
O cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman, lançou uma startup com o objetivo de usar inteligência artificial para impulsionar a descoberta de novos medicamentos. Ele está fazendo parceria com o autor, médico e cientista Siddhartha Mukherjee, famoso pelo livro O Imperador de Todos os Males: Uma Biografia do Câncer.
A startup, chamada Manas AI, tem um objetivo simples, mas ambicioso: usar IA para acelerar a descoberta e o desenvolvimento de tratamentos para doenças raras e devastadoras. Pelo menos inicialmente, o foco da empresa será o câncer.
A meta é explorar “espaços químicos e [analisar] interações moleculares a velocidades 100 vezes maiores que os métodos tradicionais”, com o objetivo de transformar radicalmente “o processo de descoberta de medicamentos, reduzindo-o de uma década para apenas alguns anos; trazendo tratamentos que salvam vidas aos pacientes muito mais rápido do que nunca.”
Especificamente, a equipe espera direcionar seu foco inicial para formas agressivas de câncer, como câncer de mama, câncer de próstata e linfoma, e, eventualmente, expandir suas pesquisas para outras doenças.
Sem dúvida, a Manas AI não é a única empresa atuando nesse espaço. Muitas outras empresas também estão tentando alavancar a IA para acelerar a descoberta de medicamentos. Um exemplo é a Xaira, que anunciou no ano passado a captação de quase US$ 1 bilhão em investimentos. Outro grande exemplo é a Isomorphic Labs, da Alphabet, que lançou o modelo de IA AlphaFold 3 em parceria com a DeepMind e tem feito avanços notáveis na compreensão do dobramento de proteínas. A AION Labs é outro grande player, colaborando com gigantes farmacêuticas como AstraZeneca, Merck e Pfizer para projetos semelhantes. De fato, a concorrência é acirrada.
Mas o que diferencia a Manas AI das demais?
O diferencial da empresa está no foco altamente direcionado ao avanço das terapias contra o câncer. Enquanto muitas das grandes empresas da área apresentam propostas promissoras, poucas têm o câncer como marco inicial de seus esforços. Além disso, a startup arrecadou, até agora, apenas US$ 24 milhões, um valor significativamente menor do que o de muitas dessas outras companhias. No entanto, isso reforça ainda mais sua abordagem altamente focada e orientada para resultados concretos no campo da biologia do câncer.
Apesar do financiamento modesto, a empresa conta com o respaldo de um dos maiores nomes do setor, a General Catalyst, que comentou: “A plataforma full-stack da Manas AI viabiliza uma triagem eficiente em larga escala e otimização de candidatos a medicamentos com alto nível de confiança, reduzindo o tempo necessário para descobrir tratamentos eficazes, começando pelos cânceres agressivos e expandindo para outras doenças.”
Além disso, tanto Hoffman quanto Mukherjee são pioneiros em suas respectivas áreas e já fizeram contribuições significativas para o mundo. Hoffman, com o LinkedIn, revolucionou a conexão profissional para bilhões de pessoas globalmente, enquanto Mukherjee tem sido uma figura central na disseminação do conhecimento e da conscientização sobre doenças humanas. Como uma empresa é um reflexo de seus líderes, a Manas AI tem um conjunto impressionante de visionários à sua frente.
Sem dúvida, a empresa tem um longo caminho a percorrer e muito a provar. No entanto, sua visão e missão oferecem uma perspectiva promissora para o futuro do tratamento do câncer.