Humanização. Essa palavra, em muitos casos, tornou-se gasta devido a quantidade de vezes em que foi utilizada. Para Fernanda Belfort, Head de Soluções de Marketing da Salesforce, ela tem um significado muito mais profundo. Com uma carreira que inclui a passagem pelas maiores empresas de consumo do mundo, Fernanda começou na Microsoft, em 1999, passou pela Heineken, Reckitt, Kimberly Clark, Mondelez até chegar, em abril de 2021, à Salesforce.
No caso de Fernanda, a humanização tornou-se não apenas uma missão profissional, sobretudo na conexão entre marketing, negócios, inovação e, principalmente pessoas, por meio de uma networking criada em 2019, a Tribo de Marketing, mas também por sua experiência pessoal recente que demandou resiliência, reinvenção e um olhar como ela nunca teve para o que, de fato, significava ser humano.
“Eu descobri um câncer de mama grave logo depois que começou a pandemia. Foi mais de um ano de tratamento. E eu só tinha uma coisa na cabeça, que precisava ficar boa para criar minhas filhas. Isso muda a forma como vemos o mundo e a vida. Recebi a proposta para vir à Salesforce quando ainda estava em tratamento e resolvi apostar que ia viver e aceitei. Hoje já tenho a alegria de ter mais de dois anos do final da quimioterapia, estou saudável, e valorizo cada dia dessa jornada.”
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No olhar da carreira, Fernanda vê a tecnologia como um elemento importante na humanização do marketing. “Que a tecnologia está mudando o mundo a gente sabe, mas hoje sou apaixonada com o quanto a ela pode realizar um sonho antigo dos profissionais de marketing: personalizar mensagens para aquele ser humano. Isso está transformando a profissão e resolvi participar disso bebendo direto da fonte.” Para ela, ainda que muitas pessoas se assustem com a tecnologia, é possível se encantar e ter um olhar otimista em relação ao seu potencial.
“A tecnologia permite que as pessoas tenham experiências mais humanas com as empresas, quando ela sabe e age de acordo com o que vocês viveram juntos, em tempo real, como a vida real. Acho que os profissionais de negócios têm que se jogar nesse mundo de tecnologia e aprender o que é possível. O potencial humano criativo e de inovação, quando somado a essa tecnologia toda, permite que a gente transforme os dados em experiências relevantes, e é aí que a magia acontece”, reforça Fernanda.
E foi essa lucidez que fortaleceu seu lado de criar conexões. “Há alguns anos eu era aquela profissional de marketing que vivia imersa na empresa, sem conseguir olhar para fora, e isso me incomodava muito. Daí nasceu a Tribo de Marketing (o podcast e o grupo). Falam que sou generosa por compartilhar conteúdo e reunir as pessoas, mas brinco que nasceu do egoísmo puro – da vontade de aprender e ter conversas bacanas com gente interessante, de manter a mente borbulhante e os olhos brilhando. Sem dúvida a Tribo foi um presente na minha vida, que me trouxe amigos especiais e que tem sempre o poder de renovar minhas energias”, conclui.