A perda dos cabelos atinge mais de 50% da população mundial em idade adulta e que está sempre ávida por uma solução para este problema. De tempos em tempos, vemos na internet e em outros meios de comunicação o surgimento de “novos” tratamentos para a calvície, alguns são somente promessas milagrosas que geralmente frustam os pacientes com seus resultados não comprovados cientificamente e outros são medicamentos ainda em estudo, mas que já são apresentados como definitivos.
Recentemente nos chamou a atenção o destaque que um tratamento já usual recebeu na mídia internacional, ao ser apresentado pelo New York Times como “um velho medicamento que que fazer crescer cabelos custando centavos por dia”. Logo depois essa mesma notícia foi replicada em outros países e inclusive aqui no Brasil e pretendemos esclarecer um pouco sobre este assunto nesta coluna.
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O “velho medicamento” trata-se do Minoxidil, uma medicação aprovada para o tratamento da calvície há mais de 20 anos. Porém, a forma usual de aplicação é a tópica, ou seja, loções para aplicar no couro cabeludo, com resultados comprovados no retardo da evolução da calvície e melhora da qualidade dos fios que estão em processo de queda.
Esse uso tópico pode gerar, em alguns pacientes, irritação no couro cabeludo e até alergia, além de dificultar um pouco a adesão ao tratamento por pacientes que são mais resistentes em aplicar produtos diariamente no couro cabeludo. Alguns dermatologistas passaram então a prescrever o Minoxidil por via oral, ou seja, em comprimidos, facilitando a vida dos pacientes que não querem usar loções e acabando com o problema das irritações locais. E o melhor, com resultados bastante promissores e semelhantes aos do tratamento tópico, nos primeiros estudos.
Um tratamento de baixo custo e com bons resultados gerou um óbvio interesse na mídia. Porém, é importante salientar que é uma medicação e deve ser prescrita pelo médico dermatologista após o diagnóstico da causa da calvície, se estiver mesmo indicada para aquele(a) paciente, e na dosagem adequada, principalmente por ser uma medicação de uso contínuo.
Estamos empolgados com mais uma opção terapêutica para o tratamento da calvície, mas lembramos que não é um medicamento para fazer surgir fios novos. Este medicamento, como todos os outros tratamentos clínicos até agora, melhora os fios já existentes e diminui a queda. Para quem já perdeu os fios, o solução continua sendo o transplante capilar.
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Márcio Crisóstomo é cirurgião plástico formado no Instituto Ivo Pitanguy, especialista em Transplante Capilar nos Estados Unidos pelo American Board of Hair Restoration Surgery, com pós-graduação em Surgical Leadership pela Harvard Medical School.
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