Sempre que o período de férias vai se aproximando, costumo fazer uma enquete para descobrir onde minha família quer desfrutar dias de merecido descanso. Invariavelmente, uma parte do grupo diz que quer esquiar na neve – mas outra parte (a maioria) pede um lugar que tenha sol, praia e mar. Foi com a missão de escolher um local que atendesse ao desejo da maioria que me debrucei sobre as opções que funcionassem numa viagem que deveria incluir o sul da Flórida na segunda perna do nosso tour durante o último verão do Hemisfério Norte.
Não demorou muito para decidir por Turks and Caicos. Debaixo do sempre presente sol caribenho e banhado pelo estonteante azul-turquesa – e isso não é um clichê para florir o texto – do Atlântico Norte, o arquipélago de mais de 40 ilhas, localizado 300 quilômetros ao norte da Ilha de São Domingos (que abriga o Haiti e a República Dominicana), é um território britânico – como logo se percebe pela mão de direção do trânsito –, mas adota o dólar americano como moeda. O voo entre Miami e Providenciales, a “metrópole” do arquipélago, é curtíssimo, leva pouco mais de uma hora e meia. Há também voos diretos partindo de Atlanta, Filadélfia, Boston, Charlotte, Dallas, Nova York, Nova Jersey, Toronto e Londres.
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Providenciales é a cidade-ilha mais populosa desse paraíso: abriga 75% dos 35 mil habitantes de Turks and Caicos. Abriga também uma grande infraestrutura hoteleira, os melhores restaurantes e lojas e algumas das praias mais lindas do mundo. Se você não conhece, tente imaginar uma rara união de beleza, tranquilidade e luxo.
No meio de toda essa oferta, existe um lugar ainda mais exclusivo, paradisíaco e privativo, distante 15 quilômetros do aeroporto e 27 quilômetros da popular Grace Bay Beach: o Amanyara Resort.
Vou começar meu relato pelo fim – na verdade, pelo fim do dia. Quando admirado das dependências do belíssimo Amanyara, o pôr do sol é uma cena imperdível e inesquecível. O resort – que faz parte do grupo hoteleiro Aman (dono de 34 propriedades ao redor do mundo, boa parte delas concentrada no continente asiático) – foi construído numa área remota de Providenciales, sobre a enseada rochosa da ilha, e é um destino por si só. Uma frota de Land Rover Discovery de propriedade do hotel leva os hóspedes do aeroporto até o luxuoso resort, encravado em uma propriedade particular com 40 hectares de floresta tropical e “abraçado” pelas águas cristalinas protegidas do Point Marine National Park, povoadas por exuberantes recifes de corais e ideais para os mergulhadores. Só a faixa de areia da praia privativa tem 1 quilômetro de extensão.
Chegando ao resort, somos recepcionados por todo o staff do front office. Eu me vi naquela cena do seriado de TV “A Ilha da Fantasia”, sucesso na década de 1980, quando Mr. Roarke e seu ajudante Tattoo recepcionavam os hóspedes pessoalmente – e eles eram brindados com um drinque “não alcoólico” refrescante, de receita local.
À primeira vista, a imponente construção que abriga o bar da piscina fascina os recém-chegados com suas linhas majestosas, que parecem flutuar sobre o grande espelho d’água com o céu sempre azul como pano de fundo. Não demora muito e embarcamos nos carrinhos elétricos que nos levarão até nossa vila.
O encantamento da chegada aumenta ainda mais quando entramos na vila. As acomodações no Amanyara são distantes umas das outras e garantem a privacidade dos hóspedes. Você só vê seus “vizinhos” em raras ocasiões ou em espaços comuns, como o restaurante principal, o bar e a praia. Mesmo assim, a sensação de privacidade é tanta que faz deste um dos resorts prediletos das maiores celebridades do show business mundial. São 38 pavilhões que esbanjam espaço interno e externo, além de 18 vilas com três opções de vistas diferentes e que oferecem serviço de governanta e chef particular. As vilas têm de três a seis bangalôs e uma incrível “main house” onde fica uma grande sala de jantar.
