Outro dia, uma reportagem em uma rádio paulista me assustou. O repórter entrevistou pessoas sobre a primeira bebida que vinha à cabeça delas quando está calor. Todo mundo respondeu cerveja. Como geralmente ela é servida “estupidamente” gelada, como se diz no Brasil, a associação entre a bebida e o calor é justa.
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
O consumo de cerveja está tão presente na nossa cultura que o brasileiro, inclusive, deu um apelido carinhoso a ela: cervejinha. Cerveja, porém, é bebida alcoólica e, como as demais opções, contém álcool. Não é porque o teor alcoólico dela é baixo e, portanto, pode demorar mais tempo para algumas pessoas ficarem embriagadas, que está tudo bem ingeri-la em grandes quantidades.
Além disso, cerveja, assim como as demais bebidas alcoólicas, desidrata; daí não ser uma boa opção para os dias de calor forte. Quando o álcool chega ao estômago, é absorvido e cai na corrente sanguínea, inibindo um hormônio antidiurético. É por isso que, depois de um tempo bebendo, passamos a ir mais vezes ao banheiro para urinar. A cerveja, portanto, não só não mata a sede como, ao contrário, faz com que percamos ainda mais água do corpo.
Leia também:
- Vínculo próximo avós-netos faz bem enorme à saúde mental
- Drogas para aumentar a produtividade acabam trazendo efeito contrário
- O poder do “não” para a nossa saúde mental
Cerveja pede a mesma moderação e consciência no consumo que qualquer outra bebida. Os mesmos malefícios causados pelo consumo crônico de vinho ou de uísque também podem se manifestar com o consumo regular e permanente de cerveja.
Além disso, o teor de álcool contido em qualquer bebida alcoólica é sinônimo de calorias extras. Se você, assim como eu, anda sofrendo com o calorão, opte pela água ou chá gelado.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.