O indicador do milho Esalq/B3 encerrou ontem (5) cotado a R$ 100,24 por saca de 60 quilos, um recorde para o preço do cereal na série histórica iniciada em 2004, mostraram dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em meio à firme demanda, oferta restrita e temores com a segunda safra que está em desenvolvimento.
O valor representa mais que o dobro da cotação do cereal registrada pelo índice no mesmo período do ano passado, que estava em R$ 48,78 por saca, de acordo com os dados.
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“Atentos aos baixos estoques da safra 2019/20 e preocupados com o desenvolvimento das lavouras 2020/21, produtores limitam a oferta de milho no spot”, afirmou o Cepea em nota.
Do lado da demanda, os pesquisadores do instituto disseram que parte dos consumidores precisa recompor os estoques no curto prazo – como o setor de carnes, que utiliza o insumo para produzir ração animal.
“Diante disso, os valores do cereal continuam em alta e, portanto, renovando os recordes reais em muitas praças acompanhadas pelo Cepea.”
Ontem (5), a consultoria Datagro cortou sua projeção para a produção de milho na segunda safra e, consequentemente, a expectativa para a colheita total da commodity nesta temporada, devido à seca que tem gerado perdas nas lavouras da “safrinha”.
A projeção da Datagro para a segunda safra caiu de 85,10 milhões de toneladas estimadas em março para 81,22 milhões, o que ainda ficaria 1% acima do ciclo anterior, mas com chances de novas revisões para baixo no próximo levantamento.
Desse total, a região centro-sul responderia por 74,84 milhões de toneladas – e é onde estão concentrados os problemas climáticos, principalmente em Estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
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De olho no Brasil e no desempenho do Estados Unidos, os preços externos do milho também trabalham nas máximas. Os contratos futuros do cereal negociados em Chicago atingiram o maior preço em mais de oito anos ontem (5), com preocupações com as ofertas globais e demanda aquecida. (Com Reuters)
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