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Impressiona também a enorme área ao ar livre, com piscina privativa, jardins cuidadosamente mantidos e espelhos d’água por todos os lados. Nossa beach villa, com quatro bangalôs, era “pé na areia”: bastavam alguns passos para eu levantar de minha cama pela manhã e caminhar até as mornas e incrivelmente límpidas águas do mar caribenho. Era ali que eu passava a maior parte do dia: dentro da água. A sensação de prazer e relaxamento eram tão grandes que eu não queria sair dali por nada.
Nossa superatenciosa governanta, sempre a postos, fazia as vezes de room service e nos trazia os appetizers preparados por nosso chef dedicado. Muitas foram as vezes que almoçávamos sob o gazebo com vista para o mar, saboreando deliciosos pratos escolhidos por nós horas antes.
Apesar de as acomodações serem similares a pequenas ilhas privativas, também há muito a se fazer nas dependências públicas do resort e nas redondezas. O magnífico spa é composto por quatro pavilhões com salas de tratamento e espaço para prática de ioga ao ar livre, além de uma piscina ao centro. A gama de tratamentos focados no bem-estar é ampla, com destaque para o batizado de “Pedra Sagrada”, desenvolvido para auxiliar no relaxamento muscular profundo. Há também um centro de fitness, superequipado, e esportes, com quadras de tênis, voleibol, futebol e simulador de golfe. Mediante solicitação, os hóspedes podem contratar personal trainers, professores de tênis e futebol.
As atividades aquáticas do Amanyara não devem jamais ser deixadas de lado. O mergulho livre e o snorkeling são as melhores formas de conhecer a flora e a fauna subaquáticas. Para os mergulhadores mais experientes, a atração principal é a barreira de corais de 27 quilômetros de extensão; para os adeptos do snorkeling, todos os dias partem da praia passeios guiados em uma das lanchas do resort, sem custo adicional para os hóspedes. Foi ali que fiz snorkeling pela primeira vez na vida – para quem ainda não teve essa experiência, por favor, faça pelo menos uma vez na vida!
Entre os meses de fevereiro e abril, baleias também podem ser observadas nas proximidades (um adendo: a alta estação em Turks and Caicos é entre os meses de dezembro e maio, mas a certeza de muito sol e pouquíssima chuva o ano inteiro garante que você estará bem servido em qualquer época do ano). Há também um interessante projeto de identificação das populações de tartarugas da região – os hóspedes podem participar da ação acompanhados por biólogos.
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Voltando à gastronomia: é difícil não ficar satisfeito com a cozinha oferecida pelo resort. Logo no café da manhã, a oferta de pratos parece ser infinita: desde as tradicionais panquecas americanas a opções clássicas e revisitadas da culinária asiática. Você já comeu sushi de manhã cedinho? É uma delícia.
O Beach Club, aberto durante o dia, tem menu que mescla pratos das culinárias latino-americana e mediterrânea. O bar tem carta de drinques com opções refrescantes que podem ser pareados com aperitivos leves. O restaurante (aberto apenas durante o café da manhã e jantar) fez sua opção pela culinária internacional e sazonal e prioriza ingredientes fresquíssimos, como peixes e frutos do mar pescados na hora e os orgânicos criados na propriedade. À noite, no Beach Club, o restaurante se transforma em uma cantina italiana, oferecendo tudo o que você puder imaginar de massas, pizzas e afins.
Os dias vão passando e a vontade de ir embora simplesmente não existe. Esforço-me para lembrar de um lugar onde eu tenha me sentido tão bem, em todos os sentidos. O que ficou mais fácil daqui em diante é decidir nosso destino nas próximas férias. Voltaremos ao Amanyara – pelo menos uma vez por ano.
Reportagem publicada na edição 71, lançada em setembro de 2019
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