As ideias de almas gêmeas e amor à primeira vista fazem parte da imaginação de muita gente há tempos, mas será que elas se sustentam no mundo real dos relacionamentos?
Pensar em um parceiro perfeito, predestinado, que nos completa e satisfaz nossas necessidades emocionais é tentador. No entanto, mesmo que a busca por essa pessoa seja alimentada por desejos românticos genuínos, há bons motivos pelos quais você precisa olhar além dessas representações superficiais do amor.
Veja três motivos para parar de buscar sua alma gêmea e focar em uma abordagem mais fundamentada:
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Getty Images #1. A influência dos mitos da mídia
A ideia de almas gêmeas encanta, mas pode levar a padrões problemáticos de relacionamento. Muitas vezes, nossa percepção de “amor verdadeiro” pode se dar pelo consumo excessivo de mídias de massa, que tendem a retratar relacionamentos de forma irreal.
A ciência sugere que essas representações midiáticas moldam as expectativas e crenças das pessoas sobre romance e relacionamentos, criando uma imagem unidimensional do amor, que não consegue se enquadrar na realidade. Consequentemente, podemos desenvolver noções muito otimistas ou idealizadas do que as relações amorosas deveriam ser.
Por exemplo, pessoas que mantêm expectativas irreais podem achar que parceiros apaixonados devem entender, sem esforço, os desejos e necessidades um do outro sem qualquer comunicação explícita. Essa suposição ignora o fato de que ninguém pode conhecer e entender plenamente o mundo interior de outra pessoa sem uma comunicação eficaz. Essas expectativas, se não forem controladas, podem levar a problemas e insatisfação nos relacionamentos da vida real.
Em vez de depender da ideia de uma alma gêmea, é fundamental priorizar a comunicação aberta e honesta, permitindo que a conexão evolua naturalmente por meio do compartilhamento transparente de pensamentos e sentimentos.
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Getty Images #2. A ilusão do amor à primeira vista
O conceito de “amor à primeira vista” é um elemento fundamental da cultura pop, mas um estudo publicado no American Journal of Family Therapy revela que ele pode ter pouca — ou quase nenhuma — verdade. Essa representação romantizada, embora intensa, pode sugerir erroneamente que o amor se fundamenta em faíscas instantâneas imediatas, deixando de lado o sentimento e a conexão emocional que a maioria dos relacionamentos constrói ao longo do tempo.
Um estudo publicado em Personal Relationships explica que as experiências de amor à primeira vista não foram muito marcadas por paixão intensa, intimidade ou compromisso. Em vez disso, um fator crucial é a atração física. Basicamente, as pessoas classificavam um momento específico como amor à primeira vista quando sentiam uma atração física inicial convincente.
Então, embora a ideia de se apaixonar instantaneamente seja cativante, a pesquisa mostra que o amor genuíno é moldado por interações mais profundas e significativas. Relacionamentos duradouros exigem mais do que uma faísca passageira. Pense na ideia de “amor à segunda vista” para olhar além das primeiras impressões.
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Getty Images #3. Os riscos de acreditar em um amor predestinado
A ideia de que estamos cosmicamente destinados a estar com uma pessoa específica pode dar origem à “falácia da chegada” — a crença equivocada de que, uma vez que encontramos o parceiro perfeito, todos os nossos problemas desaparecerão e seremos felizes eternamente. No entanto, pesquisadores enfatizam que a fé no relacionamento predestinado — ou seja, a convicção de que duas pessoas são destinadas uma à outra (ou não) — não garante relacionamentos de longo prazo bem-sucedidos.
Um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology indica que essa crença molda significativamente a forma como as pessoas abordam os relacionamentos, influenciando a satisfação inicial, as estratégias de enfrentamento e até as decisões de terminar os relacionamentos.
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Getty Images O estudo revela três insights principais:
#1. Quem acredita no destino romântico vê conexões iniciais como indicadores de uma parceria predestinada, valorizando a faísca e a sensação de “estar destinado ao outro”. Esse foco na satisfação inicial pode levar a compromissos rápidos, pois essas pessoas acreditam que um forte vínculo inicial garante uma parceria duradoura.
#2. Quem tem essa crença tende a evitar conflitos, visando preservar a natureza predestinada do relacionamento. Essa estratégia pode prejudicar a comunicação aberta e a resolução de problemas. Além disso, essas pessoas podem terminar relacionamentos que não estejam alinhados com a sensação de predestinação, temendo que isso as impeça de encontrar a verdadeira alma gêmea.
#3. A mentalidade de “se for para ser, vai dar certo” pode atrapalhar a busca ativa, os esforços necessários e os compromissos essenciais para parcerias saudáveis.
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Getty Images Conclusão
Para encontrar um amor genuíno e duradouro, trate o romance com uma mentalidade realista. Em vez de perseguir loucamente uma relação cósmica perfeita, busque encontrar um parceiro que compartilhe os mesmos valores, interesses, metas, crenças e filosofias de vida que você. A realização do amor não vem de uma força externa, mas de dentro de si mesmo.
#1. A influência dos mitos da mídia
A ideia de almas gêmeas encanta, mas pode levar a padrões problemáticos de relacionamento. Muitas vezes, nossa percepção de “amor verdadeiro” pode se dar pelo consumo excessivo de mídias de massa, que tendem a retratar relacionamentos de forma irreal.
A ciência sugere que essas representações midiáticas moldam as expectativas e crenças das pessoas sobre romance e relacionamentos, criando uma imagem unidimensional do amor, que não consegue se enquadrar na realidade. Consequentemente, podemos desenvolver noções muito otimistas ou idealizadas do que as relações amorosas deveriam ser.
Por exemplo, pessoas que mantêm expectativas irreais podem achar que parceiros apaixonados devem entender, sem esforço, os desejos e necessidades um do outro sem qualquer comunicação explícita. Essa suposição ignora o fato de que ninguém pode conhecer e entender plenamente o mundo interior de outra pessoa sem uma comunicação eficaz. Essas expectativas, se não forem controladas, podem levar a problemas e insatisfação nos relacionamentos da vida real.
Em vez de depender da ideia de uma alma gêmea, é fundamental priorizar a comunicação aberta e honesta, permitindo que a conexão evolua naturalmente por meio do compartilhamento transparente de pensamentos e sentimentos.
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*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.