Talvez o investimento milionário da HBO na série derivada de “Game of Thrones”, “House of the Dragon”, já esteja se provando um acerto: o primeiro episódio, exibido no último domingo (21), alcançou 9.986.000 de espectadores, se tornando a maior estreia da história da emissora.
A aposta foi alta em termos financeiros – mesmo se tratando do spin-off de uma das produções mais populares da história da televisão. Focado na história da casa Targaryen, o orçamento de um episódio de “House of the Dragon” seria o suficiente para produzir, basicamente, três capítulos da 1ª temporada de GoT.
A série inteira, de 10 episódios, foi inclusive bem mais cara que a 8ª (e última) temporada da trama de Jon Snow e Daenerys Targaryen, que tomou proporções épicas à medida que se aproximava do encerramento.
Mas de quanto dinheiro estamos falando e como ele se compara com GoT? E qual o motivo desse aumento significativo?
House of the Dragon: US$ 20 milhões por episódio
Segundo a “Variety”, a média de cada um dos episódios do spin-off foi US$ 20 milhões (R$ 102 milhões, na cotação atual) – o que coloca a temporada inteira no valor de cerca de US$ 200 milhões, definitivamente uma das produções televisivas mais caras de todos os tempos.
Uma das principais razões para o alto valor é, como bem diz o nome da série, a presença dos dragões da história. Não um, nem dois ou três, como Daenerys em “Game of Thrones”. Como estamos falando do auge do reinado da família Targaryen em Westeros, quase 200 anos antes dos eventos de GoT, são muitos dragões (quase todos adultos) em tela: de acordo com Miguel Sapochnik, co-showrunner e um dos diretores da série, 17 das criaturas mágicas aparecerão ao longo de “House of the Dragon” – o que demanda um uso extenso de CGI (e, consequentemente, de dinheiro).
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Orçamento de Game of Thrones: de US$ 6 milhões a US$ 15 milhões por episódio
O seriado inspirado em “As Crônicas de Gelo e Fogo” ficou cada vez mais grandioso ao longo do tempo – e o tamanho do orçamento de cada temporada é um bom reflexo disso. Na estreia, em 2011, cada episódio do seu primeiro ano custou cerca de US$ 6 milhões (R$ 30,6 milhões, na cotação atual).
Essa média se manteve até a quinta temporada, o que pode ser explicado pela predominância de intrigas políticas, batalhas menores e eventos menos monumentais. A partir do sexto ano de “Game of Thrones”, o cenário mudou: os episódios da 6ª e da 7ª temporada da série tiveram seus orçamentos estimados em US$ 10 milhões. O aumento acompanhou o nível de tensão da história, com guerras maiores (como não se lembrar da Batalha dos Bastardos?), núcleos diferentes se juntando, mais expedições ao norte da Muralha e dragões com maior tempo de tela – o que, naturalmente, demandou sets maiores, mais figurantes e efeitos especiais.
Tudo culminou na 8ª temporada, com um orçamento de US$ 15 milhões para cada um de seus capítulos finais. Especula-se que o tamanho dos custos tenha sido um dos motivos da última temporada ter sido mais breve: os costumeiros 10 episódios foram reduzidos para 6. O fato acabou sendo uma das razões de descontentamento dos fãs, com reclamações de que a conclusão do drama de fantasia pareceu atropelada e apressada demais.
Ao todo, a última temporada custou à HBO US$ 90 milhões, menos da metade dos US$ 200 milhões que foram investidos agora com “House of the Dragon”.
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Outras produções multimilionárias
Mesmo com valores altíssimos, “House of the Dragon” não será a série de fantasia mais cara de 2022: “O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder”, com estreia na Amazon Prime Video marcada para o começo de setembro, teve orçamento estimado em US$ 465 milhões (R$ 2,3 bilhões). Isso faz com que a média dos oito episódios da 1ª temporada fique em cerca de US$ 58 milhões cada – um recorde para a indústria. Ambientado no universo criado por J. R. R. Tolkien, a história se passa bem antes dos acontecimentos dos filmes das trilogias “O Hobbit” e “Senhor dos Anéis”.
Outras produções televisivas recentes também impressionaram pelos valores. Para a 4ª e mais recente temporada de “Stranger Things”, a Netflix gastou impressionantes US$ 30 milhões (R$ 153 milhões) por episódio, segundo o “Wall Street Journal”. “WandaVision”, da Disney+, é outro exemplo: cada um dos 9 capítulos da série do Universo Cinematográfico da Marvel custou US$ 25 milhões (R$ 127,5 milhões), informou o Hollywood Reporter.
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