A acessibilidade na web é fundamental para tornar o ambiente digital mais inclusivo, ao permitir que os usuários com algum tipo de deficiência também possam navegar pela web e compreender os conteúdos com autonomia. No Brasil, algumas ações já foram traçadas para promover os direitos e liberdades destes usuários. Desde 2016, a LBI (Lei Brasileira de Inclusão) determina que sites públicos e privados devem ser acessíveis para os mais de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicados em 2019.
No entanto, menos de 1% dos portais seguem a regra. A análise é da terceira edição de uma pesquisa da BigDataCorp, realizada em parceria com o Movimento Web para Todos. O levantamento avaliou 16,89 milhões de sites ativos no país, número 15,29% maior do que na edição do ano passado. Os resultados indicam que apenas 0,89% das plataformas tiveram sucesso em todos os testes de acessibilidade aplicados, contra 0,74% da edição anterior.
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Diante da melhora discreta na acessibilidade dos sites brasileiros, o estudo alerta que a situação ainda está muito longe de ser a ideal. “As empresas se preocupam tanto com a experiência de clientes em seus sites e blogs, mas esquecem de se preocupar com a acessibilidade de pessoas com algum tipo de deficiência e que acabam por ter uma péssima experiência”, afirma Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp.
Dos sites analisados, 77,28% apresentaram falhas em links (quando não abrem automaticamente em uma nova janela), ante os 93,65% em 2020. Em relação aos recursos de descrição de imagens, houve uma leve melhora no último ano: em 2020, 83,36% das plataformas não utilizavam este recurso, essencial para a experiência dos deficientes visuais. Desta vez, o número caiu para 71,98%. “Essa pesquisa nos dá uma dimensão de como ainda precisamos melhorar a acessibilidade nos sites brasileiros”, diz Simone Freire, idealizadora do Movimento Web para Todos.
A pesquisa aponta os sites corporativos como os mais comprometidos com a temática, embora ainda tenham muito a aprimorar: apenas 5,40% deles passaram nos testes. Já os educacionais, que em 2020 foram considerados os mais acessíveis (3,88%), surgem na segunda colocação, com apenas 4,68% portais inclusivos para este público. Na sequência, ficaram os sites de notícias (3,15%), blogs (2,17%) e plataformas de e-commerce (1,46%).
O Movimento Web Para Todos e a BigDataCorp também avaliaram a acessibilidade em 2.369 aplicativos ativos no Brasil, 14,44% a mais do que em 2020. Os resultados indicam que 11,54% dos elementos de interface dos apps têm descrição, frente aos 10,34% identificados no ano passado; e 14,64% das plataformas fazem uso de texto descritivo das imagens, um avanço de 2,59 pontos percentuais. O número de ferramentas com texto descritivo em botões e em campos editáveis também foi maior do que na última pesquisa: 8,92% e 0,52%, respectivamente, frente a 6,15% e 0,31% apontados em 2020.
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