Dermocosméticos importados ou nacionais? Você já se perguntou se os produtos dermocosméticos importados são realmente superiores aos nacionais? Essa questão ecoa na mente de muitos consumidores, especialmente no mundo da dermatologia, área em que a qualidade é fundamental. Mas, afinal, quais são as características diferenciais que colocam os produtos importados em um pedestal aparentemente inalcançável?
No cenário da beleza e da estética, as marcas importadas deslumbram com sua tecnologia de ponta, embalagens elegantes e uma aura de sofisticação que cativa os consumidores. É inegável o apelo que esses produtos exercem no mercado nacional, alimentando a percepção de que o que vem de além-fronteiras é sempre superior.
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Entretanto, ao mergulhar mais fundo, descobrimos uma realidade fascinante. A gigantesca diversidade dos princípios ativos nacionais é muitas vezes a base desses produtos internacionais. Surpreendentemente, o Brasil exporta uma parcela significativa de princípios ativos utilizados na indústria dermocosmética global. Uma enorme parcela dos produtos dermocosméticos importados contém princípios ativos originários do Brasil, como o óleo de maracujá, a manteiga de cupuaçu e o extrato de açaí.
A percepção de qualidade está intrinsecamente ligada à forma como os produtos são formulados e processados pela indústria internacional. A alta tecnologia empregada no desenvolvimento dos dermocosméticos importados realmente ultrapassa as capacidades nacionais. É neste ponto que reside a diferença: não na matéria-prima em si, mas na maestria com que ela é manipulada para criar produtos que conquistam o consumidor exigente.
UMA NOVA ERA PARA A INDÚSTRIA NACIONAL
Ao longo das décadas, testemunhamos uma mudança gradual nesse paradigma. O Brasil tem investido não apenas em marcas nacionais de destaque, mas também na produção de dermocosméticos de qualidade equiparável – ou até superior. Essa evolução não apenas desafia a antiga narrativa de inferioridade, como promete redefinir a percepção dos consumidores ao longo das gerações.
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Na cultura brasileira, é comum adquirir dermocosméticos durante viagens internacionais, aproveitando a oportunidade para explorar novidades e tendências. No entanto, é crucial lembrar que, independentemente da origem do produto, a orientação médica é essencial para garantir o uso adequado e maximizar os benefícios para a pele.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o uso de dermocosméticos sem orientação médica pode levar a problemas como dermatites, acne e até mesmo danos irreversíveis à pele.
UMA NOVA PERSPECTIVA
Nesta era de globalização e inovação, é essencial questionar nossas premissas e buscar uma compreensão mais profunda sobre a indústria de cosméticos. À medida que exploramos a riqueza dos princípios ativos brasileiros e testemunhamos a ascensão da indústria nacional, torna-se evidente que a qualidade não conhece fronteiras. É hora de reconhecer e valorizar o potencial do Brasil como um líder global em dermocosméticos, abraçando uma nova era de excelência e confiança.
Dra. Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês, médica responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).
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Coluna publicada na edição 118 da revista Forbes, em abril de 2024.