Estudos já mostraram que ter um cachorro ou um gato pode afetar nossa autoestima e estilo de vida de formas diferentes
Todos sabem que os cachorros são os melhores amigos do homem, mas gatos também podem ser ótimos companheiros. No fundo, existem diferenças no bem-estar dos donos de cada um desses pets? O que dizem as pesquisas?
Um estudo recente publicado na Frontiers in Psychology descobriu que as pessoas que têm cães tendem a ter uma autoestima mais alta do que aqueles que não têm animais de estimação. Por outro lado, os donos de gatos parecem ter uma autoestima ligeiramente mais baixa em comparação com seus colegas sem pets. Essas descobertas estão em linha com outras pesquisas psicológicas sobre a relação entre a posse de animais de estimação e o bem-estar.
Isso não quer dizer que o debate está resolvido. Mas existem boas razões para acreditar que a posse de cães dá uma camada extra de proteção ao nosso bem-estar. Veja três razões a seguir:
1. Atividade física e interação social
Um estudo publicado na Plos One descobriu que ter cães está mais fortemente associado ao aumento da atividade física do que à posse de gatos – uma descoberta consistente com outros estudos sobre o assunto. Como os cães são cheios de energia, eles precisam de exercícios regulares. Isso significa que os donos de cães são mais propensos a se manterem ativos, um impulsionador bem conhecido para a saúde mental e o bem-estar geral.
Seja uma corrida matinal, uma visita ao parque ou até mesmo matricular seu pet em aulas de treinamento, os tutores de cachorros frequentemente se envolvem em atividades físicas. Isso requer que eles saiam de casa e lhes proporcione oportunidades para ver amigos e conhecer pessoas novas – outros dois ótimos estímulos para a saúde mental. O amor compartilhado por cães se torna um tópico instantâneo de conversa, levando à formação de laços sociais e um senso de pertencimento.
Cachorros podem ajudar seus tutores a terem uma vida mais ativa – inclusive com mais exercícios físicos
Por outro lado, os gatos são criaturas independentes que preferem o conforto de casa. Eles podem se aventurar por conta própria, mas não é a mesma coisa que levar um cachorro ao parque. Esse comportamento independente não gera o mesmo nível de atividade física ou interação social.
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2. Diferenças de personalidade entre donos de cachorro x gato
As características de personalidade também desempenham um papel na determinação da felicidade entre os donos de animais de estimação. Um estudo descobriu que os donos de cachorros e gatos diferem em termos das cinco grandes características de personalidade: neuroticismo, extroversão, agradabilidade, conscienciosidade e abertura.
Os autores da pesquisa descobriram que os donos de cães eram mais agradáveis e menos neuróticos do que os de gatos, além de serem considerados mais extrovertidos – outro indicador de bem-estar.
É claro que existe um argumento a ser feito sobre a relação de causa e efeito: são os cães que fazem seus donos felizes ou as pessoas felizes têm mais probabilidade de escolhê-los como pets? É provável que a direção da causalidade funcione nos dois sentidos.
Donos de gatos são mais introvertidos, sugerem algumas pesquisas
Os autores escrevem: “Embora possa não haver muitas diferenças entre aqueles que têm animais de estimação e aqueles que não têm, está claro que ter um cão está associado a resultados benéficos”.
3. Diferenças de gênero na posse de pets e autoestima
Uma análise cuidadosa de um conjunto de dados revela que os homens que possuem cachorros relatam uma autoestima mais alta do que os homens sem animais de estimação. Por outro lado, as mulheres com gatos relatam uma autoestima mais baixa do que as que não têm pets.
É possível que os “pais de cães” se sintam atraídos por seus companheiros para se perceberem como membros de uma matilha, ou até mesmo como os líderes, o que pode estimular sua autoestima. Ela também pode ser impulsionada por todos os elogios que recebem por seus pets quando os levam para passear. Por outro lado, as mulheres que possuem gatos podem enfrentar estereótipos de “solteirona” ou “senhora dos gatos”, o que pode causar uma sensação de desconexão da sociedade.
O importante é escolher um pet que combine com seu estilo de vida
Então, qual é o veredito: cachorro ou gato?
Como a maioria dos tópicos que se enquadram na pesquisa sobre a felicidade, a resposta não é direta. Embora seja verdade que os donos de cachorros são “forçados” a situações que promovem a felicidade (ar fresco, atividade, socialização, etc.), os donos de gatos podem encontrar seu próprio lugar feliz quando seu pet está enrolado a seus pés.
Talvez o ponto mais importante a se ter em mente é que você deve escolher um animal de estimação que complemente seu estilo de vida. Se você gosta de atividades ao ar livre e deseja companhia, possuir um cão provavelmente será um caminho eficaz para a felicidade.
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Se você é caseiro e prefere um companheiro menos exigente, um gato pode ser mais adequado. E, se você está feliz como está, não há problema em esperar até o próximo ano, ou o ano seguinte, para adicionar um pet à sua vida.
*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.
