
A Cargill, o BTG Pactual Commodities e um consórcio formado por Louis Dreyfus Company e Amaggi arremataram direitos de arrendamento de terminais portuários para escoamento de produtos agrícolas em Paranaguá, nesta quarta-feira, em leilão na B3 que envolveu lances de R$ 855 milhões em outorgas para as três áreas do porto do Paraná.
Em disputa acirrada no viva voz pela área PAR15, a Cargill bateu a Arco Norte Infraestrutura e Logística com oferta de outorga de R$ 411 milhões, o maior lance do certame que teve um recorde de participantes para o setor portuário, disse o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, após o evento, estimando investimentos totais de cerca de R$ 2 bilhões decorrentes do leilão.
Com o resultado, a Cargill garantiu a continuidade de sua operação no terminal portuário que opera, que possui uma área de 43.279 m² e tem capacidade de armazenagem de 115 mil toneladas, distribuídas em quatro silos horizontais. O ativo será ampliado, conforme o contrato disputado no leilão.
Paulo Sousa, presidente da Cargill no Brasil e do Negócio Agrícola na América Latina, que havia dito à Reuters que a empresa seria competitiva no leilão, celebrou o vitória lembrando que Paranaguá tem uma localização estratégica para o escoamento dos grãos e farelo brasileiros para diferentes mercados.
“Ficamos muito satisfeitos ao vencer o leilão e ter a garantia de que nos próximos 35 anos seguiremos com capacidade sob nossa gestão para atender os nossos clientes nas duas pontas da cadeia agrícola: os produtores rurais, que precisam levar seus produtos aos mercados consumidores, e os clientes de destino, que precisam dos alimentos produzidos no Brasil”, disse Sousa, em nota.
Ele comentou que a Cargill comemora ainda 60 anos de atuação no Brasil em 2025 com uma longa relação com o Paraná, que abriga o porto, um dos mais importantes da América Latina para o agronegócio.
“Nossa primeira fábrica no país, em Ponta Grossa, opera há 52 anos e estamos no Porto de Paranaguá há 35 anos”, destacou.
Movimentando grãos e farelo de soja, provenientes do transporte rodoviário e ferroviário, a Cargill fará investimentos para melhoria do sistema de recepção rodoviária para atender pelo menos 2,2 milhões de toneladas por ano, incluindo a instalação de quatro novas balanças e dois novos caminhões basculantes até o quinto ano do contrato.
A empresa também será responsável pela implantação dos novos berços de atracação no “Píer T” e das estruturas para sua operação.
Dreyfus e Amaggi
O consórcio ALDC, formado por Louis Dreyfus Company e Amaggi, arrematou a área portuária PAR25, com oferta de outorga de R$219 milhões.
Em nota, a Amaggi e a Dreyfus afirmaram que o “feito está em linha com a estratégia de desenvolvimento das duas empresas e pautado pelo compromisso de investir no escoamento de grãos pelo corredor de exportação de Paranaguá”.
Já o BTG Pactual Commodities arrematou o direito de arrendamento de área portuária PAR14 em Paranaguá, com oferta de outorga de R$ 225 milhões.
O BTG disputou a área para escoamento de granéis sólidos agrícolas em viva voz com o ICTSI Américas B.V, operadora global de terminais.
A ICTSI havia perdido mais cedo a disputa por outra área em Paranaguá para o consórcio ALDC.
Mais cedo, uma área portuária no Rio de Janeiro também foi leiloada.