique de Arts, Sciences et Lettres de Paris; e A Voz da América, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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“Jamais imaginei receber tantas flores em vida e tornar-me enredo da minha escola do coração, a quem sempre serei grata. Impossível esquecer a emoção de ver a minha história retratada na avenida. Nenhuma outra honraria poderia ser maior para uma artista popular.”

Para comemorar meio século de música, Alcione está em turnê pelo Brasil e exterior. Está relançando seus principais hits, gravados em um espetáculo realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, parceria entre a Marrom Music, empresa da artista, e a gravadora Biscoito Fino. Mais do que isso: chegou às telas o longa-metragem “O Samba é Primo do Jazz”, um resumo biográfico que vem sendo apresentado em festivais de cinema e conta a história da intérprete. O espetáculo “Marrom, o Musical” tem contado – e cantado – a jornada da cantora. Idealizado por Jô Santana, escrito e dirigido por Miguel Falabella, a peça já passou por palcos de São Paulo, Rio, São Luís, Belém e João Pessoa.

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Alcione transitou entre variados gêneros e estilos musicais: samba, jazz, bolero, reggae, canção romântica. E, apesar de ser tratada como sambista, grava e interpreta o que lhe convém e emociona. “Sucesso é conseguir viver do meu ofício, da profissão que sempre idealizei. É saber que jamais estive só nessa longa caminhada; que tive mais aplausos que revezes, mais alegrias do que decepções. Mais importante do que se tornar um sucesso é ter uma carreira.”

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*Reportagem publicada na edição 116 da revista Forbes, em fevereiro de 2024.