Elas são mulheres, são negras e ocupam cargos de liderança em grandes empresas. Ter esse perfil de profissional no topo do organograma traz a possibilidades uma empresa de sair à frente no seu mercado, é o que indica um estudo da consultoria internacional McKinsey com 279 companhias de diversos países que, juntas, empregam mais de 13 milhões de pessoas. Segundo o levantamento, há uma relação positiva entre diversidade e performance financeira. Embora as mulheres negras sejam só 4% dos níveis C pesquisados e os homens brancos ocupam 62% dessas cargas, como sociedades que investiram em diversidade étnica e cultural superaram em 36% a lucratividade das concorrentes que não fez o mesmo. “Minha grande motivação para a posição é participar de debates e planejamento objetivos e objetivos ousados”,Jandaraci Araújo , conselheira da Kunami AI e da Emérito Capitalismo Consciente.
Se ficarmos só no Brasil, onde mais da metade da população é negra, a falta de representatividade no espaço corporativo é maior. Um estudo realizado pelo Instituto Ethos em 2016, mostrou que os negros eram 57% dos aprendizes e estagiários, mas apenas 4,7% do quadro executivo. E, quando se trata do perfil de mulher negra, a fatia caía para 0,4%. “Se uma companhia elabora implementada B2B ou B2C voltadas às mulheres, brancas e negras, não pode haver apenas homens nas lideranças: o consumidor ser representado para que a comunicação seja efetiva”, diz Rachel Maia, membro do conselho administrativo da Vale, do Grupo Soma, do Banco do Brasil e da CVC.
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O caminho para que essa diversidade seja alcançada está, em partes, na mão das companhias. Iniciativas como o programa de trainees do Magazine Luiza trazem a mudança para dentro dos escritórios, mas a questão crucial ainda é a subida na ladeira corporativa. “Esse apoio precisa ser feito de acordo com a realidade das mulheres negras, brancas e de outros grupos minoritários. O passo mais importante é prepará-los para ascender e, por fim, chegar aos conselhos de administração ou diretoria ”, diz Lisiane Lemos, co-fundadora do Conselheira 101, programa de incentivo à presença de mulheres negras nos conselhos administrativos. Uma das executivas formadas por seu projeto, Patrícia Garrido, é integrante do conselho consultivo da healthtech Vibe Saúde. “Os conselhos ainda são ambientes homogêneos, por isso faltam pontos de vista para trazer robustez às estratégias. A maior variedade de perfis é essencial para que as empresas consigam dar conta da complexidade atual”, diz Patricia.
A transformação não tem a ver só com a importância da atuação social, mas também com uma busca por expansão e posicionamento no mercado. “As lideranças de uma empresa precisa questionar ‘por que’ não há mais pessoas negras, mulheres e outros grupos em suas cúpulas, seu público precisa estar representado”, diz Jandaraci. O ciclo da diversidade estimula uma renovação nos negócios que pode ser um diferencial diante da concorrência.
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