Na mesma semana em que o bilionário Elon Musk seguia monopolizando a atenção com a compra do Twitter por aproximadamente US$ 44 bilhões, um dos personagens mais conhecidos do Vale do Silício, e em especial dos brasileiros, Orkut Büyükkökten, fundador da plataforma que leva seu primeiro nome, publicou um comunicado informando que o domínio do site foi reativado e, ainda que não tenha emitido detalhes do que ele pretende com o movimento, deixou algumas dicas sobre o atual contexto das redes sociais.
Diante da repercussão relacionada à volta de uma rede social que conquistou não só o coração, mas a audiência dos brasileiros, várias teorias e questionamentos começaram a ser criadas em torno do fato. O Orkut chegou a ter mais de 300 milhões de usuários e o Brasil era o país com um dos maiores números de comunidades e pessoas na plataforma que foi criada em 2004 quando Orkut estudava em Stanford e também no Google. Em 2014, a rede foi desativada.
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“Olá! Sou o Orkut. 17 anos atrás eu criei uma pequena rede social enquanto eu trabalhava no Google como engenheiro de software. Em apenas alguns anos, ela se tornou o orkut.com com mais de 300 milhões de usuários”, começa a mensagem. “Acredito que o orkut.com encontrou sua comunidade porque reuniu tantas vozes diversas de todo o mundo em um só lugar. E é por isso que estou construindo algo novo. Vejo você em breve!“, escreveu o empresário que criou uma nova rede social em 2018, a Hello que se vende como uma plataforma para “amar e não para curtir”.
A carta de Orkut deixa algumas possibilidades sobre o que poderia ser o “algo novo” que ele vem construindo:
Combate ao discurso de ódio e fake News
À época que criou a Hello, em 2018, Orkut Büyükkökten já se posicionava como um grande crítico dos monopólios de grandes empresas de tecnologia. Na ocasião, reforçou que sua nova rede social era “sobre amor e não sobre curtidas”. Na carta desta semana, ele foi taxativo: “o mundo precisa de gentileza agora mais do que nunca. Há tanto ódio online nos dias de hoje, e nossas opções para encontrar e construir conexões reais são poucas e bem escassas. Nossas ferramentas online devem nos servir, não nos dividir. Elas devem proteger nossos dados, não vendê-los.”
Contraponto aos algoritmos e robôs
O comunicado ocorre na mesma semana em que Elon Musk seguiu chamando a atenção e gerando dúvidas sobre o futuro do Twitter. O grande ponto é a incerteza de uma plataforma que ainda lida com o combate a robôs e fake news. “Nossas ferramentas online devem nos servir, não nos dividir. Elas devem proteger nossos dados, não vendê-los. Elas devem nos dar esperança, não medo e ansiedade. A melhor rede social é aquela que enriquece sua vida, mas não a manipula. Eu quero que você seja capaz de ser o seu verdadeiro eu, online e offline. Eu quero que você seja capaz de fazer conexões duradouras”, escreveu Orkut.
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E o tal de metaverso?
Algum tipo de plataforma que tenha conexão com o que pode ser o metaverso? Essa foi uma teoria levantada em muitas comunidades. Assim como o Facebook, no ano passado, mudou seu nome para Meta e vem investindo no metaverso. E da mesma maneira que a ByteDance, dona do TikTok, também está de olho nesta indústria, por que não resgatar uma marca tão forte como o Orkut para esse novo contexto? Para Orkut, no entanto, uma rede social deve ser sobre conectar pessoas reais. “Nos dedicamos muito para tornar o orkut.com uma comunidade onde você pudesse conhecer pessoas reais que compartilhavam seus mesmos interesses, não apenas pessoas que curtiram e comentaram em suas fotos.”
Apenas uma ação de marketing
Para outros, o movimento de Orkut é apenas marketing. Diante da possibilidade de que, eventualmente a Hello possa não ter emplacado, agora o empresário aproveita o momento para resgatar uma marca forte e tentar uma nova empreitada. “É por isso que criei a primeira rede social do mundo quando era estudante de pós-graduação em Stanford. É por isso que eu trouxe o orkut.com para tantos de vocês ao redor do mundo. E é por isso que estou construindo algo novo. Vejo você em breve!”