Se existe um elemento que não pode faltar no cotidiano cada vez mais digitalizado e integrado são os semicondutores, ou os popularmente conhecidos chips. Esses componentes eletrônicos são fundamentais em qualquer tipo de gadget. Dos smartphones aos televisores, dos carros aos computadores. Nos últimos dois anos, a importância desse insumo ficou ainda mais clara pela escassez que atingiu toda a indústria. Com a crise controlada, esse ecossistema volta a estar em evidência, desta vez pela valorização recorde das ações da Nvidia, atualmente uma das maiores fabricantes de chips do mundo. Na semana passada, ela se aproximou do seleto Clube do Trilhão, junto com Apple, Amazon, Meta, Alphabet e Microsoft.
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Apesar da presença massiva dos chips da empresa no cotidiano, um novo elemento justifica o aumento do interesse dos investidores: inteligência artificial generativa. Essa tecnologia é responsável, por exemplo, pela existência do ChatGPT. De acordo com dados do PitchBook, já em 2022, os investidores injetaram ao menos US$ 1,37 bilhão em 78 negócios ligados a IA generativa. Entre as tendências citadas pelo Gartner, até 2025, espera-se que essa tecnologia seja responsável por 10% de todos os dados produzidos no mundo e a Nvidia tem papel importante nesse contexto.
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“A IA exige uma quantidade significativa de poder computacional para executar tarefas complexas, como processamento de grandes conjuntos de dados e treinamento de redes neurais profundas. Isso aumenta a necessidade de microchips de alto desempenho como as placas de vídeo que podem lidar com cargas de trabalho intensivas. Esse crescimento cada vez mais visto é confirmado a partir da nossa posição observada no balanço do primeiro trimestre, no qual registramos uma receita de US$ 7,19 bilhões. Essa conquista foi impulsionada pela venda de placas para empresas de computação em nuvem e provedores de serviços de internet de grande porte. O resultado reflete o contínuo investimento do setor de tecnologia como um todo em sistemas e serviços de IA”, explica Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da Nvidia para a América Latina. A área é responsável por produtos e serviços como inteligência Artificial, robótica, carros autônomos e supercomputadores.
A era dos supercomputadores
Uma outra notícia que animou os investidores de olho na empresa foi revelada no domingo, 28, por Jensen Huang, CEO da Nvidia que, em uma participação na feira Computex, em Taiwan, anunciou um novo supercomputador que se propõe a ajudar empresas de tecnologia a desenvolver ferramentas similares ao ChatGPT, porém customizadas. A expectativa é que gigantes da tecnologia como Microsoft, que investe na OpenAI, dona do ChatGPT, além de Alphabet e Meta estejam entre os potenciais clientes para o projeto.
Marcio Aguiar reforça que à medida em que a tecnologia continua a se desenvolver, a demanda tem crescido exponencialmente em diversos setores. “Nós, da divisão Enterprise, vemos cada vez mais a busca por placas destinadas a pesquisa e educação, por exemplo. Há também crescimento no setor de tecnologia da informação, empresas de data centers e provedores de serviços em nuvem que estão buscando constantemente aprimorar a capacidade de processamento e a eficiência energética de seus sistemas. Isso impulsiona a demanda por tecnologias de alto desempenho”, conclui Marcio Aguiar.
O que faz a Nvidia?
Fundada em fevereiro de 1993 em Santa Clara, na Califórnia, a Nvidia foi pioneira no desenvolvimento de unidades de processamento gráfico (GPU) e revolucionou a indústria de jogos eletrônicos. A história da empresa começa com três engenheiros da Silicon Graphics Inc. que decidiram criar uma empresa dedicada a desenvolver aceleradores gráficos para PCs. O trio incluía Jen-Hsun Huang, Chris Malachowsky e Curtis Priem, que eram conhecidos por seu trabalho em projetos importantes, como a criação do chip gráfico Nintendo 64.
Em outubro do mesmo ano da fundação, a empresa lançou sua primeira GPU, a NV1, que tinha um desempenho superior ao de outras soluções gráficas disponíveis na época. Durante os anos 90, a empresa continuou a desenvolver GPUs. Nos anos 2000, a Nvidia expandiu seus negócios para outros segmentos, como o mercado profissional e de supercomputação. A empresa também adquiriu várias companhias tecnológicas, como a MediaQ, a PortalPlayer e a Ageia Technologies. Nos últimos anos, a Nvidia vem se concentrando no desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial (IA) para vários tipos de indústrias.
Confira quatro segmentos que impulsionaram a indústria de chips (e por consequência a Nvidia):
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Divulgação VEÍCULOS
Marcas como a Jaguar Land Rover, por exemplo, utilizam a tecnologia da Nvidia para acelerar seu processo de eletrificação. Mercedes-Benz é outra empresa que atua em parceria com a fabricante de chips no desenvolvimento de veículos autônomos, além da BMW, que levou a tecnologia para seu processo de fabricação. O segmento automotivo ainda requer uma série de outros processos automatizados que levam chips, entre eles sistemas de direção automatizada. -
Reprodução/Forbes SAÚDE
A área médica também concentra uma demanda importante por semicondutores. No Reino Unido, por exemplo, a Nvidia tem um supercomputador que combina inteligência artificial com simulação de procedimentos, dentre eles cirurgias. -
Reprodução/Forbes CIDADES INTELIGENTES
Nesse quesito, a Nvidia criou a Metropolis, uma plataforma de análise de vídeo inteligente que visa melhorar a segurança e a eficiência das cidades por meio da aplicação de tecnologia e Inteligência Artificial (IA). No Brasil, a Nvidia foi a escolhida no projeto de transformar Osasco em uma cidade inteligente. -
Divulgação/Epic Games ENTRETENIMENTO
Esse é um dos segmentos mais avançados na aplicação de chips. Não só pela indústria gamer que acaba atuando como um hub de experimentação, mas principalmente pela aplicação em tecnologias emergentes, como realidade virtual (VR) e produção de cenas em realidade aumentada (AR). No caso da Nvidia, no Brasil, estão projetos desenvolvidos para clientes como Samsung, Cimed, XP, Grupo Bandeirantes e Lojas Renner.
VEÍCULOS
Marcas como a Jaguar Land Rover, por exemplo, utilizam a tecnologia da Nvidia para acelerar seu processo de eletrificação. Mercedes-Benz é outra empresa que atua em parceria com a fabricante de chips no desenvolvimento de veículos autônomos, além da BMW, que levou a tecnologia para seu processo de fabricação. O segmento automotivo ainda requer uma série de outros processos automatizados que levam chips, entre eles sistemas de direção automatizada.