Quanto mais utilizamos nossos cérebros, menos declínio cognitivo relacionado à idade temos, segundo um estudo publicado na revista acadêmica Perspectives on Psychological Science. Mas o que isso realmente significa? Será que todos nós temos de ser pensadores e máquinas de processamento de informações o tempo todo? A boa notícia é que provavelmente não.
Hoje em dia, espera-se que nós, seres humanos, acompanhemos a velocidade do avanço tecnológico. Isso inevitavelmente leva à vida acelerada com a qual todos estamos familiarizados e que vem comprometendo a saúde mental de tanta gente. Por isso, desacelerar e dar um passo atrás para apreciar sua vida e jornada é extremamente benéfico para a sua mente.
Veja dois motivos pelos quais pensar em nada pode ser tudo o que você precisa no momento para ter uma vida mais leve:
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Getty Images #1. Desacelerar ajuda a tomar decisões melhores
Ao desacelerar, conseguimos evitar a fadiga de decisão, que acontece quando nossa capacidade de tomar decisões é esgotada devido ao grande número de decisões que já tomamos.
As pressões do mundo acelerado exigem que tomemos várias decisões, mas, quando desaceleramos conscientemente e reservamos um tempo para, por exemplo, fazer uma caminhada à noite em um parque, oferecemos a nós mesmos a oportunidade de recarregar e tomar decisões mais sábias.
Pesquisas comprovam essa ideia. Um estudo de 2011 publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences descobriu que juízes responsáveis por conceder liberdade condicional, que tomam decisões racionais baseadas nos fatos apresentados a eles, foram mais lenientes durante a parte inicial do dia em comparação com a parte final do dia, indicando que a tomada de decisões muitas vezes é influenciada por fatores externos. O estudo concluiu que foi a fadiga de decisão que levou os juízes a se mostrarem menos lenientes à medida que o dia avançava.
Todos nós tomamos várias decisões ao longo do dia. Essas decisões consomem energia cerebral, que é um recurso finito. Dedicar tempo a não fazer nada significa que, temporariamente, você não estará encarregado de tomar decisões de alto risco. Essas “economias de decisões” podem então ser usadas para tomar decisões melhores e de maior qualidade quando a situação exigir.
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Getty Images #2. Dar tempo para o cérebro relaxar ajuda a melhorar seu desempenho
Um estudo de 2020 mostra que a tecnologia está causando o aumento dos sintomas semelhantes ao TDAH em nós e impactando negativamente nossa capacidade de entender uns aos outros emocional e socialmente.
Um estudo de 2012 publicado no periódico Frontiers of Human Neuroscience descobriu que pessoas que praticam meditação há muito tempo tiveram um desempenho melhor em um teste de atenção espacial do que aquelas que nunca meditaram, que é uma tarefa de processamento de informações. Da mesma forma, um estudo separado publicado no periódico Cognitive Therapy and Research investigou os efeitos de um curso intensivo de treinamento em atenção plena (mindfulness) de 10 dias no controle atencional, estilo cognitivo e bem-estar emocional. Os resultados revelaram que os participantes sem experiência prévia em meditação apresentaram melhorias significativas na atenção e redução de atitudes disfuncionais, além de aumento de afeto positivo e autocompaixão.
Essas descobertas enfatizam a importância de adotar um ritmo de vida mais lento e integrar práticas de mindfulness, especialmente no contexto de um estilo de vida digital, destacando os impactos positivos que elas podem ter na atenção, autorreflexão e bem-estar mental geral.
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Getty Images Conclusão
Em um mundo que exige velocidade e conexão constantes, é essencial reconhecer o valor de desacelerar e nos permitir fazer pausas. Ao diminuir nosso ritmo intencionalmente, podemos combater a fadiga de decisão, tomar melhores decisões e otimizar nossas habilidades cognitivas. Além disso, incorporar práticas de mindfulness no dia a dia pode contribuir para uma atenção melhorada, bem-estar emocional e autocompaixão.
#1. Desacelerar ajuda a tomar decisões melhores
Ao desacelerar, conseguimos evitar a fadiga de decisão, que acontece quando nossa capacidade de tomar decisões é esgotada devido ao grande número de decisões que já tomamos.
As pressões do mundo acelerado exigem que tomemos várias decisões, mas, quando desaceleramos conscientemente e reservamos um tempo para, por exemplo, fazer uma caminhada à noite em um parque, oferecemos a nós mesmos a oportunidade de recarregar e tomar decisões mais sábias.
Pesquisas comprovam essa ideia. Um estudo de 2011 publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences descobriu que juízes responsáveis por conceder liberdade condicional, que tomam decisões racionais baseadas nos fatos apresentados a eles, foram mais lenientes durante a parte inicial do dia em comparação com a parte final do dia, indicando que a tomada de decisões muitas vezes é influenciada por fatores externos. O estudo concluiu que foi a fadiga de decisão que levou os juízes a se mostrarem menos lenientes à medida que o dia avançava.
Todos nós tomamos várias decisões ao longo do dia. Essas decisões consomem energia cerebral, que é um recurso finito. Dedicar tempo a não fazer nada significa que, temporariamente, você não estará encarregado de tomar decisões de alto risco. Essas “economias de decisões” podem então ser usadas para tomar decisões melhores e de maior qualidade quando a situação exigir.
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*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.