A preocupação com práticas sustentáveis que preservem o ecossistema e aproveitem os recursos naturais de forma consciente está, a cada dia que passa, tornando-se uma realidade mais concreta no setor da construção civil brasileiro – e os números podem provar isso.
Dados de 2020 divulgados pelo USGBC (United States Green Building), criador do sistema LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental, em português) de classificação de “edifícios verdes”, mostram que o Brasil ocupa a 5ª posição entre 180 países no ranking mundial de sustentabilidade. Atualmente, são mais de 1.500 construções sustentáveis no país – 641 já registradas e 50 milhões de metros quadrados ainda em busca da Certificação GBC Brasil Condomínio®.
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O certificado foi desenvolvido pelo Green Building Council Brasil com a intenção de fornecer as ferramentas necessárias para projetar, construir e operar condomínios residenciais que possuam alto desempenho e práticas sustentáveis. Ele é dividido nas categorias Verde, Prata, Ouro e Platina, e avalia o impacto ambiental dos edifícios, tanto na sua construção quanto no seu uso. Entre os critérios analisados, estão o uso eficiente de água e energia, a qualidade ambiental interna e o descarte do lixo, por exemplo.
Segundo Raul Penteado, presidente do Green Building Council Brasil, o valor total de vendas nos edifícios registrados ou certificados pela GBC Casa&Condomínio somava R$ 4 bilhões em 2020. “Esses empreendimentos aliam desenvolvimento econômico à redução média de 25% em energia, 40% a 60% em água, desviam mais de 80% dos resíduos de aterros sanitários e impactam positivamente a saúde e o bem-estar das pessoas”, afirma o executivo.
Ao que tudo indica, o futuro das construções sustentáveis é muito promissor e nada distante da realidade atual. É o que acredita João Vitor Gallo, sócio da Petinelli Consultoria e Engenharia, empresa especializada em Green Building e a primeira do mundo com o selo LEED Zero da USGBC. “Estamos numa era onde os recursos naturais estão cada vez mais escassos e a demanda por energia só cresce, contribuindo para o aumento do custo ao usuário final. Nesse cenário, construir melhor, gastando menos recursos, economizando dinheiro do usuário e trazendo um espaço mais saudável é um caminho sem volta”, explica.
Para Gallo, os certificados ambientais de prédios estão se tornando um padrão de mercado cada vez mais forte: “Assim como os selos que encontramos em equipamentos eletroeletrônicos, a certificação de edifícios sustentáveis torna-se, cada vez mais, um requisito obrigatório para o comprador”, acrescenta.
Para o executivo, Curitiba é uma cidade que há muito tempo se destaca na questão da sustentabilidade no Brasil – e o mercado local adotou a certificação como padrão de referência. “Essa vanguarda é comprovada pelo pioneirismo em várias áreas, como a coleta seletiva de lixo e a implantação de áreas verdes que recebem a drenagem de chuva da cidade. Quando analisamos a área construída de novos edifícios, em comparação a São Paulo e Rio de Janeiro, a capital paranaense tem, proporcionalmente, mais metros quadrados certificados do que as outras grandes cidades do Brasil”, afirma.
A incorporadora paranaense GT Building é um exemplo de uma empresa na cidade que já adota conceitos internacionais de sustentabilidade em boa parte de seus empreendimentos. “A GT trabalha com extrema preocupação com a eficiência energética, uso racional da água, segurança e saúde de seus operários, pontos de carregamento de carros elétricos, tratamento de ruídos, utilização de materiais de fornecedores certificados, além dos estudos de viabilidade e cuidados com a vizinhança e com o bairro”, afirma João Thomé, diretor da empresa.
Entre os sistemas sustentáveis nos empreendimentos da incorporadora estão um bosque vertical, construído com materiais recicláveis, placas solares que atendem até 20% do consumo das áreas comuns, sistema de ventilação das garagens controlado pela leitura de CO2, utilização de água pluvial, sistema de irrigação eficiente com sensor de umidade e utilização de materiais certificados de acordo com a ISO 14024 (Selo Verde).
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