28 de maio é o Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher, uma data para promover a conscientização. O principal objetivo deste dia é chamar a atenção da sociedade sobre diversos problemas de saúde que podem afetar este grupo, como câncer de mama, endometriose, câncer do colo do útero, depressão, obesidade e outros.
Em relação à gestação e ao puerpério, a manutenção de hábitos alimentares saudáveis é fundamental para a saúde da mãe e do bebê. Em todas as fases da vida, a alimentação é uma das responsáveis por manter o seu metabolismo saudável, ou seja, estabelecer o bom funcionamento do seu corpo.
Através dos alimentos, a mulher recebe os nutrientes necessários para o desenvolvimento de uma gestação saudável, para as adaptações do corpo materno após a gestação (puerpério) e também para a lactação. Neste cenário, consumir nutrientes de forma adequada para cada momento, incluindo proteínas, carboidratos, gorduras insaturadas, vitaminas e minerais no seu dia-a-dia, é o recomendado.
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Além disso, algumas vitaminas e minerais devem ser suplementados: ferro, vitamina D, ômega-3 e ácido fólico (vitamina B9), por exemplo, sempre com o acompanhamento do obstetra que avaliará as necessidades da mãe e do bebê em cada fase da gestação durante as consultas de pré-natal. Hoje, é recomendada a suplementação com produtos validados pela Anvisa e que possuem as quantidades adequadas desses micronutrientes.
Comer de forma saudável e equilibrada
Não existe uma dieta específica. O que existe são estratégias que visam a ingestão nutricional adequada antes, durante e depois da gestação. Hoje em dia, buscamos evitar o termo “dieta” para nomear tudo aquilo que está relacionado a comer de forma saudável e equilibrada. O recomendado é ajustar a alimentação de forma personalizada, sempre com um profissional especializado que vai elaborar um plano de acordo com o trimestre gestacional, com as comorbidades da gestante (se existirem), com as restrições e eventuais alergias. É importante considerar também se a gestante apresenta algum dos seguintes sintomas: enjôos, vômitos, azia, intestino preso, pois para cada situação, vamos cuidar de forma específica para que não falte nenhum nutriente para o binômio mãe-filho.
O que evitar
É importante reafirmar que os cuidados em saúde devem ser sempre individualizados e caso você esteja grávida, a melhor pessoa para te orientar é o(a) médico(a) que te acompanha. Mas, como recomendação geral, no primeiro trimestre gestacional o ideal é evitar o consumo de alimentos crus, como por exemplo peixes e vegetais – ao consumir esses alimentos, opte pela forma cozida e se certifique da limpeza e do armazenamento adequados. Outros alimentos que devem ser evitados são os adoçantes artificiais, como por exemplo: polidextrose, xilitol e polióis em geral, pois não temos evidências científicas da segurança do uso na gestação. Evitar o consumo de gordura saturada (e aqui é algo que vale para todo o indivíduo adulto), como queijos amarelos, bacon e também os embutidos e alimentos ultraprocessados.
Gestação e puerpério: é seguro e recomendável fazer exercícios
Geralmente existem duas situações: a gestante que já tem uma rotina de exercícios e aquela que não faz exercícios. Nos dois casos é indicado o acompanhamento por um profissional de educação física habilitado, que junto com o(a) obstetra vão orientar a execução e os ajustes indicados para cada fase gestacional, e de acordo também, com eventuais mudanças que exijam maiores cuidados com determinados movimentos e intensidade de treino, por exemplo. Caso você esteja gestante e nesse momento, sedentária, procure ajuda da sua equipe de saúde sobre a indicação da melhor atividade física para você nesse momento.
Já durante o puerpério, as recomendações vão depender de como foi o parto, quantos dias de pós-parto, se foi necessário algum procedimento cirúrgico, etc. Independente da situação, também é indicado o acompanhamento por um profissional de educação física que junto com o(a) obstetra vão orientar sobre o momento mais indicado para o retorno às atividades físicas e como fazer isso de forma segura. O sedentarismo em qualquer fase da vida implica em piora cardiovascular e risco aumentado de doenças metabólicas, como diabetes, hipertensão, dentre outras. Mas vale ressaltar, que cada fase e cada mulher tem suas particularidades e necessidades e portanto devem ser avaliadas de forma individual.
Riscos para gestantes vs carências nutricionais
Os riscos dependem muito de qual alimentação está sendo seguida e também de fatores individuais da gestante. De modo geral, se os hábitos alimentares não são suficientes para garantir a nutrição adequada, os riscos são de desenvolver carências nutricionais que, com o tempo, passarão a afetar o desenvolvimento do bebê.
Na Liti temos uma equipe multidisciplinar que inclui um(a) médico(a), que junto com o(a) obstetra, vai acompanhar a mulher durante toda a gestação, o puerpério e a vida toda. A equipe de nutrição está apta para personalizar a estratégia alimentar e adequar para as suas preferências e especificidades do momento. Através das ciências comportamentais, há o cuidado com os ajustes na rotina e a inserção de novos hábitos. Também tem o educador físico, que pode orientar a melhor atividade física para o momento da gestação.
*Eduardo Rauen é cofundador da healthtech Liti, que trabalha para resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil. É médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É médico nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia) e do Exercício e do Esporte (com título de especialista pela SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte). Também atua como diretor técnico do Instituto Rauen – Medicina, Saúde e Bem-Estar.
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