A NetJets está se juntando à rival Flexjet para apostar no futuro dos jatos supersônicos privados. A unidade da Berkshire Hathaway disse que obteve opções de compra para 20 jatos Aerion A2 de alta velocidade que transportarão passageiros a mais de 1.600 km/h.
A Aerion disse que agora tem uma carteira de pedidos global avaliada em mais de US$ 10 bilhões antes do início da produção planejado para 2023. Com um preço de US$ 120 milhões, o pedido da NetJets pressupõe que cerca de metade da frota do AS2 será operada por serviços de compartilhamento de jatos.
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O último voo do Concorde de 100 assentos foi em 24 de outubro de 2003. O AS2 transportará de oito a 10 passageiros com um alcance supersônico de 7,7784 quilômetros.
“Já existe uma demanda insaciável” por jatos executivos supersônicos, de acordo com Roland Vincent da JetNetIQ. Ele prevê que pode haver três “Fabricante Original de Equipamento” (OEM, na sigla em inglês) que acabarão trazendo os aviões rápidos ao mercado.
Como parte do anúncio desta semana, a FlightSafety International, outra empresa da Berkshire Hathaway, desenvolverá uma academia de treinamento de voo supersônico para aeronaves supersônicas civis, comerciais e militares. A instalação com a marca Aerion oferecerá experiência em capacitação global para fornecer um centro de excelência para treinamento e educação de voo supersônico.
A NetJets e a Aerion também irão explorar uma “parceria exclusiva” em torno do Aerion Connect. Descrito como uma plataforma de mobilidade global, ele irá “integrar múltiplas redes urbanas e regionais atualmente isoladas e fornecer uma experiência de viagem ponto a ponto perfeita, otimizada para velocidade e luxo em vários modos de transporte.”
Sustentabilidade supersônica
O AS2 será movido a combustível 100% sintético. No mês passado, a NetJets disse que estava investindo na produtora de combustível sustentável WasteFuel. Os supersônicos reduzem as emissões de carbono em até 85%.
O pedido da NetJets está avaliado em US$ 2,4 bilhões. No fim de semana, a Berkshire divulgou seus resultados anuais de 2020. A empresa observou: “As receitas agregadas da NetJets e FlightSafety em 2020 diminuíram US$ 816 milhões (13,5%) em comparação com 2019, refletindo a menor demanda por viagens aéreas e serviços de aviação atribuíveis à pandemia de Covid-19. A NetJets experimentou um declínio nas horas de voo de 27% e as horas de treinamento em simulador comercial e corporativo da FlightSafety diminuíram 30% em relação a 2019.”
A velocidade vence a democratização. Uma pesquisa realizada no ano passado pela Business Jet Traveller perguntando sobre as inovações futuras em voos mais desejadas revelou que 29% queriam voos supersônicos em vez de 22% que queriam “fretamento por assento amplamente disponível”.
Enquanto as companhias aéreas ainda estão sofrendo durante a pandemia de Covid-19, as viagens em jatos particulares se recuperaram para cerca de 90% dos níveis pré-coronavírus. A NetJets disse que espera atingir os patamares de voo de 2019 no segundo semestre deste ano. O mercado de aeronaves compartilhadas – operadores fracionados e fretados – se recuperou mais rápido do que os jatos totalmente próprios. As horas de voo com aeronaves civis, geralmente não comerciais, despencaram 28,5% em 2020, de acordo com a Argus TRAQPak. Em comparação, os com operadores fracionários caíram 18,6%. Os fretamentos tiveram uma queda de apenas 15%.
“Como líderes na aviação privada, buscamos constantemente maneiras de estar na vanguarda”, disse Adam Johnson, presidente e CEO da NetJets Inc.
Tom Vice, presidente e CEO da Aerion, disse: “Nossa estratégia é conectar os melhores parceiros do mundo dentro de um novo ecossistema de mobilidade otimizado para velocidade e baseado na sustentabilidade. Tanto na NetJets como na FlightSafety International temos dois desses parceiros, ambos líderes mundialmente reconhecidos em suas áreas que compartilham nossa paixão por uma nova era de mobilidade que é rápida e, ao mesmo tempo, gentil para o nosso planeta.”
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