Nesta segunda-feira (26) é celebrado o Dia Internacional da Igualdade Feminina. Com origem nos EUA, a data ficou marcada como o aniversário da aprovação da 19ª Emenda da Constituição Americana em 1920, que concedeu a algumas mulheres, mas não a todas, o direito de votar.
Mais de 100 anos se passaram desde que a emenda foi ratificada. Enquanto muitos progressos foram feitos, ainda existe um longo caminho a percorrer. Segundo o Índice Global de Disparidade de Gênero 2024, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial este ano, faltam 134 anos, aproximadamente cinco gerações, para alcançar a paridade total. Desde o ano passado, o avanço mundial em relação ao tema foi de 0,1 ponto percentual.
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O Brasil ocupa a 70ª posição no índice, fechando 71,6% da lacuna de gênero. Isso representa uma redução de 1 ponto percentual (de 72,6% em 2023) e uma queda de 13 posições em relação ao ranking do ano passado.
A única economia a ter eliminado mais de 90% da disparidade de gênero é a Islândia, que lidera o ranking há uma década e meia. Entre os nove outros países no top 10, oito fecharam mais de 80% do gap.
O Índice Global de Disparidade de Gênero acompanha anualmente desde 2006 o estado atual e a evolução da paridade de gênero em quatro dimensões principais: participação econômica e política, nível educacional e saúde.
Igualdade de gênero no Brasil
No Brasil, a igualdade econômica teve uma leve redução em relação a 2023, ficando em 66,7% contra 67,0%. No entanto, o país manteve a paridade em relação ao mercado de trabalho e alcançou sua maior pontuação em cargos de liderança sênior (66,1%).
A participação feminina na força de trabalho aumentou 0,7 ponto percentual em relação a 2023, chegando a 72,6%. Apesar disso, ainda está 4,5 pontos abaixo do melhor resultado do país (77,2% em 2021).
Em nível educacional, o Brasil alcançou a paridade efetiva em 99,6%. Não houve alteração no subíndice de saúde e sobrevivência, que se mantém com uma pontuação de 98%.
Já em relação à política, o país acompanha a média global, com uma pontuação de 22%, abaixo dos 26,3% registrados em 2023. Essa queda se deve principalmente à menor representação feminina no nível ministerial.
Participação política
Segundo o relatório, é justamente a participação das mulheres na política que tem o maior impacto no índice, pois se trata da maior lacuna. A representação feminina aumentou globalmente, embora as mulheres continuem sem acesso a cargos de alto nível globalmente. A paridade atingiu 65,7%, acima da mínima pandêmica de 62,3% relatada na edição de 2022.
Em 2024, a maior população global da história deve votar em mais de 60 eleições pelo mundo todo. De acordo com o relatório, isso pode elevar a representação política das mulheres e representar um avanço em relação à plena igualdade de gênero.
Embora nenhum país tenha alcançado a paridade total de gênero, 97% das 146 economias incluídas nesta edição fecharam mais de 60% do gap, em comparação com 85% em 2006.
Veja os 10 países que lideram o ranking de igualdade de gênero
- Islândia (93,5%)
- Finlândia (87,5%)
- Noruega (87,5%)
- Nova Zelândia (83,5%)
- Suécia (81,6%)
- Nicarágua (81,1%)
- Alemanha (81,0%)
- Namíbia (80,5%)
- Irlanda (80,2%)
- Espanha (79,7%)
Paridade pelo mundo
Economias europeias ocupam sete posições entre as 10 melhores do mundo. Além da Islândia, Finlândia (2º, 87,5%), Noruega (3º, 87,5%), Suécia (5º, 81,6%), Alemanha (7º, 81%), Irlanda (9º, 80,2%) e Espanha (10º, 79,7%) ocupam o topo.
Lituânia (11º, 79,3%) e Bélgica (12º, 79,3%) saíram do top 10, enquanto a Espanha e a Irlanda subiram 8 e 2 posições, respectivamente, para se juntarem às 10 primeiras em 2024.
A América Latina e o Caribe fizeram avanços significativos desde 2006, com uma melhoria geral de 8,3 pontos, a maior entre qualquer região. Alcançou uma pontuação geral de paridade de gênero de 74,2%, bem como a de paridade econômica mais alta até o momento (65,7%), impulsionada pela participação da força de trabalho e funções profissionais, e a segunda maior pontuação regional de empoderamento político (34%).
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O índice mede escores em uma escala de 0 a 100, que podem ser interpretados como a distância percorrida em direção à paridade (ou seja, a porcentagem da lacuna de gênero que foi fechada).